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24 de maio, de 2024 | 07:14

No Dia Nacional do Café, especialista desvenda mitos e verdades sobre a bebida

Arquivo pessoal
João Cláudio é Q-Grader e mestre de torra de cafésJoão Cláudio é Q-Grader e mestre de torra de cafés
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Nesta sexta-feira (24) é celebrado o Dia Nacional do Café. No dia a dia de muitos brasileiros, sobretudo dos mineiros, uma xícara da bebida faz toda a diferença. Neste contexto, a reportagem do Diário do Aço entrevista o Q-Grader (que pode ser traduzido como Avaliador Q de qualidade – um expert em café) e mestre de torra de cafés, João Cláudio do Nascimento Araújo. Ele trabalha nessa área há mais de 12 anos e também é fundador e proprietário da Kávé, um estabelecimento de torrefação e moagem de cafés especiais, localizado no bairro Cidade Nobre, em Ipatinga.

Na entrevista, João Cláudio desvenda os principais mitos e verdades sobre a bebida, como a diferença do café especial, premium e gourmet, além do “jeito certo” de preparação e degustação.

Qualidade
João Cláudio explicou que os cafés tradicionais, comumente vendidos em supermercados, contêm bastante impurezas. “Os poucos grãos de café que se têm são defeituosos, como cafés mofados, verdes e colhidos antes da hora. Eles têm uma torra muito escura justamente para mascarar esses defeitos e por isso são vendidos por um preço popular”, afirmou.

João também ressaltou que o café gourmet não contém impurezas, mas ainda assim conta com a presença de grãos verdes ou defeituosos em sua composição. Por esse motivo, não alcançam a pontuação necessária para um café especial.

“Já o café especial é um café sem nenhum tipo de impurezas e seu grão é totalmente sadio, colhido no momento certo quando estão maduros. Eles passam por uma avaliação feita por um especialista seguindo o protocolo internacional de avaliação de cafés desenvolvido pela Specialty Coffee Association (SCA). Precisam ter acima de 80 pontos para ser classificado como café especial”, detalhou.

Torra
Conforme explicações do especialista, a torra também faz toda a diferença na hora de deixar a bebida saborosa e saudável. “A torra média é a mais usada entre os cafés especiais, é ela que vai destacar os sensoriais do café caramelizando e a frutose. Enquanto a torra escura queima a frutose do café e a torra clara não desenvolve todos os sabores do grão”, pontuou João Cláudio.

Ele também destacou que os cafés especiais passam por um estudo de perfil de torra, onde se considera “controle do fluxo de ar do equipamento de torra, temperatura do grão e detalhadamente cada etapa do processo de desenvolvimento da torra”.

Variação de sabores
O Q-Grader ainda contou que, no caso dos cafés especiais, existe a possibilidade de ter diversos sabores de café. “Cada variedade, terroir, clima, altitude, tudo isso influencia no sensorial final do café. Para fazer essa avaliação sensorial existe a roda de sabores, a qual contém mais de 150 características e atributos que um café pode entregar.

Arquivo pessoal
João Cláudio também é fundador e proprietário de um estabelecimento de torrefação e moagem de cafés especiais João Cláudio também é fundador e proprietário de um estabelecimento de torrefação e moagem de cafés especiais

Dentre esses sensoriais, o café especial pode ter melaço, chocolate, frutas cítricas, nozes, rapadura e dentre outros. Tudo isso do próprio fruto do café. Por esse motivo, geralmente o café especial é tomado sem açúcar. Por possuir o próprio açúcar do fruto”.

O “jeito certo” de preparo
João Cláudio reiterou que atualmente há muitas maneiras de preparar o café. “Temos o famoso coado, a prensa francesa, a cafeteira italiana. Há ainda V60, aeropress, pressca e por aí vai. Junto a isso existem inúmeras receitas”.

O especialista acrescenta que uma receita muito conhecida e que agrada a muitos paladares é 10 gramas de café especial para 100 ml de água. “Algumas dicas importantes são: escaldar com água quente o filtro, coador e garrafa sempre para tirar as impurezas. Despejar a água que se vai fazer no café em duas a três etapas, dependendo da quantidade do preparo, para extrair o máximo de sensorial possível”, explicou.

Saúde
João enfatizou que priorizar a qualidade da bebida faz com que haja uma melhoria na saúde. “Por não conter impurezas e os grãos serem totalmente sadios, o café especial é o que há de melhor para a saúde se tratando de café.

Assim como não faz bem para a saúde comer frutas podres, não faz bem também tomar bebida que os grãos são podres, mofados e cheios de impurezas”.

Diferença entre os cafés, especial, gourmet e premium
Classificador e degustador de cafés, João Cláudio do Nascimento Araújo reitera que é possível identificar facilmente a diferença entre o café especial, o gourmet e o premium.

“Cafés especiais sempre contêm informações na embalagem como a variedade do grão, a pontuação acima de 80, a região produtora do café, a altitude que ele foi cultivado e os sensoriais que contêm. O ideal é procurar uma torrefação de cafés, onde além dessas informações, a pessoa sempre vai tomar um café de torra e moagem fresca e ter certeza sobre a qualidade do café que está tomando”, afirmou.

No caso de café gourmet, João pontua que apresentam o nome “gourmet” na embalagem e que alguns informam de qual região é o produto. “Por fim, o café premium sempre vai conter a famosa frase ‘100% arábica’, o que nada tem a ver com qualidade. Ele só está informando que aquele café é 100% de uma espécie”, concluiu.
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Comentários

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Jeferson

24 de maio, 2024 | 16:19

“Está um empresário de sucesso atendimento somente classes econômicas B e C,as classes D e E, saboreia café do supermercado.”

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