09 de abril, de 2024 | 20:11
Júri condena réu a mais de 29 anos de cadeia por homicídio em Iapu
O Tribunal do Júri da Comarca de Inhapim condenou nesta terça-feira (9) Rafael Resende Lima de Oliveira, de 31 anos, a uma pena de 29 anos e sete meses de prisão. Ele é acusado de matar a golpes de faca Diego Bahia de Souza, de 19 anos. O crime foi praticado no dia 24 de maio do ano passado na rua Pedro Lopes de Souza, no bairro Caixa Dágua, em Iapu. O motivo, conforme apurado na investigação, seria dívida de drogas.Rafael foi julgado nesta terça-feira no Salão do Júri da Comarca de Inhapim. Ele não compareceu presencialmente, mas em videoconferência. O réu encontra-se no Presídio de Três Corações, na região Sul de Minas, transferido do Presídio de Inhapim após um motim. A juíza de Direito Larissa Teixeira da Costa presidiu o julgamento. O promotor Jonas Junio Linhares Costa Monteiro representou o Ministério Público.
O Diário do Aço divulgou na época o crime, que chegou a ser tratado inicialmente como um latrocínio (roubo seguido de morte). Diego trabalhava na reforma de uma casa na rua Pedro Lopes de Souza, no bairro Caixa DÁgua, e pensou-se que ela havia sofrido um acidente de trabalho. Porém, médicos constataram cerca de 20 perfurações no corpo do jovem, principalmente na região do tórax e pescoço. Foi quando o caso começou a ser tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). Entretanto, a investigação provocou uma reviravolta.
Exames no IML identificaram a violência sofrida pela vítima
De acordo com a denúncia do Ministério Público, policiais militares receberam informações que a vítima estava no posto de saúde sem sinais vitais. No exame realizado no Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga constatou-se a morte violenta intencional”.
Nas investigações da Polícia Civil apurou-se que o acusado Rafael reiteradamente ameaçava a vítima Diego de morte, via aplicativo de mensagem. Prática habitual do imputado com os indivíduos que tinham dívidas de entorpecentes para com ele. Consta ainda, que em data pretérita, o autor já havia desferido tapas no rosto do ofendido”, pontuou o promotor Jonas Junio Linhares Costa Monteiro.
Como Diego não teria quitado a dívida de drogas, Rafael teria ido à residência em construção, onde estava a vítima, armado com um objeto perfurante e, de forma repentina, desferiu diversos golpes nas costas e no pescoço de Diego. Após a agressão contra a vítima, o acusado fugiu do local, não sendo mais localizado.
Réu foi julgado por homicídio com três qualificadoras
Diante das investigações, segundo a denúncia do Ministério Público, Rafael foi denunciado e depois pronunciado por homicídio com três qualificadoras. Ele sentou-se no banco dos réus respondendo pelo crime qualificado: Motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Evidenciou-se que o crime foi praticado por motivo torpe, na medida em que o autor matou a vítima como forma de retaliação a uma dívida de droga contraída. Ficou constatado também o emprego de meio cruel, por conta da selvageria e da barbaridade da conduta do autor, que perpetrou vários golpes com instrumento perfurante para matar o ofendido. A ação foi cometida com brutalidade e violência além da necessária para a execução do crime”, detalhou o representante do MPMG.
O julgamento no Tribunal do Júri da Comarca de Inhapim começou por volta das 9h de terça-feira e se encerrou no fim da tarde, quando o Conselho de Sentença reconheceu a culpabilidade do réu. Diante da decisão dos jurados, a juíza que presidia a sessão sentenciou Rafael à pena de 29 anos e sete meses de prisão. A defesa ainda pode recorrer.
Relembre o caso
Na época do crime, por volta das 14h de 24 de maio de 2023, os funcionários do posto de saúde foram chamados por familiares de Diego, pois suspeitavam que ele havia sofrido um acidente de trabalho na reforma em uma residência. Os técnicos de enfermagem foram ao local e depararam-se com a vítima caída de lado e, sob o corpo, havia grande quantidade de sangue.
O jovem foi encaminhado ao posto em uma ambulância ao posto de saúde, onde um médico informou que não havia sinais vitais. A perícia indicou inicialmente que era inconclusivo o que teria ocorrido na residência, se foi acidente ou homicídio.
Porém, ao avaliar o corpo da vítima foram constatadas diversas perfurações, o que se confirmou em um exame mais detalhado no IML de Ipatinga, quando ficou evidenciado que Diego foi assassinado. Inicialmente, a PM suspeitou que fosse um crime de latrocínio, pois o celular do jovem havia sumido. A tese de roubo seguido de morte foi descartada durante as investigações.
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