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11 de dezembro, de 2023 | 11:20

Usiminas irá paralisar alto-forno 1 devido à alta importação do aço chinês

Marcelo Chara, presidente da siderúrgica afirma que não há “como produzir com os três altos-fornos com essa condição de mercado”

Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço

O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, anunciou na manhã desta segunda-feira (11), durante coletiva de imprensa, que a siderúrgica irá interromper a produção do alto-forno 1. O motivo do ajuste é devido à alta de importação do aço chinês.

Divulgação


“As importações do aço chinês estão destroçando o tecido industrial do país e estão afetando diretamente toda a indústria. Estão ingressando no país a preços subsidiados [pelo governo chinês] e isso gera um tremendo dano”, afirmou Chara.

Para poder continuar competindo com os aços importados, o executivo informou que alguns ajustes técnicos na planta de Ipatinga estão sendo feitos, um deles, é a desativação do alto-forno 1, equipamento que tem a capacidade de produzir 600 mil toneladas/ano.

Anderson Figueiredo
Marcelo Chara, presidente da UsiminasMarcelo Chara, presidente da Usiminas


“Nós vamos ter que ajustar a produção, reduzir os planos de crescimento e investimentos, e já estamos em um processo de abafar o alto-forno 1”, explicou.

Chara também disse que não há uma data exata para a interrupção do equipamento e enfatizou que não há “como produzir com os três alto-fornos com essa condição de mercado”.

Impacto
O “abafamento” do alto-forno 1 trará reflexos negativos para o Vale do Aço. Além da clara redução de produção da Usiminas, haverá impacto negativo na geração de empregos na região.

“Abaixar a produção de uma máquina deste tamanho implica que vamos ter que demitir pessoas”, afirmou Chara, que, no entanto, preferiu não especular o número de demissões que podem ser realizadas.

“Por enquanto não há algo específico. Mas uma máquina desse tamanho tem pessoas que trabalham, têm serviços que são contratados, mas infelizmente temos que fazer isso, pelo contrário, comprometemos a competitividade da Usiminas”, enfatizou.

Taxação do aço chinês
O aço chinês chega ao Brasil subsidiado pelo governo do país asiático, com preços baixos e que prejudica a competitividade da indústria siderúrgica nacional.

Chara, assim como outros representantes das siderúrgicas brasileiras, pedem que medidas sejam tomadas pelo governo federal, como por exemplo, a taxação do produto chinês, assim como ocorre em países como Estados Unidos, México, membros da União Europeia, entre outros. Tais medidas combatem o comércio desleal. Marcelo Chara classificou esse processo como “ato de defesa”.

“A medida básica de defesa é igualar as taxas de proteção, como estão colocando países como Estados Unidos e México. As taxas para importação deveriam ser iguais. Com isso, evita que [o aço chinês] ingresse a preços subsidiados", explicou.

Durante o encontro com a imprensa, Marcelo Chara disse que diretores das siderúrgicas nacionais, juntamente com o Instituto Aço Brasil, têm feito contato para que em breve haja uma reunião junto a Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e com Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Coqueria 3
Durante a coletiva de imprensa, o presidente também disse que a coqueria 3 da Usiminas será paralisada definitivamente. Neste equipamento, não pesa a situação do aço chinês, e sim, as questões ambientais, conforme explicou o executivo.

“Nós tomamos a decisão de abafar a coqueria 3 há poucos meses, devido às condições ambientais não atendiam o nosso compromisso com a comunidade”, concluiu.

Aperam
Conforme já noticiado pelo Diário do Aço, a diretoria da Aperam South America anunciou a suspensão da terceira fase de seu plano de investimentos previsto para 2024/2025, considerado extremamente alto pela empresa. O motivo, alegado pela siderúrgica, que também atua em Timóteo, é o momento de adversidade enfrentado pela indústria siderúrgica brasileira, com o excesso de aço importado no mercado e a queda nas vendas.

Conforme dados repassados pela assessoria de Comunicação da Aperam, essa nova etapa estava planejada como continuação dos investimentos iniciados em 2021 e que estão atualmente em execução. O projeto que será adiado inclui a instalação de um novo laminador a frio de bobinas de alta produtividade com um nível de automação nunca antes visto.

