19 de junho, de 2024 | 11:00

BEM-VINDA, UFOP

Antônio Nahas Junior *


Para Ipatinga e para todo o Vale do Aço, o anúncio do Campus Avançado da UFOP na nossa região é uma grande alegria. Uma instituição renomada como ela fortalece, imensamente, o polo metal mecânico aqui instalado.

As origens da UFOP são centenárias. Remontam a 1839, com a instalação da Escola de Farmácia em Ouro Preto, a qual foi a primeira faculdade do estado e a mais antiga da América Latina nesta área.

Em 1874, quando D. Pedro II trouxe para Minas Gerais o cientista francês Henri Gorceix, outro passo foi dado. Gorceix conhecia a mineralogia profundamente. Fora preparador de mineralogia, geologia e botânica na Escola Normal Superior de Paris. Antes de vir ao Brasil, era assistente de geologia na Escola Normal Superior na França. D. Pedro II chamou-o para dar uma resposta a um antigo sonho dos mineiros: conhecer o potencial mineral do estado e criar condições para sua exploração pelos próprios mineiros. Como o imperador bem sabia, Minas carregava o travo amargo de ter tido seu ouro explorado por Portugal, tendo sobrado apenas migalhas para o estado.

Gorceix encontrou em Minas uma riqueza incalculável de recursos minerais, mas que era explorada de forma artesanal. Seu projeto apresentado a D. Pedro previa a Fundação da Escola de Minas, para formação de geólogos, engenheiros, diretores, para o fortalecimento da indústria mineira.
“Ao invés de criticá-la, temos que procurar torná-la uma realidade, criando as condições para que esta se torne irreversível”


A Escola de Minas foi inaugurada solenemente de 12 de outubro de 1876 e cumpriu plenamente os seus objetivos. Dali saíram ideias, iniciativas, projetos que amadureceram por todo o estado, lançando as bases da nossa siderurgia. Por lá passaram Carlos Chagas, Pandiá Calógeras, Amaro Lanari, um dos fundadores da Usiminas, e Getúlio Vargas (que não concluiu o curso).

Em 1969, com a junção da Escola de Farmácia e da Escola de Minas, forma-se a UFOP, que agora vem para o Vale do Aço dar continuidade à epopeia de Gorceix.

Trata-se ainda de uma ideia inicial. Porém, ao invés de criticá-la, temos que procurar torná-la uma realidade, criando as condições para que esta se torne irreversível.

Como instituição federal, pode dedicar recursos a pesquisas nas áreas de interesse do empresariado local, criando produtos, barateando custos e aumentando a competitividade da indústria do aço.

É muito importante o envolvimento do setor público e das indústrias locais, para a atração deste importante vetor de desenvolvimento.
“É muito importante o envolvimento do setor público e das indústrias locais, para a atração deste importante vetor de desenvolvimento”


Ipatinga poderia fazer tratativas com a reitoria da UFOP, ofertando vantagens logísticas para tornar a instalação do campus irreversível.

As indústrias também podem fazer a sua parte, propondo parcerias e até mesmo atração de recursos para pesquisa e inovação. Basta lembrar que apenas na FINEP há 11 editais de subvenção econômica, totalizando 218 bilhões de reais, aguardando a proposição de empresas acompanhadas por instituição de ensino e pesquisa.

Em especial, a Usiminas, com a sua expertise tecnológica, que a destaca no grupo Ternium-Techint, poderia colher frutos importantes com esta integração, a exemplo da sua vitoriosa parceria com o SENAI.

Techint e o governo da Itália
Parabéns ao grupo Techint que soube valer a sua força e a sua influência política, levando as suas reivindicações diretamente a Lula, por intermédio da primeira-ministra Giorgia Meloni. Reivindicação muito justa. Gol de placa.

* Economista, empresário e morador de Ipatinga. Diretor da NMC Integrativa.

Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Gildázio Garcia Vitor

20 de junho, 2024 | 20:07

“Caríssimo Sr. Toninho, obrigado pela atenção e resposta!
"A história do Getúlio é aquela que você disser", está querendo me ofender? Não chega os idiotas das Direitas não?!
Em primeiro lugar, sou apenas um medíocre Professor de Geografia e de História, mas com um defeito, leio demais. Em segundo, citei a obra, que li a partir do dia 17/5/2015. Hoje, venho completar essa informação, para não ficar pensando enviesado e acreditando que a História é que eu "disser":
"2- No tiroteio, um jovem tomba morto.
Seria Getúlio, aos quinze anos, o assassino? (1896-8)." (pág. 45 a 57).
NETO, Lira; Getúlio: dos anos de formação à conquista do poder (1882-1930)/ Lira Neto - 1. ed - São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
E em terceiro, caso, não tenha tido tempo de ler, após o meu Amigo, Professor "Marcola", terminar a leitura/estudo da trilogia, se interessar, emprestar-lhe-ei com muito prazer.
Mais uma vez, obrigado pela atenção!”

Franco Werk

20 de junho, 2024 | 10:26

“O colunista comete inverdade ao dizer que o ouro doi "explorado" por Portugal pois 80 % ficaram por aqui mesmo e somente 20 % iam pra coroa...Verdade é o que se quer pois ela liberta... Investigue”

Obrigado, Gildazio.. Pois é? Getúlio Fugiu Por Isto Mesmo.:: Agora és é? Apostar Que a Ufop Seja Apoiada Por Todos ?.

19 de junho, 2024 | 22:55

“Obrigado, Gildazio. Nosso sonho. A história de Getúlio é? aquela q vc disser mas mostra a importância da Ufop para o Brasil”

Gildázio Garcia Vitor

19 de junho, 2024 | 13:32

“? Sr. Toninho, este nosso sonho faz parte daqueles, como diz Marilene Tuler, da "utopia do possível." Mas estou com os dois pés atrás, principalmente o esquerdo. Afinal, gato escaldado, ainda mais velho e com pneumonia, tem medo de água fria,
Parabéns pela sintética História* da UFOP e das sugestões às empresas e mais empresários.

*Getúlio Vargas estava cursando o equivalente ao Ensino Médio atual e teve que fugir por envolvimento, junto com os irmãos, no assassinato de um jovem "quatrocentão" de família riquíssima de São Paulo. Muito mais que os Vargas com todas as suas Estâncias no Sul e Uruguai.
("Getúlio: 1882-1930", de Lira Neto)”

Envie seu Comentário