26 de setembro, de 2023 | 06:00

Título merecido

Fernando Rocha

Na decisão da Copa do Brasil deu São Paulo, que levantou a taça de campeão pela primeira vez ao empatar, em 1 x 1, com o Flamengo, diante de 63.077 torcedores pagantes, para uma renda de R$ 24.520.800,00, no Morumbi.

O tricolor paulista havia vencido o jogo de ida, no Maracanã, por 1 x 0, e jogava pelo empate. Manteve um jogo equilibrado, controlado, o que tornou a sua conquista ainda mais justa e merecida.

Os gols saíram no primeiro tempo por intermédio de Bruno Henrique para o Flamengo e, logo depois, Nestor empatou para o São Paulo, em ambos os casos devido a falhas de marcação.

Depois do jogo, Dorival Junior, técnico campeão pelo São Paulo, preferiu não tripudiar em cima do ex-clube: “Sou muito grato ao Flamengo, à sua torcida e à sua diretoria. Vivi ótimos momentos por lá e ganhei títulos importantes. Hoje estou muito feliz no São Paulo e viver um momento como este não tem preço”.

Dorival Junior deu uma aula de humildade aos dirigentes rubro-negros que o demitiram após as conquistas da mesma Copa do Brasil e da Libertadores, no ano passado, sem motivos importantes.

Acertou a mão
No último sábado, com a Arena MRV quase toda ocupada por sua torcida, o Galo fez o dever de casa ao derrotar o Cuiabá, por 1 x 0, gol de Paulinho, o quarto dele na nova casa, onde o time comandado por Felipão está mantendo 100% de aproveitamento: três jogos e três vitórias.

O Cuiabá entrou nitidamente para se defender e tentar conseguir ao menos um ponto, o que obrigou o Atlético a atacar desde o começo, ao mesmo tempo se prevenindo dos contra-ataques do Dourado, que foram poucos.
O gol que deu a vitória ao Galo saiu aos 41 minutos do primeiro tempo por intermédio de Paulinho, que, depois de tabelar com Hulk, chutou no canto sem chances para o goleiro Valter.

No segundo tempo, o Galo criou várias outras oportunidades, mas, em razão do forte calor na capital, os dois times diminuíram bastante a intensidade, fazendo o ritmo do jogo cair a um nível mais baixo.

Resumo da ópera do Galo: a defesa titular parece consolidada com Mariano, Fuks, Lemos e Arana. A dupla de volantes, Otávio e Bataglia, passa segurança. Pedrinho é o motorzinho do time, aquele que organiza a casa. Pavón exerce importante função tática, pois ajuda na marcação e libera um dos laterais para atacar. A dupla de ataque, Paulinho-Hulk, continua muito entrosada, sendo motivo de preocupação para qualquer adversário.

FIM DE PAPO

O jeito de jogar não é o que o seu torcedor gosta, acostumado nos últimos anos com o time altamente ofensivo, mas o desempenho do Galo nas últimas partidas avaliza o trabalho do técnico Felipão, que acertou a mão e conseguiu entender as características dos jogadores, que também assimilaram a maneira como ele gosta de armar as suas equipes. Agora, com 37 pontos ganhos e na 9ª colocação, o Galo está na briga direta por vaga na Libertadores, 5 pontos distante do último time do G-4, o Bragantino; a apenas 3 pontos do Athletico-PR, 6º colocado. Paulinho, também, está na briga pela artilharia do Brasileirão com 10 gols marcados, atrás de Tiquinho Soares, do Botafogo, que tem 13. No próximo sábado, às 21h, no Beira Rio, haverá o reencontro com Eduardo Coudet, agora técnico do Internacional.

Imbecis e idiotas existem em todo lugar. Em Divinópolis, a 325 Km de Ipatinga, um idoso de 78 anos foi preso no último sábado acusado de crime de racismo cometido durante a partida disputada no Estádio Farião, onde o Guarani perdeu para o Villa Real, de Juiz de Fora, por 1 x 0, em jogo válido pela terceira divisão estadual. A vítima foi o atacante Alexandre Capela que, ao ser chamado de “macaco” pelo idoso, foi corajoso indo até o árbitro, que imediatamente paralisou a partida e acionou a polícia, que efetuou a prisão em flagrante. Parabéns ao jogador pela coragem de denunciar e ao árbitro por ter tomado as providencias que o caso merecia. Não podemos aceitar esse tipo de atitude, seja de quem for, em campos de futebol ou em qualquer lugar. Racismo é crime!

O título do São Paulo é merecido, pois jogou melhor as duas partidas finais, mesmo sendo um time inferior ao Flamengo. O que fez a diferença mesmo foi o primeiro tempo do jogo de ida, no Maracanã, quando conseguiu se impor em campo e abrir a vantagem que levou para a decisão em sua casa, onde não jogou tão bem. O São Paulo foi mais um que soube tirar proveito da bagunça que caracteriza o Flamengo em 2023, quando, mesmo com muito dinheiro, com jogadores melhores e o elenco muito mais incorporado que os adversários, não ganhou nada, nenhum título importante, devido às suas crises intermináveis que se emendam umas nas outras.

A atual diretoria do rubro-negro carioca está apavorada, perdida, diante do turbilhão de críticas e pressões que chegam de todos os lados. Atualmente em 7º lugar no Brasileiro, o poderoso Mengão corre o risco de não conseguir sequer uma vaga na próxima Libertadores. Se não subir na tabela nas próximas rodadas, periga trocar o polêmico Sampaoli pelo ex-técnico da Seleção, Tite, cujo nome surgiu com força nos bastidores, após a perda do título da Copa do Brasil para o São Paulo. ”A Gávea arde em chamas”, diz Renato Maurício Prado, jornalista e flamenguista assumido no portal UOL. (Fecha o pano!)