23 de maio, de 2024 | 17:34

Professores do Cefet-MG Timóteo votam pela continuação da greve

Divulgação
Servidores exibiram cartazes em frente à instituição em protesto contra a precariedade da educação pública federal Servidores exibiram cartazes em frente à instituição em protesto contra a precariedade da educação pública federal

Nesta quinta-feira (23), os docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG Timóteo) se reuniram em assembleia para avaliar a proposta apresentada pelo governo federal neste mês e o andamento das negociações sobre a greve de servidores federais de educação. Os professores decidiram continuar a paralisação, ainda por tempo indeterminado, até o fechamento de um acordo.

A categoria deflagrou greve no dia 15 de março. Desde então, 58 instituições, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e mais de 500 campi de Institutos Federais aderiram à paralisação. Técnicos administrativos das instituições federais também estão paralisados desde março. No Vale do Aço, além do Cefet, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus Ipatinga, também suspendeu o calendário letivo.

Na quarta-feira (22), professores e estudantes do Cefet–Timóteo fizeram uma manifestação no campus, para expor à sociedade a situação da greve. Os servidores fizeram panfletagem, defendendo o ensino público, gratuito e de qualidade, além de denunciar a precarização das instituições de ensino federal em função dos diversos cortes orçamentários vindos do governo.

O professor do campus de Timóteo e secretário para assuntos profissionais e jurídicos do Sindicato de Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Sindcefet-MG), Adilson Mendes Ricardo, conta que a manifestação integrou a Marcha da Classe Trabalhadora, que reuniu mais de 10 mil trabalhadores de diversas regiões em Brasília (DF).

"Protestamos em defesa do emprego, de condições dignas de trabalho, além de lutar contra os ataques aos direitos da classe trabalhadora. A revogação do Novo Ensino Médio, da Reforma Trabalhista e da Previdência, da Lei da Terceirização e do Arcabouço Fiscal também foram pontos da pauta".

A categoria afirma que não houve reposição salarial dos servidores públicos de educação entre 2016 e 2022 que fosse compatível com a inflação. Além disso, a recomposição orçamentária das Instituições de Ensino Federal é necessária para a prática do ensino e da pesquisa de qualidade e a revogação de regulações que prejudicam docentes e discentes.

Negociações
"O governo insiste no 27 de maio como último prazo para assinatura do termo de acordo, aceitando a proposta apresentada em 15 de maio que, se implementada, além de alijar aposentadas e aposentados, fará com que o salário de um docente graduado 40 horas em início de carreira em 2026 seja menor que o valor pago hoje no Piso Nacional do Magistério. É mais um ataque de desestruturação e desequilíbrio contra a carreira docente", publicou o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).

Nesta quinta-feira, os comandos de greve das entidades da educação federal solicitaram ao governo a manutenção da mesa de negociação.

Reivindicações
Em greve desde março, a categoria reivindica aumento de 22,71%, dividido em três parcelas iguais de 7,06% em 2024, 2025 e 2026. A oferta do governo, porém, até o momento é de 9% para janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Os docentes também cobram reestruturação de carreira e a revogação de normas aprovadas nos governos anteriores (de Michel Temer e Jair Bolsonaro).
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Comentários

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Almir

24 de maio, 2024 | 20:09

“Sim, Alexandre. A classe dos trabalhadores da educação é a única que repõe o período em greve. Assim, não é nenhuma vantagem o período parado para o docente, também. Se tem uma greve desse tamanho e com essa adesão história é porque a situação está realmente intolerável.”

Pablo Santos

24 de maio, 2024 | 12:38

“Enquanto isso o Governo Federal corta verbas da inflação.

Parabéns!”

Alexandre

24 de maio, 2024 | 09:17

“De pleno acordo com o direito de greve e do valor do professor para o presente e para as futuras gerações, mas é importante que a classe da educação (professores e técnicos) tenham comprometimento com a sua obrigação de recompor os dias legítimos de paralisação, com aulas efetivamente compensadas e trabalho presencial, nunca se esquecendo que são servidores públicos.”

Marley

24 de maio, 2024 | 07:52

“O dia em que a nação do mundo inteiro acordar e ver que o PROFESSOR , é a base de todos os ensinamentos para a vida em todos os sentidos , aí sim teremos orgulho de ser chamados de seres humanos racionais .
No mais é bater palmas pra esses governantes do mundo que alguns , só pensam em sacrificarem os semelhantes . ( pra não dizer outras palavras incovenientes .)
Muita Força pra categoria.!”

Almir

23 de maio, 2024 | 22:06

“"O Governo Federal investiu em média R$ 56.000,00 por policial na reestruturação das carreiras das polícias federais. Para os docentes o governo oferece R$ 28.000,00 e R$ 14.000,00 para os TAEs." Dados apresentados pelo representante do SINASEFE, Leandro Tomarero, em reunião de audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Esses dados refletem a opinião pública, a plataforma de governo da candidatura eleita e os anseios da base popular de apoio do atual governo?
Se uma instituição de ensino fosse uma pessoa que ganhava R$ 1.000,00 por mês em 2016, ela estaria vivendo hoje com R$ 700,00. Isso só de redução da renda, sem contar o que subiu a conta do supermercado.
A recomposição salarial é o mínimo. Corrigir a inflação é o mínimo de dignidade a ser dada à educação federal brasileira.”

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