24 de outubro, de 2023 | 12:00

Gabinetes de parlamentares são ''autênticas'' microempresas

Júlio César Cardoso (*)

Vejam aqui o escárnio e a imoralidade de um irrelevante parlamentar da República que só quer tirar proveito da coisa pública: “Após três mandatos como deputado federal, Eduardo Gomes (PL-TO) começou seu mandato de senador em 2019 com 54 servidores comissionados (sem concurso público). Em quatro anos, aumentou o gabinete para 82 assessores. Gomes emprega tanto quanto uma empresa de porte médio no ramo de serviços.

Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), uma empresa média tem de 50 a 99 funcionários.

O número de funcionário não corresponde a atuação legislativa: em 2023, o senador apresentou três projetos de lei”. Para ler a matéria clique em “Senadores incham gabinetes e contratam até 82 assessores sem concurso público” (terra.com.br).

Como acreditar na seriedade de nossos políticos e esperar honestidade em suas atividades parlamentares, se esses fajutos parlamentares, autênticos sacripantas, que aviltam a imagem parlamentar, não têm um pingo de respeito ético e moral diante da sociedade, diante da coisa pública, e transformam os seus gabinetes em verdadeiros antros de empreguismos, sem concurso público, para beneficiar a sua corriola de amigos e correligionários?
É simplesmente revoltante o comportamento do político no trato da coisa pública. Querem se considerar íntegros, mas não passam de velhacos de vestal duvidosa.

“Querem se considerar íntegros,
mas não passam de velhacos de vestal duvidosa”


Podemos afirmar que a farra do dinheiro público nos gabinetes de parlamentares, em Brasília e fora da capital federal, com a contratação de servidores sem concurso público, só acontece porque órgãos como TCU, CGU e Ministério Público, responsáveis pela fiscalização e controle da administração pública, não operam com eficiência. Por outro lado, não fosse o jornalismo fiscalizador, o quadro de irregularidades permaneceria na obscuridade. Cabendo ressaltar que a fiscalização e o controle da administração pública são responsabilidades compartilhadas entre os órgãos de controle, os gestores públicos e a sociedade.

Que moral tem, por exemplo, os senadores Eduardo Gomes (PL-TO), Rogério Carvalho (PT-SE), Randolfe Rodrigues (sem partido), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Osmar Aziz (PSD-AM) e outros, para se apresentarem como representantes da sociedade no Parlamento, se eles não demonstram respeito com a coisa pública ao permitirem o inchaço de servidores, sem concurso público, em seus gabinetes? A pouca-vergonha é tão grande que os senadores não corrigem brechas no regulamento interno do Senado que possibilitam gastos com vale-alimentação de novos assessores acima dos limites permitidos.

“Esses sacripantas parlamentares não respeitam
milhões de trabalhadores e desempregados”


Certamente, a mesma situação de desrespeito com a coisa pública ocorre na Câmara Federal. Esses sacripantas parlamentares, sem escrúpulos, não respeitam milhões de trabalhadores e desempregados que não tiveram a sorte de ser congressistas ou de ter padrinhos políticos. Deveriam se espelhar no exemplo do Parlamento sueco, onde os gastos públicos são observados. Ademais, a admissão de servidores sem concurso público nos gabinetes de parlamentares afronta o art. 37 da Constituição Federal, que trata da administração pública.

Assim, a extravagância do dinheiro público com a manutenção dos gabinetes de parlamentares federais, em Brasília e nos Estados, repletos de elementos apadrinhados ineptos, ancorados no cabide de emprego e alguns nem dão expediente, mas recebem nas folhas de pagamento, tem de ser moralizado. Os servidores de gabinetes de parlamentares deveriam ser exclusivamente indivíduos concursados, do quadro do Legislativo, para servir a qualquer parlamentar e partido.

Portanto, não existe explicação lógica, racional para a quantidade de servidores em gabinetes de parlamentares. Por acaso, em suas atividades privadas, esses espertalhões parlamentares contratariam tantos empregados se as despesas fossem bancadas do seu próprio bolso?


(*) Servidor federal aposentado / Balneário Camboriú-SC


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Comentários

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Flávio Barony

25 de outubro, 2023 | 09:08

“Não adianta fazer o "L" ou o "B" para resolver esse assunto! O problema é muito mais profundo, pois é o Congresso Nacional que manda em tudo, inclusive, nesse formato de consumir R$13 bilhões do orçamento público por ano! Ou seja, TODOS FORAM ELEITOS POR NÓS e a índole deles é extremamente duvidosa..., haja vista que poderiam fazer algo muito mais producente com menos recursos! Por fim, concordo com o autor, sobra omissão dos órgãos que poderiam conter esse escárnio com o dinheiro público!”

Tião Aranha

24 de outubro, 2023 | 09:38

“Foi assim que eu aprendi na Teologia: se tá sobrando muito prum lado é porque está faltando pro outro. Mas não falaram que fazendo o "L" iria melhorar? Só piorou, com menos de um ano de governo , já gastaram o dobro que o Boso deixou em caixa. No Brasil não existe solução pros crimes cometidos. É partido político ou gang? Tem gente que gosta! Pior cego é aquele que não quer enxergar. A escravidão continua. Risos.”

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