14 de maio, de 2024 | 09:30

Concessionária utiliza tecnologia e inovação na operação e manutenção da EFVM

Recursos tecnológicos também são aplicados no treinamento de maquinistas

Matheus Valadares
Centro de Gestão de Conhecimento é considerado carinhosamente com a faculdade da ValeCentro de Gestão de Conhecimento é considerado carinhosamente com a faculdade da Vale

A Vale tem como seu berço Minas Gerais, onde a multinacional tem 20 minas em operação, que garantem mais da metade da produção de minério de ferro da empresa. Para que o produto chegue aos clientes, espalhados por diversos países, a mineradora conta com uma rede de logística que integra minas, ferrovias, navios e portos. A convite da mineradora, a reportagem do Diário do Aço foi até a Unidade Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo, onde fica o sistema integrado de logística e operação.

Para garantir a segurança dos trabalhadores, passageiros e “vizinhos” da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), - que completou 120 anos da inauguração do primeiro trecho nesta segunda-feira (13) - a concessionária da malha utiliza inteligência artificial, simuladores, sistemas de monitoramento e equipamentos de alta performance na operação e manutenção.

A inovação está presente na inteligência artificial, por exemplo, uma das principais ferramentas utilizadas na inspeção de vagões. Por meio de algoritmos avançados, câmeras e sensores ao longo da via são capazes de identificar com precisão se os componentes e estruturas estão dentro dos padrões esperados. Cerca de 3.000 vagões são inspecionados de forma automática diariamente.

Outro exemplo de tecnologia aplicada na linha é o carro controle, um veículo ferroviário de última geração com equipamentos de medições da geometria da malha que torna possível programar manutenções preventivas com base em suas leituras.

Todas as informações são repassadas ao Centro de Controle Operacional (CCO), em Vitória, que gerencia a movimentação diária de dois trens de passageiros e, em torno de 40 tipos de mercadorias, entre minério de ferro, aço, soja, carvão e outros combustíveis ao longo de toda a ferrovia. Na planta de Tubarão são avaliadas condições climáticas por meio de sistemas de pluviometria e temperatura, facilitando as tomadas de decisões em períodos chuvosos ou de temperaturas elevadas.

Também é no CCO que é controlado o tráfego pela malha ferroviária, permitindo, inclusive, a parada automática dos trens em casos de alguma falha ou desvios de operação.
Matheus Valadares
Com a tecnologia embarcada, profissionais da Vale podem agir previamente, como realizar ações corretivasCom a tecnologia embarcada, profissionais da Vale podem agir previamente, como realizar ações corretivas


A velocidade máxima é supervisionada de forma automática e ao alcance do maquinista estão recursos como computador de bordo, sistema de freio eletropneumático que proporciona uma rápida e uniforme resposta de frenagem gerando paradas suaves.

Segurança das comunidades
A Vale também investe em recursos para garantir a segurança de pessoas nas proximidades da ferrovia. Cabe destacar os sistemas de controle de Passagens em Nível (PN) que detectam automaticamente a aproximação dos trens, sinalizando sua chegada por meio de sinais sonoros e interrompendo o tráfego rodoviário com cancelas, assim como ocorre no acesso ao Aeroporto Regional do Vale do Aço.

Com a prorrogação da concessão da EFVM, em 2020, a Vale se comprometeu a fazer obras que aumentem ainda mais a segurança e a mobilidade urbana nas comunidades por onde passa a ferrovia. No Vale do Aço, foram feitas passarelas em Ipatinga, Timóteo e Santana do Paraíso, além do início da obra do viaduto rodoviário que ligará a BR-458 ao aeroporto.

Treinamento
A formação dos profissionais que atuarão na ferrovia também utiliza recursos tecnológicos. Três Centros de Operações de Aprendizagem são utilizados para a qualificação de maquinistas, oficiais de operação, controladores de pátios, controladores de tráfego, entre outros profissionais.

Todos eles possuem cabines capazes de simular todas as funções que o maquinista executa durante uma viagem real do trem. “O maquinista tem uma grade de curso. Vamos supor que ele vem de uma experiência na operação, de até dois anos, e ele vem para ser maquinista de pátio [opera dentro da planta], ele passa quase que um mês em teorias e alguns treinamentos práticos, entre eles o simulador. Há também a parte prática de aproximadamente dois, três meses com a operação assistida, e depois passa por uma prova, obviamente. Em um certo ponto, depois da sua carreira, ele pode virar maquinista de viagem [transporta as cargas pela EFVM]. Ele volta aqui para o centro, passa novamente por uma carga horária aproximada de 30 dias, e faz o modo mais avançado”, explicou Leonardo Dias, coordenador de aprendizagem RH.

Este modelo de simulador foi desenvolvido no Brasil, fruto de uma parceria entre a Vale e a Universidade de São Paulo (USP). Está presente na Unidade Tubarão, em Vitória, Ipatinga e nas operações da empresa no Maranhão, onde é usado no treinamento de equipes que atuam na Estrada de Ferro Carajás (EFC).

Vetor de desenvolvimento
O volume de carga transportado em 2023 foi de 105,3 milhões de toneladas, sendo 85,1 milhões de toneladas de minério e 20,2 milhões de toneladas de carga geral (soja, milho, calcário, entre outros), sendo considerado um grande vetor de desenvolvimento para a região.

“A estrada de ferro é um grande vetor de desenvolvimento”, afirmou Gildiney Sales, diretor da EFVM, em entrevista coletiva concedida no Complexo de Tubarão. A ferrovia é classificada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) como uma das ferrovias mais seguras do Brasil, e neste ano recebeu mais uma classificação. “Foi considerada a ferrovia com o melhor desempenho ambiental de todas as ferrovias no Brasil”, lembrou Gildiney.

A malha é responsável por 30% do transporte de produtos por meio ferroviário no país, e tem como cliente, por exemplo, a Usiminas, uma das principais empresas do Vale do Aço. Por meio da EFVM, a Vale transporta o carvão que chega no porto para a planta da siderúrgica em Ipatinga.
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Comentários

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Wander Bersan

14 de maio, 2024 | 21:27

“Vale sempre atenta com a questao tecnologia e meio ambiente , seguranca em primeiro lugar , Parabens p vale e toda equipe envolvida na ferrovia.”

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