Com o investimento mantido, a empresa informa que o objetivo das operações brasileiras da Aperam é se consolidar como referência global na indústria siderúrgica 4.0, e está preparada para atender às demandas para produção de aços mais complexos, como a produção de veículos elétricos.



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Comentários

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Duque

15 de dezembro, 2023 | 18:13

“Sim, desliguem o que quiserem....mas valorizem o trabalhador da empresa.”

Zé Doido

14 de dezembro, 2023 | 09:02

“A USIMINAS TAMBÉM PODE REDUZIR O PREÇO DOS SEUS PRODUTOS, É O PIOR SALÁRIO ENTRE AS SIDERÚRGICAS DO BRASIL, OU SEJA, SÓ PENSA EM FATURAR, SEU CUSTO DE PRODUÇÃO É MENOR QUE AS DEMAIS, ENTÃO PODE SIM BAIXAR O PREÇO DO SEU AÇO.
A USIMINAS FATURA MUITO, PORÉM QUASE TUDO QUE LUCRA VAI PRA FORA, PRO BOLSO DOS SEUS ACIONISTAS QUE NEM SABEM PRA QUELADOS ESTÁ IPATINGA, AQUI PRA NÓS FICA A POLUIÇÃO E A POBREZA.
SAUDADES DOS TEMPOS EM QUE ERA ESTATAL, PRIVATIZAÇÃO É ISSO, DINHEIRO PARA OS ACIONISTAS E POBREZA PRO POVO.”

Pião Comum

13 de dezembro, 2023 | 14:08

“Em plena campanha salarial: +compra do aço da china - venda do aço nacional = ¨A matemática básica -com + = menos aumento de salário do trabalhador¨!!!! Mas no bolso dos GRANDES ACIONISTAS. não pode mexer!!! SIMPLES ASSIM !!!!!”

Walter Luiz Marques

12 de dezembro, 2023 | 08:59

“Um dia todos vão entender que os problemas da economia no Brasil não são de juros altos, de impostos e outras balelas que inventam por aí, o problema no Brasil são os empresários gananciosos que só querem ganhar e cada vez mais, quando o governo reduz algum imposto ou retira alguma taxa os preços baixam ????, não, aproveitam para RECOMPOR MARGENS então que se f.........., nós trabalhadores se não tivermos fábricas para trabalhar trabalharemos nas distribuidoras de produtos importados, no comércio, nos serviços e aqueles mais aquinhoados pela inteligência serão levados e valorizados por empresas de fora como já acontece, chega de enriquecer mesquinhos que não dão valor à seus funcionários, pelo contrário sugam todo seu sangue e depois descartam e ainda os chamam de vagabundos.”

Ryon

12 de dezembro, 2023 | 06:54

“Não existe política industrial nesse país foi assim com o entreguista tucano fhc, Bolsonaro (neo liberalismo pra banca) e os gafanhotos incompetentes do PT, Hadad, Simone Tebet e o próprio Lula estão preocupados apenas com o equilíbrio da balança comercial e dane se”

Sidney Pinho

12 de dezembro, 2023 | 00:13

“Entendo o lado da empresa, mas poderia ser muito pior.
A azov ,maior siderúrgica da Europa localizada na Ucrânia foi totalmente destruída pelos diabólicos mísseis russos.
A demanda por aço no setor bélico está altíssimo pelas perdas de tanques e pontes guerra Russia/ Ucrânia.
O que está sendo esquecido é a política de escambo implantada pelo governo Lula.na prática troca o agronegócio por outros produtos chineses fechando assim o equilíbrio das moedas Para fugir do Dólar. Agora cadê o Sindipa que foi ressuscitado pelo governo Lula Para negociar a futura demissão na USIMINAS?cobrando ao governo ávido por impostos e mostrar que não existe almoço grátis.”

Pronto Falei

11 de dezembro, 2023 | 22:33

“O capitalista quer vender soja, minério, frango, café carne. Tudo ao exterior, quer o "livre mercado". Até a vírgula que lhe atinge né! Mas como união europeia e EUA, não querem nada de fora. Então liberais, como fica?”

Javé do Outro Lado do Mundo

11 de dezembro, 2023 | 21:56

“Simples, o governo deveria valorizar mais as empresas brasileiras em detrimento das estrangeiras. Dificilmente o governo terá peito pra aumentar o preço do aço em vinte e cinco por cento como quer a Aperam e as outras. Quando ganhou pra presidente, o primeiro país que Ele visitou foi a China. Será que já se esqueceu? Essa política de desvalorizar os produtos nacionais dificilmente acontece nos USA; por isso que são respeitados. Rs.”

