23 de julho, de 2024 | 06:00

Hulk “Maravilha”

Fernando Rocha

Foi um grande primeiro tempo do Atlético, algo que não se via desde a vitória de 2 x 0 sobre o Sport Recife, no dia 30 de abril, que se seguiu à queda de produção da equipe, por motivos diversos, que o tirou da briga pelo título.

Dois gols de Hulk, o primeiro depois de um cruzamento milimétrico do Scarpa; o segundo, ao aproveitar uma falha do jogador Praxedes e usar de muito oportunismo, faro de artilheiro, numa arrancada onde literalmente passou por cima do zagueiro e do goleiro do Vasco.

Hulk fez lembrar um trecho da letra de “Fio Maravilha”, composição de Jorge Benjor, que se tornou um segundo hino da torcida do rival, Flamengo, nos anos 70, que diz: “só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol”.

No segundo tempo, visivelmente, o time comandado por Gabriel Milito tirou o pé do acelerador e deixou a impressão de que, se quisesse, poderia ter feito mais um ou dois gols, tal a superioridade técnica e física sobre o adversário, que não conseguiu sequer acertar um chute que obrigasse o goleiro Matheus Mendes a fazer uma defesa.

Reclamação justa
O Cruzeiro perdeu, outra vez, fora de casa, 2 x 0, desta vez para o Palmeiras, em São Paulo, numa partida cercada de polêmicas em torno da atuação do árbitro capixaba Davi de Oliveira Lacerda.

Estou plenamente de acordo com as reclamações do CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, pois o VAR não tinha nada que enfiar a colher de pau, chamar o árbitro para acusar uma falta de Lucas Silva no início da jogada que resultou no gol de empate, ao fim do 1º tempo, o que poderia ter mudado a história da partida.

Mas é preciso reconhecer que o Palmeiras tem um time melhor e foi superior ao Cruzeiro, apesar de desfalcado do jovem atacante Estevão e do lateral Piquerez, dois de seus principais jogadores.

O Cruzeiro, pelo menos, competiu, jogou de igual para igual, e cabe agora ao técnico Fernando Seabra avaliar e corrigir os erros cometidos para se reabilitar diante do Juventude, com o apoio da torcida, nesta quarta-feira, no Mineirão.

FIM DE PAPO

A pressão sobre o técnico Fernando Seabra para escalar os novos contratados aumentou depois da derrota diante do Palmeiras. Barreal está fora do jogo de amanhã, pelo terceiro cartão, e com isso abre vaga no meio de campo que pode ser preenchida por Matheus Henrique. A principal dúvida é se o veterano capitão Lucas Silva será mantido ou substituído por Walace, um dos principais reforços contratados neste meio de temporada. Outro retorno que a China Azul aguarda ansiosamente é do centroavante Juan Dinenno, que desde abril desfalca o time por conta de uma cirurgia de púbis.

Os destaques individuais do Atlético foram muitos, nesta vitória sobre o Vasco. Otávio, o maior de todos, uma atuação irretocável; Junior Alonso também excelente na zaga; Hulk, além dos gols, voltou a jogar muita bola; Scarpa, um monstro no ataque, armando ou defendendo; Bernard fez uma ótima estreia diante da torcida; Fausto Vera errou alguns passes, mas foi muito útil sem a bola, na marcação e fez uma boa estreia; Lyanco jogou poucos minutos, mas já caiu nas graças da torcida pelo estilo limpa trilho, muito forte fisicamente. Para quem tinha dificuldades até de compor o banco de reservas, Milito tem agora opções de sobra para o meio de campo e a defesa. O ataque continua sendo problema, pois se perder Hulk e Paulinho, a única opção é o chileno Vargas.

Os jogadores e a delegação tetracampeã do mundo em 1994, nos Estados Unidos, realizaram, na semana passada, uma festa para celebrar os 30 anos da conquista, em um restaurante no Rio de Janeiro. No entanto, a máxima dos colunistas sociais de antanho - “não convidem mais para a mesma mesa fulano e sicrano, pois já não mais se bicam” -, foi esquecida pelos organizadores. O motivo da polêmica foi a presença no encontro de Ricardo Teixeira, presidente da CBF à época da conquista do tetra, que acabou ficando lado a lado com Romário, ex-jogador e um dos principais protagonistas daquela seleção, hoje senador pelo Rio de Janeiro.

No vídeo divulgado pelas redes sociais, o ex-presidente da CBF, afastado do cargo por corrupção, pois seria banido pela Fifa, faz um breve discurso sob os olhares constrangidos dos jogadores. No final, aplausos discretos e a cara amarrada de Romário. Como deputado federal, Romário já convocou Teixeira à Câmara para falar sobre acusações de corrupção. Além disso, como senador, fez investigações de gestões da CBF. Recentemente, acusou Teixeira de tentar dar um golpe no atual presidente da confederação, Ednaldo Rodrigues. (Fecha o pano!)

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