09 de julho, de 2024 | 11:00
O que preciso saber das finanças da minha empresa?
Bruno Trindade *
É importante perceber que o CEO e o time de diretores, devem conhecer os resultados financeiros de sua empresa além de verificar se as pessoas estão atingindo ou não as metas financeiras traçadas. Como expliquei no artigo anterior (“Metas Financeiras São Importantes?”), são elas que definem o sucesso da empresa, sem dúvidas.
Então, o que se deve conhecer das finanças da empresa? Inicialmente, são importantes:
- Demonstrativos contábeis => DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), Balanço Patrimonial e DFC (Demonstrativo de Fluxo de caixa).
Destes, minimamente o DRE é mais básico para se entender a saúde da empresa. Ele mostra em sua estrutura quanto do faturamento virou lucro conforme a estrutura:
Faturamento ou receita bruta: tudo aquilo que foi vendido e faturado de produtos a serviços
(-) Impostos sobre vendas: o que foi pago aos governos calculados sobre a receita (ISS, ICMS, PIS e COFINS)
(-) Deduções: são as devoluções ocorridas
(=) Receita operacional líquida ou ROL: é a receita bruta descontando dos itens acima (impostos e deduções)
(-) Custos: todos os gastos necessários a fabricação e entrega dos produtos. É conhecido também como a dificuldade de entregar os produtos ou serviços (daí o termo custo ou custoso)
(=) Lucro Bruto: é a ROL subtraída dos custos
(-) Despesas: são os gastos com o apoio às atividades fim da empresa, normalmente ligadas à área administrativa (RH, financeiro, jurídico, diretoria e conselho)
(=) LAJIDA: é o lucro bruto menos as despesas. Também é conhecido como EBITDA
Note que, até esse ponto, podemos enxergar a saúde operacional de empresa. Empresas com EBITDA crescente mostram que podem gerar caixa para investir ou tem capacidade de pagar as dívidas adquiridas. O EBITDA é o principal indicador de saúde financeira da empresa.
Após essa linha, temos outras linhas da DRE como:
(-) Despesas / Receitas financeiras: valores de receitas com juros de aplicações e despesas com juros de empréstimos
(-) Depreciações e amortizações: os bens da empresa se depreciam e podem ser computados nessa linha
(-) Despesas / Receitas não operacionais: valores de vendas ou despesas não relacionadas à atividade da empresa
(-) Impostos sobre Lucro: tributos aplicados ao lucro (IR e CSLL)
(=) Lucro Líquido: linha final da DRE que identifica o quanto sobrou realmente da receita
A partir da DRE, podemos analisar alguns indicadores de rentabilidade:
1 - Margem de Lucro Bruto ou Contribuição Marginal, é o Lucro bruto dividido pela receita. Se ela estiver crescente, mostra que as compras de insumos, os custos de produção e as vendas estão melhorando.
2 - Margem de EBITDA, é o EBITDA dividido pela receita. Se crescente, mostra que o operacional (vendas, custos e despesas) da empresa está indo bem.
3 - Margem de Lucro Líquido, da mesma forma, é o Lucro líquido dividido pela receita. Se crescente, mostra que a empresa está indo bem no operacional e na parte de gestão de seus investimentos, empréstimos e planejamento tributário.
Estes indicadores são ótimos parâmetros para traçar metas para os principais líderes da empresa. Use-os intensivamente e não deixe a gestão deles a cargo de seu financeiro ou seu contador. Isso pode definir o sucesso ou fracasso de seu empreendimento.
* Consultor-Sócio da Avante Gestão, tem mais de 20 anos de atuação em consultorias como Falconi e Instituto Aquila, atendendo a clientes no Brasil, Canadá, Portugal e Bolívia.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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