30 de outubro, de 2023 | 14:30
Um grito...
Nena de Castro *
Bão, relendo agora as histórias, encontro a de João de Ferro, que vou lhes contar: havia um reino perto do qual existia uma grande floresta. O rei mandou um caçador capturar uma corça, mas ele não voltou assim como todos os que foram enviados atrás dele. Foram proibidas visitas á floresta até que um caçador desconhecido convenceu o rei e entrou lá, com seu cachorro. Avistando uma presa, o cão correu atrás e deparou-se com um lago profundo. De repente, um braço desnudo saiu da água e levou o cão pras prefundas. O caçador então, chamou três companheiros e usando baldes, removeram toda a água do lago. Eita! Aí viram um selvagem cujo corpo era todo da cor ferrugem, com cabelos que iam até os joelhos. Levaram-no até o rei que o encerrou em uma jaula de ferro, colocando-o em seu quintal e a partir daí a floresta ficou em paz, assim como o reino. O rei foi caçar e o príncipe de oito anos, estava brincando no quintal com sua bola dourada e a danadinha caiu dentro da jaula. O menino pediu a bola, o selvagem disse que só daria em troca da chave da jaula e disse que ela estava debaixo do travesseiro da rainha. (Vê se filho meu vai brincar sozinho onde tem um trem esquisito preso, cadê a mãe, os criados, a babá e os guardas, ara?
Humpf!) Livre, o selvagem devolveu a bola e começou a correr, quando o menino gritou que ia apanhar e foi levado pelo fugitivo. A tristeza tomou conta do reino e enquanto isso o principezinho recebeu na floresta a tarefa de tomar conta do poço das águas de ouro, cujo líquido eram claro e límpido como cristal.” Nada pode cair dentro dele, você vai vigiar’, disse o selvagem... Um belo dia, o menino foi olhar seu reflexo , seus cabelos caíram na água e ficaram brilhantes como ouro.
Tentando esconder o malfeito, escondeu-os sob um lenço, contudo o selvagem percebeu e lhe disse que devia ir embora; porém, quando precisasse, podia chamá-lo pois devia-lhe sua liberdade. Era só gritar “João de Ferro” e ele acudiria de pronto. O rapaz se foi, chegou a um reino distante arranjou serviço na cozinha, carregava água, lenha, varria as cinzas... Transferido para o jardim, o dia o vento arrancou o lenço e a princesa viu. Bem aconteceram muitas coisas, inclusive guerras e o rapaz chamava João de Ferro que venceu todas, até que ele se casou coma princesa, buscou seus pais e a paz reinou!
Li tudo, fui pro jardim raspei a garganta e berrei: JOÃO DE FERROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! É a Bugraaaa! Acá, precisamos de você! Dá uma passada pelo Oriente Médio e acaba com a guerra! Passa em todos os países por lá e acalma os dirigentes que moram em palácios e pouco se importam com seu povo, só pensando em derramamento de sangue! Vai na Ucrânia também e dá fim àquele massacre, pondo bom senso na cabeça expansionista do czar Putin! E que no mundo todo haja democracia, liberdade, pão, paz! Aí nunca mais duvidarei dos Contos de Fadas! JOÃO DE FERROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
* Escritora e encantadora de histórias
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Tião Aranha
30 de outubro, 2023 | 18:18“Muito bonita a estória do João de Ferro. Não sei se nele é o coração que está na cabeça, ou se é a cabeça que está no coração. Ah! felizes são as crianças americanas que desde crianças aprendem que nossa nação é uma grande floresta e os cidadãos vivem como índios, assim aprendem desde cedo. Tem lá alguma verdade. Existe na imaginação uma grande floresta com jaulas de ferro e um outro príncipe nordestino tomando conta do lago de águas de ouro. Esperança de mudança, mesmo, só em época de eleição. Nem precisa fazer corredor da morte pra levar alimentação como quer que faça em Gaza, pois, todos já estão por antecipação condenados a prisão perpétua. Deixa eu deletar com meus dedos de pontas de Ferro, os erros que deram no meu HD. Vou deletar tudo. Viu, viu buscar pra dentro de mim os sonhos deixando aqui fora a perturbação!.Risos.”