18 de fevereiro, de 2024 | 09:30

Ducha fria

Fernando Rocha


A coluna foi escrita antes do jogo de hoje à tarde na vizinha Governador Valadares, onde Cruzeiro jogaria contra o Democrata, utilizando um time misto para dar mais oportunidades aos “crias” da Toca.

A derrota de 2 x 0 para o América, diante de 40 mil cruzeirenses, no Mineirão, na última quinta-feira (15), foi uma ducha de água fria na empolgação da China Azul, após a segunda vitória sobre o grande rival Atlético na Arena MRV.

A imprensa “Poliana” da capital, aquela que por uns e vários motivos só enxerga o lado bom, não analisa mais profundamente e muito menos faz críticas ao que acontece nos chamados “grandes”, também se frustrou com o desempenho da equipe celeste, comandada pelo argentino Nicolás Larcamón, que já estava sendo chamado aqui nos nossos grotões de novo “Guardiola”.

Se for bem absorvida, a derrota merecida para o Coelho poderá trazer benefícios à Raposa, que não é um time tão fraco como muitos pensavam, mas ainda precisa de reforços com mais qualidade, que possam dividir a responsabilidade com a garotada da base, que sozinha em nenhum time do mundo dá conta do recado.

Parado no tempo
A impressão que tenho, vendo o trabalho dos treinadores de Cruzeiro e América, é que o Atlético com Felipão no comando está defasado, parado no tempo e entregue ao acaso, contando somente com a qualidade individual de alguns jogadores para ter sucesso.

Aos 75 anos de idade, um dos maiores vencedores do futebol mundial, realizado, rico, Felipão é hoje muito mais um motivador, que garante bom ambiente no vestiário do clube, do que um treinador que se encaixe no padrão exigido por times que desejam protagonismo em todas as competições que disputar.
Não vejo em seu auxiliar e fiel escudeiro, Carlos Pracidelli, características de perfil estudioso, capaz de esmiuçar, inventar soluções táticas para convencer o teimoso Felipão a pô-las em prática.

O Atlético de Felipão é um time totalmente previsível, que joga de maneira reativa, vertical, com lançamentos longos para aproveitar a velocidade, habilidade e força da dupla Hulk e Paulinho, que se não estiverem bem, as chances de se dar mal são muito grandes.

FIM DE PAPO
A derrota em Patrocínio deixou o Ipatinga pendurado na brocha, entre os três times com piores campanhas no Campeonato Mineiro, candidatos ao temido “Torneio da Morte”, de onde sairão os dois rebaixados à segunda divisão no próximo ano. Se podemos fazer deste limão uma limonada, o alento é que a salvação do Tigre está nas mãos de seus jogadores e da comissão técnica, sem depender da ajuda de outros concorrentes.

Isto porque dos três jogos que lhe restam, dois serão no Ipatingão, hoje contra o Uberlândia e depois diante do Democrata/GV, adversários que também são candidatos diretos ao rebaixamento. Se vencer estes dois jogos em casa, certamente chegará à última rodada contra o Galo, na Arena MRV, salvo da ameaça de rebaixamento. A torcida quadricolor está convocada mais uma vez a comparecer em grande número, esperando que a recíproca seja verdadeira.

Não há dúvida que o Estadual do Rio de Janeiro é o mais bagunçado e sui generis do futebol brasileiro. Agora, o nosso também não fica muito atrás, com falhas absurdas no regulamento, além da fórmula atual ser péssima. O Atlético, que jogou ontem em Brasília com o Itabirito, num gramado sem as mínimas condições de sediar uma partida de futebol profissional, entrou na rodada líder do seu grupo com apenas sete pontos ganhos. No fim da disputa, podemos ter times eliminados, mas com pontuação maior do que a de classificados em outros grupos.

Liderados pelo Flamengo, sete clubes da Série A, entre eles o Atlético, se uniram para exigir da CBF a paralisação do Campeonato Brasileiro durante a Copa América, que vai do dia 20 de junho até 14 de julho. O argumento principal dos clubes são os desfalques que suas equipes vão ter na maior competição nacional. A liberação é obrigatória na data Fifa, onde só na última vez 29 jogadores foram convocados por seleções sul-americanas. Se aprovada, a mudança adiaria a final da Copa do Brasil. As oitavas e quartas de final seriam antecipadas para o período durante a Copa América, mas a decisão do torneio passaria para os dias 11 e 15 de dezembro, após o fim do Brasileirão. O problema é que esta mudança geraria alteração nas férias dos jogadores e impactaria nas pré-temporadas dos clubes em 2025. Mexer e diminuir as datas dos campeonatos estaduais a CBF não quer ouvir falar. (Fecha o pano!)

Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário