19 de outubro, de 2023 | 08:11

Jovem é multado em R$ 14 mil por criar ilegalmente animais exóticos

Denúncias entregam criador de porco-espinho pigmeu africano no bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga

Policiais militares de Meio Ambiente apreenderam oito animais exóticos, ou seja, que não são da fauna silvestre brasileira. Os porcos-espinhos (ouriço) pigmeu africano eram criados ilegalmente em uma casa no bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga. O criador dos bichos, um jovem de 26 anos, foi multado em mais de R$ 14 mil no fim da tarde de quarta-feira (18).

O sargento Ruan, da PM de Meio Ambiente, disse ao Diário do Aço que uma denúncia anônima indicou a criação ilegal dos animais em Ipatinga. O suspeito foi localizado e não apresentou aos policiais ambientais qualquer documento ou licença que lhe permitia criar os porcos-espinhos pigmeu.

Conforme a portaria do Ibama, a criação destes pequenos animais exóticos depende de autorização do órgão ambiental. Os animais foram apreendidos e terão seus destinos definidos posteriormente, considerando o risco que podem ocasionar à fauna silvestre local.

A PM explicou que criar animais exóticos, sem qualquer controle e fiscalização, pode ocasionar desequilíbrio ecológico, com grande risco à população da fauna local. Caso eles escapem dos locais onde são mantidos, por não possuir predador nativo, pode contribuir com transmissões de doenças a outros animais e prejudicar substancialmente o meio ambiente.

Perigo para o Vale do Aço que possuiu uma das maiores reservas de mata nativa do estado

O sargento ressaltou que no Vale do Aço tudo isso pode ser agravado, considerando a existência do Parque Estadual do Rio Doce, maior reserva residual de mata atlântica de Minas Gerais, localizado entre os municípios de Timóteo, Marliéria e Dionísio. “Extremamente perigoso para a unidade ambiental a chegada de qualquer animal estranho à fauna local, podendo ocasionar desequilíbrio populacional das espécies e contribuir para extinção de animais ali protegidos”.

Entre os exemplos de animais exóticos que se espalharam pelo país está o caramujo africano, que foi trazido ao Brasil para ser uma alternativa ao escargot francês, porém não se tornou comestível e foi solto no meio ambiente, se transformando em uma praga transmissora de doenças, entre elas a meningite. Outro animal é o javali, responsável por causar grandes prejuízos à agricultura.

Abordado alega que começou a criação ao ganhar um e comprar outro animal

O proprietário dos porcos-espinhos foi autuado pela infração ambiental em uma multa no valor de R$ 14.355,16 pela guarda dos animais sem licença ou autorização expedida pela autoridade ambiental. São cinco adultos e três filhotes, como verificou o Diário do Aço. Ele negou que vende os pequenos animais, apesar de ter um forte apelo comercial.

O jovem informou ter adquirido uma espécie em Coronel Fabriciano e o outro bichinho ganhou de presente. Com o casal, eles procriaram na residência, contudo não deu mais detalhes sobre quem lhe vendeu ou presenteou. “Pode ser de cativeiro clandestino, uma vez que o órgão ambiental controla a criação desses animais no país, não sendo permitido a livre criação doméstica como foi o caso”, detalhou a PM.

Reprodução proibida

O animal é encontrado em algumas partes da Europa, da África e da Nova Zelândia, havendo em cada região uma espécie. Ele é confundido com um roedor, mas na verdade é um mamífero de hábito noturno que se alimenta de insetos, raízes, serpentes, sapos, ovos ou frutas.

Segundo informações no site da faculdade Qualittas, o bichinho é mantido em cativeiro e a sua criação e a reprodução são proibidas nos Estados Unidos, no Brasil e em algumas cidades canadenses. Ele foi a inspiração para o personagem de jogos eletrônicos, o Sonic, que também virou desenho.