05 de janeiro, de 2024 | 14:28

De volta à presidência da CBF, Ednaldo Rodrigues quer Dorival Jr. na seleção

Reconduzido ao cargo por força de uma decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues tem como prioridade escolher um novo técnico para a seleção brasileira depois que o italiano Carlo Ancelotti decidiu renovar seu contrato com o Real Madrid até 2026. Um dos nomes que está na agenda do dirigente é Dorival Júnior, treinador do São Paulo.

Como contou Ednaldo à revista Veja, “resolver a questão do técnico e da comissão técnica definitiva da seleção principal” é uma das questões prementes ao reassumir o comando da CBF. A outra medida, essa até mais urgente ainda, é inscrever a seleção brasileira no Pré-Olímpico, que será realizado ainda este mês na Venezuela.

Diniz fora?

Com a preferência de Ednaldo por Dorival Júnior, ainda que ele não aceite o convite em razão da instabilidade política na entidade, os dias de Fernando Diniz, em dupla função (CBF e Fluminense) parecem contados. Diniz tem contrato até o meio do ano, mas o dirigente demonstra pouco interesse em efetivá-lo, em virtude dos resultados desastrosos nos jogos amistosos e nos confrontos das eliminatórias (apenas sexto colocado).

A seleção brasileira fará amistosos em março e, em seguida, disputará a Copa América, em junho/julho, porém quando o Brasileirão na será paralisado. A competição será realizada num período em que a Série A terá nove rodadas transcorrendo normalmente, outro fator impeditivo para a sequência de Fernando Diniz e a contratação de um técnico exclusivo.

Dorival, que tem contrato com o clube paulista até o fim do ano. O treinador e o São Paulo não receberam proposta, nem há conversas por enquanto. Seu estafe evita comentar “especulações”. Por ora, trata-se de um desejo de Ednaldo, que também precisa definir quem será o coordenador de seleções. O cargo está vago desde a saída de Juninho Paulista. Um outro ex-jogador, Filipe Luís, recém-aposentado, é um dos preferidos do dirigente.

O ex-lateral do Flamengo, que deixou os gramados no fim ano passado, é amigo de Dorival, com quem trabalhou no time rubro-negro, e poderia ser coordenador ou um dos membros da comissão técnica.

Reforma de estatuto

Ednaldo Rodrigues foi reconduzido ao cargo depois dos pareceres favoráveis da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) à suspensão da decisão judicial que havia afastado Ednaldo do cargo. A entidade tinha no comando interino José Perdiz, presidente do STJD, que assumira como “interventor” por determinação da Justiça do Rio. A Fifa, no entanto, não reconheceu o interino, o que poderia inviabilizar a inscrição da seleção na Olimpíada, bem como os clubes em competições internacionais. Dirigentes da Fifa virão ao Brasil na próxima semana para, juntamente com representantes da entidade, da justiça desportiva e da justiça comum, buscarem uma solução para a crise. O objetivo é marcar logo uma eleição para trazer estabilidade ao futebol brasileiro.

O STF foi acionado pelo PCdoB, autor de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) para tentar obter medida cautelar contra uma decisão emitida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) no início de dezembro do ano passado. Tal decisão destituiu o presidente da CBF a partir do cancelamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a entidade e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em março de 2022, antes das eleições que tiveram Ednaldo, até então interino, como vencedor.

Dois nomes já se lançaram à possível eleição: o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Bastos Carneiro e o advogado Flávio Zveiter, ex-presidente do STJD. O favorito, desde já, é o dirigente da FPF.