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31 de janeiro, de 2024 | 12:00

Opinião: G20, Brasil e as metas de Segurança Pública da ONU

Coronel PM Ailton Cirilo *

O Brasil figura o antepenúltimo lugar em um ranking sobre o cumprimento dos indicadores de Segurança Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme estudo recente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Com apenas 33,7% das metas estipuladas no tema Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem atingidas até 2030, o país está contra uma média de 77,2% dos países que participarão da reunião do G20.

Diversos fatores contribuem para que a Segurança Pública brasileira seja uma das questões mais prementes e complexas da atualidade. Destaca-se a falta de investimento em infraestrutura e capacitação das forças de segurança. A precariedade nas condições de trabalho aliada à escassez de recursos, compromete a eficácia das instituições responsáveis pela manutenção da ordem pública assim como acusa a incessante desvalorização desses profissionais.

O confronto se agrava com a complexidade do cenário brasileiro marcado pela desigualdade socioeconômica, falta de acesso à educação e oportunidades, bem como a persistência de áreas urbanas marcadas pela exclusão social. Embora não seja uma causa em si, o escalonamento da violência flerta com o aumento de pessoas em situação de pobreza.

Já o investimento em tecnologia desempenha um papel crucial na eficácia das ações de Segurança Pública. A utilização de sistemas de vigilância, análise de dados em tempo real e ferramentas de inteligência artificial pode aprimorar significamente a capacidade das forças de segurança de prevenir e combater a criminalidade. A modernização das instituições por meio da tecnologia ainda contribui para a transparência e prestação de contas, elementos fundamentais na construção da confiança da população.

“O confronto se agrava com a complexidade do cenário
brasileiro marcado pela desigualdade socioeconômica
falta de acesso à educação e oportunidades”


Outra prioridade inadiável, o enfrentamento do crime organizado deve ser feito a partir da formação de forças-tarefa especializadas, compartilhamento de informações entre diferentes esferas governamentais e cooperação entre os estados. A adoção de estratégias integradas deve envolver não apenas as forças de segurança, mas também setores judiciais e legislativos são essenciais para enfrentar eficazmente esse desafio.

Isto é, a coordenação entre todos os membros públicos envolvidos é um pilar central para o êxito das estratégias de segurança. Ao integrar polícias, sistema judiciário, legisladores e órgãos de controle, permite-se a troca eficiente de informações e alinha-se objetivos essenciais ao desenvolvimento de políticas públicas coesas e efetivas. Por fim, é preciso conscientizar a população sobre os riscos da criminalidade, incentivando a denúncia e a cultura da legalidade, criando uma sociedade mais vigilante e atuante na prevenção do crime.

Em sua jornada ao cumprimento das metas da ONU, o Brasil deve priorizar um plano estratégico de colaboração entre setores, investimento em tecnologia, estrutura, combate incisivo ao crime organizado, promoção de ações de conscientização e desenvolvimento social. O desafio é grande, mas a implementação de medidas inovadoras e coordenadas é o caminho para alcançar um futuro mais seguro e resiliente aos cidadãos brasileiros.

* Especialista em Segurança Pública

Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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