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05 de abril, de 2024 | 09:10

Justiça: família ainda espera respostas do assassinato de instalador de forro

Ao Diário do Aço, a PCMG esclareceu que as investigações e o inquérito policial sobre o caso continuam em andamento

Arquivo pessoal
A vítima trabalhava como instalador de forro PVC e deixou duas filhas, gêmeas, de nove anos.A vítima trabalhava como instalador de forro PVC e deixou duas filhas, gêmeas, de nove anos.
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Neste mês de abril, completa um ano de um crime ainda sem respostas. Na manhã do dia 6 de abril de 2023, o corpo de Uandair Reinoso Salzmann, de 32 anos, foi encontrado em meio a um matagal em Santana do Paraíso, com os braços amarrados para trás, uma fita na boca e com marcas de agressão.

Sem indícios de envolvimento com tráfico de drogas ou outras ilicitudes, a morte de Uandair carrega um “quê” de mistério, sobretudo, pela forma cruel com a qual ele foi assassinado. Um documento pericial a que o Diário do Aço teve acesso aponta que a causa do óbito foi traumatismo cranioencefálico.

Além disso, a vítima tinha vários ferimentos pelo corpo: duas lesões corto-contusas profundas na região occipital direita, acarretando ampla fratura e afundamento ósseos, com perda de massa encefálica; pequena lesão contusa circular na região frontal direita; além de outros machucados e sinais de tortura.

Deste então, uma família que vive no Vale do Aço teve que passar pela dor do luto, e enfrenta não somente a saudade do instalador de forro PVC, como o sentimento de impunidade e impotência.

“A família, amigos e clientes têm um sentimento de frustração e tristeza diante de tanta crueldade com um pai de família que não tinha envolvimento com coisas ilícitas, e diante da impunidade e silêncio sobre o caso. A população quer uma resposta da Justiça”, afirma um familiar ouvido pelo Diário do Aço.

Insegurança
Além de todo sofrimento causado pela morte e pelos mistérios que circundam o caso, a família convive com a angústia diária e medo de represálias dos criminosos envolvidos neste crime bárbaro.

“A família tem medo, porque não sabemos o motivo desse crime cruel na nossa região, e que chocou toda população e a família”, revela o parente.

Arquivo pessoal
Familiares relatam que Uandair Reinoso Salzmann era uma pessoa tranquila, como bom relacionamento com a esposa e sem histórico de envolvimento com coisas ilícitas Familiares relatam que Uandair Reinoso Salzmann era uma pessoa tranquila, como bom relacionamento com a esposa e sem histórico de envolvimento com coisas ilícitas

Quem era Uandair?
Uandair passou boa parte de sua vida no bairro Mangueiras, em Coronel Fabriciano, onde sua família ainda reside, mas morava no bairro Bethânia, em Ipatinga, havia cerca de 12 anos, desde que havia se casado. Trabalhava como instalador de forro PVC e deixou duas filhas, gêmeas, de nove anos.

O instalador tinha planos de ir para os Estados Unidos tentar uma vida melhor. Dias antes de ser morto, segundo informado pela fonte entrevistada pelo DA, teria pedido a um familiar recursos financeiros para concretizar seu desejo. A vontade de conseguir realizar o sonho era tamanha que a vítima estaria em um quadro de ansiedade.

Desaparecimento
Uandair desapareceu no dia 3 de abril e seu corpo foi encontrado no dia 6. Na data do desaparecimento, ele manteve contato com sua esposa durante todo o dia, via aplicativo de mensagens, mas parou de responder no período da noite, e não retornou para casa.

A situação gerou estranheza, e uma campanha para localizá-lo foi iniciada, no entanto, o desfecho foi trágico e surpreendeu quem o conhecia. “Não imaginávamos que alguém teria coragem de fazer isso com ele. Imaginávamos que ele pudesse ter ‘surtado’. Na nossa cabeça não entrava que nós acharíamos um corpo”, lamentou o familiar.

Desdobramentos
Após a localização do corpo, outras ocorrências ligadas ao fato foram registradas. No dia 27 de junho de 2023, policiais militares prenderam um casal por tráfico de drogas e porte de arma de fogo durante uma abordagem na avenida Gerasa, no Bethânia, em Ipatinga. O carro em que estavam os abordados, um Ford Escort, de cor bege, teria alguma relação com a morte de Uandair. O automóvel foi visto acompanhando o carro da vítima, mas o indivíduo, ao ser questionado pela PM, ficou em silêncio.

No dia 30 de junho, outra novidade no caso: o veículo Chevrolet Corsa GL picape, placas MPL-3316, que pertencia a Uandair, foi localizado na garagem de um imóvel com aparência de estar abandonado, em Ipatinga. Mesmo com esses desdobramentos, a família anseia por mais: quer respostas, justiça. “Qual a motivação? Quem foi? Ninguém acredita no que aconteceu. Ele trabalhou a vida toda”, questiona a família.

Investigação continua
O familiar ouvido pelo Diário do Aço nesta quinta-feira (4) informou que, após completar quatro meses do homicídio, a polícia não deu nenhum retorno à família e amigos, e avisou que o Ministério Público de Minas Gerais tinha que autorizá-la a intimar os suspeitos. Esta foi a última notícia recebida pela família por parte das autoridades.

Procurados pelo Diário do Aço, a PCMG, por meio de nota, informou “que devido à complexidade do crime, as investigações e o inquérito policial continuam em andamento, para completa elucidação da autoria e materialidade. Tão logo as investigações sejam finalizadas, outras informações poderão ser repassadas”.

A reportagem do jornal também procurou o MPMG, no entanto, até o fechamento desta edição, não obtivemos repostas.
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Comentários

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Rafaela

05 de abril, 2024 | 19:29

“A polícia está empenhada para resolução da trama,como está para segurança de Ipatinga mg.”

Sem Lei

05 de abril, 2024 | 16:31

“Se o cidadão não tem envolvimento com o mundo do crime o mais provável que assassinato aconteceu em razão do serviço do mesmo exemplo: dinheiro recebido e a não execução do serviço ou serviço que não agradou o cliente”

Adevogada

05 de abril, 2024 | 09:52

“Um crime que desafia o poder de investigação, maioria dos crimes hj em dia é a PM que elucida e repassa as informações para a PC que só formaliza e realiza as oitivas pertinentes.”

Jose

05 de abril, 2024 | 09:37

“Aquele que estava seguindo o carro da vítima, ao ser questionado pela polícia ficou em silêncio" Aí a polícia se questionada sobre este fato, ela diz que o suspeito é inocente, porque não confessou nada.? é isto mesmo? A polícia já dispensou este suspeito? Porque ficou em silêncio? tá na cara que tá envolvido. Quanta ingenuidade desta polícia. aff.”

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