21 de fevereiro, de 2024 | 09:09

Quadrilha que falsificava mel no Sul de Minas é alvo de operação da PF

A associação criminosa comercializava 15 toneladas por mês de xarope de açúcar como se fosse 'mel floral'

Divulgação PF
Quadrilha que distribuía mel falso em Minas Gerais e São Paulo foi alvo de operação da PF e Ministério da Agricultura nesta quarta-feira Quadrilha que distribuía mel falso em Minas Gerais e São Paulo foi alvo de operação da PF e Ministério da Agricultura nesta quarta-feira

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (21), com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar Rodoviária de MG (PMRv), a Operação Xaropel II, com foco no combate à falsificação do gênero alimentício mel e ao registro do Sistema de Inspeção Federal (SIF). O produto falsificado seguia para o mercado consumidor de Minas Gerais e São Paulo.

Alimento obrigatório no tratamento de doenças, empregado na dieta obrigatória de algumas pessoas e amplamente usado no preparo de receitas, chás e bebidas, por parte das pessoas que buscam refeições mais saudáveis, o mel tem preço elevado no mercado. Um pote de meio quilo pode chegar a custar R$ 40. A quadrilha alvo da operação aproveitava da demanda e falsificava mel, com várias misturas a partir do açúcar. O produto era vendido com o rótulo: “Mel favo da Paraíba”.

Conforme nota divulgada pela Polícia Federal, cerca de 80 policiais federais cumpriram, em Campestre, no Sul de Minas Gerais, 16 mandados de busca e apreensão expedidos pela Subseção Judiciária Federal de Poços de Caldas.
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'Empresarios' envolvidos na falsificação já tinham sido alvo de investigação em novembro passado 'Empresarios' envolvidos na falsificação já tinham sido alvo de investigação em novembro passado

Na primeira fase da Operação, realizada em novembro de 2021, foram cumpridos 14 mandados e determinado o sequestro de bens dos investigados no valor de R$ 18,4 milhões.

Durante a investigação da fase atual, foi descoberto que o grupo produz e comercializa substância melíflua por meio de empresas sediadas na cidade de Campestre em condições de higiene precárias.

Com o intuito de ludibriar o consumidor, a associação criminosa inseria até favos de mel verdadeiros em algumas embalagens do produto, mas o favo era completamente preenchido com o xarope industrial, extremamente doce e menos propenso à cristalização.

Apurou-se que o açúcar invertido era adquirido por aproximadamente 3 reais o quilo e, após a fraude, com a colocação da embalagem falsificada, o “mel fake” era vendido no varejo por até R$ 60 o quilo – um ágio de 2.000%. A adulteração de mel na região é recorrente, mas tem sido combatida continuamente pelas autoridades.
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A falsificação era feita em ambiente em más condições higiênicas e lançada no mercado como produto natural  A falsificação era feita em ambiente em más condições higiênicas e lançada no mercado como produto natural


Estima-se, a partir de investigações preliminares, que o grupo tenha auferido aproximadamente R$ 4 milhões de forma ilícita somente no ano de 2023. “Essas informações poderão ser corroboradas com elementos de prova coletados nas buscas cumpridas hoje”, destaca a PF.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios, invólucro ou recipiente com falsa indicação e falsificação de selo ou sinal público e, se condenados, a pena pode chegar a até 22 anos de reclusão mais multa. (Com informações da Delegacia Regional de Polícia Federal em Varginha)

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Produção do mel fake era destinada ao comércio em Minas Gerais e São PauloProdução do mel fake era destinada ao comércio em Minas Gerais e São Paulo

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Em vez da coleta das abelhas, grupo derretia açúcar cristal em xaropes e embalava como se fosse mel Em vez da coleta das abelhas, grupo derretia açúcar cristal em xaropes e embalava como se fosse mel

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Tonéis usados pela quadrilha para a mistura que virava o mel falso Tonéis usados pela quadrilha para a mistura que virava o mel falso

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Comentários

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Zangão

22 de fevereiro, 2024 | 10:46

“Não é merecedor do favo de mel aquele que evita a colméia porque as abelhas têm ferrões.”

Joao Batista de Souza

21 de fevereiro, 2024 | 16:11

“Tinha que pegar eles , e faze-los comer esse mel todo, queria ver qual seria a desculpa que iria inventar parar não comer o mel .”

Abelhudo

21 de fevereiro, 2024 | 13:16

“Chamar essa gente de empresarios é até ofensa à classe...são golpistas, isso sim...merecem uma boa cana, sendo alimentados só com essa porcaria q vendiam...”

Meu Pai é Apicultor

21 de fevereiro, 2024 | 10:37

“o mel verdadeiro cristaliza quando a temperatura está frio, o mel modificado que não cristaliza,não é 100% natural.”

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