César Machado

11 de dezembro, 2023 | 21:20

“Os Chineses tem uma tática conhecida para enviar seus produtos industrializados a outros países. A pergunta que fica é, qual a politica para deter a desindustrialização, seria diminuir os custos do Brasil? Quais seriam esses custos? Seria impostos? seria taxas?, seriam produtividade?, seria investimento na modernização das máquinas?, seria corrupção?, seria administradores gananciosos, seria acionistas gananciosos? Seria fornecedores de matéria prima cobrando muito acima da média do mercado??? Só sei que não é pagamento de salários.”

Warley Batista

11 de dezembro, 2023 | 21:01

“Engraçado que esse governo taxa em 93% produtos que nem são produzidos aqui. Agr o aço não taxam, vai entender.”

Observador do Povo

11 de dezembro, 2023 | 20:22

“O CAPITALISMO É BRUTO, A IMPORTAÇÃO É E AJUDA REGULAR O PREÇO DO MERCADO INTERNO SE PARAR DE IMPORTAR O MERCADO INTERNO AUMENTA OS PREÇOS E JUSTIFICA QUE É A OFERTA E A PROCURA. E A TAL LEI DE MERCADO E COMODITE ?”

Rodrigo Martins

11 de dezembro, 2023 | 19:08

“Não pediram tanto pelo "livre mercado"? Então toma.”

Arthur

11 de dezembro, 2023 | 18:16

“Amam reclamar, mas quero ver se os mesmos que reclamam teriam a mesma posição caso a usina viesse fechar... A região ja está beirando o caos com uma grande geradora de emprego, imagine sem... Reclamem mas saibam como e do que por favor...”

Rafael Gilson Fernandes de Oliveira

11 de dezembro, 2023 | 17:55

“Não é porque a empresa teve lucro no último semestre ou exercício, que ela está livre de ter prejuízo no futuro. Se ela não monitora o seus custos e despesa ela quebra. EMPRESA que não tem um produto competitivo ela vai a falência. Tem que para todo e qualquer investimento pra preservar o caixa.”

Marcelo

11 de dezembro, 2023 | 16:38

“Desculpe a caixa alta...
TODO FINAL DE ANO, TODAS AS EMPRESAS DO VALE DO AÇO DIZEM AS MESMAS COISAS, "CRISE CRISE".
Justamente quando "começa" as campanhas salariais, acho que não é preciso desenhar NÉ?!”

Jean Noardo

11 de dezembro, 2023 | 16:33

“A matéria muito bem escrita mostra o que a anos já acontece com nossa indústria , altos custos ? impostos? e baixa produtividade, com isso menos competitividade aliado ao subsídio do país comunista destroem nossos postos de trabalho. Mas é muita informação pra pessoas que possuem pouca ou nenhuma cultura”

Stop

11 de dezembro, 2023 | 15:54

“Tubiba quanto vc faturou no lucro de R$287 Milhões da Usina, vai defender o patrão do exterior que nos trata ainda como senzala”

Zezé

11 de dezembro, 2023 | 15:40

“Quando a Usiminas era uma empresa estatal isso nunca aconteceu. Privatizou virou essa m@.”

Tubiba

11 de dezembro, 2023 | 15:18

“O amigo aí deu uma boa idéia:
Abaixar os preços do aço , pagar o mesmo salário e implantar a mesma jornada de trabalho da China...
Dar aos funcionários os mesmos direitos e deveres dos trabalhadores da China....”

Tonho da Lua

11 de dezembro, 2023 | 14:44

“Pergunta boba: porque a nossa 'Ozina' não abaixa o preço também?!
Já que a concorrência esta com preço menor,Isso se chama livre mercado, o que alguns liberais aqui veneram tanto.”

Stop

11 de dezembro, 2023 | 12:13

“Usiminas anuncia lucro de R$ 287 milhões no segundo trimestre 28/07/2023 conforme noticiado no site da própria empresa, mais quando diz que é dar um reajuste digno aos seus funcionários ou reduzir o lucro para ficar competitiva ela prefere mandar embora decisão típica de quem busca subsídio do GOVERNO só mamar na teta”

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