02 de abril, de 2024 | 13:00

Por que metas financeiras são as mais importantes? Não é porque vão te deixar mais rico.

Bruno Trindade *


Nestes anos de consultoria, conheci vários sócios, executivos e diretores que eram obstinados em melhorar os resultados financeiros de suas empresas. A princípio, pensei que era simplesmente por um desejo, uma vontade de ter mais riqueza e assim poder ter mais bens materiais. Porém, era visível que muitos deles já tinham uma vida próspera, já podiam comprar quase tudo.

Então, qual a razão destas pessoas ricas, bem de vida medirem e se preocuparem com suas metas e resultados financeiros?

Primeiramente, elas enxergam suas organizações como sistemas cuja função é atender as necessidades de clientes, colaboradores, acionistas e os entes da sociedade. Estas pessoas também são chamadas de “stakeholders”. Perceba que as necessidades de cada um são normalmente antagônicas, por exemplo: os clientes sempre querem um preço mais baixo e os colaboradores, um salário maior.

Boas empresas conseguem atender a estas necessidades de forma melhor que seus concorrentes, repetidamente. Como os gestores destas empresas fazem? Eles priorizam seus resultados financeiros. Quando observam a receita, os custos, despesas e o lucro, conseguem dirimir estas discrepâncias entre os “stakeholders” e alcançam resultados espetaculares, mês após mês, ano após ano. Além disso, desdobram metas até o último nível gerencial, priorizando aquelas que realmente darão impacto no resultado financeiro.
"“Os benefícios à sociedade de uma administração são notados pela população por obras de infraestrutura, pagamentos de auxílio ou melhoria dos serviços”


Interessante é que o mesmo pensamento deveria ser aplicado para os governos. Os benefícios à sociedade de uma administração são notados pela população por obras de infraestrutura, pagamentos de auxílio ou melhoria dos serviços de educação, cultura e saúde. Estes benefícios exigem dinheiro que proveem de impostos da própria população. Caso um governo gaste mais do que arrecada, ele precisará se endividar com empréstimos ou emissão de títulos da dívida pública. Essa dívida será paga obviamente pelos pagadores de impostos futuros, mais conhecidos por nossos filhos e netos. Ou seja, da mesma forma que as empresas, os nossos políticos deveriam focar na boa saúde financeira de sua prefeitura, seu estado ou União.

Em resumo, as metas e resultados financeiros são as mais importantes das organizações públicas ou privadas, não por uma visão simplista de riqueza ou acúmulo de capital e sim porque separam, sem controvérsias, os maus gestores de bons gestores.

* Consultor-Sócio da Avante Gestão, tem mais de 20 anos de atuação em consultorias como Falconi e Instituto Aquila, atendendo a clientes no Brasil, Canadá, Portugal e Bolívia

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