30 de julho, de 2024 | 06:00
Atuação “exemplar”
Fernando Rocha
A melhor definição sobre a atuação do Cruzeiro foi do técnico Fernando Seabra, logo após a partida, na entrevista coletiva, ao resumir em uma só palavra o desempenho dos jogadores em campo: “exemplar”.
No dicionário da língua portuguesa, “exemplar” significa principalmente ser “modelo”, “padrão”, “amostra”, sendo que a última palavra exprime tudo o que a torcida celeste espera que aconteça com o time daqui para frente na temporada.
Não existe perfeição, sobretudo no futebol, por isso há muito espaço ainda para melhorar, mas a produção atual do time celeste surpreende até o mais otimista dos cruzeirenses, com o time ocupando o 5º lugar, com 35 pontos, cinco a menos que o Flamengo, atual líder do Brasileirão.
Vitória difícil
O Corinthians foi para o Atlético um adversário mais difícil do que o esperado, algo reconhecido até pelo técnico Gabriel Milito, que se disse surpreso pela forma de atuar da equipe paulista.
Isto posto, aliado a pouca inspiração dos jogadores do Galo, o gramado ruim, os uniformes quase iguais das equipes e confusos para os espectadores, os dois alvinegros fizeram uma partida enfadonha e de baixa qualidade técnica.
Destaque para os dois gols de Hulk, marcados em cobranças de pênaltis, ambos incontestáveis, além das boas defesas do goleiro Matheus Mendes, que salvaram o Atlético da derrota e o tornaram favorito para continuar titular da posição.
Com a vitória, o Galo subiu ao 9º lugar, com 28 pontos, mas dois jogos a menos. Agora, vira a chave para encarar amanhã, às 19h, a equipe do CRB, em Maceió, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
FIM DE PAPO
O gramado ruim da Arena MRV prejudicou os dois times, muito mais o Galo, que possui jogadores técnicos que gostam de ter a bola. A torcida foi um espetáculo à parte, recorde de público, com 44.048 pagantes e renda de R$ 3.010.301,27. O problema da acústica no estádio parece ter sido momentaneamente superado, depois que a diretoria contratou a empresa Erhardt, do grupo JBL Professional, que instalou um sistema chamado “Voice Lift”, que amplifica o som dos cânticos dos torcedores nas arquibancadas. Quatro microfones foram instalados abaixo do telão, setor onde agora ficam concentradas todas as torcidas organizadas, para captar o barulho e distribuí-lo por todo o estádio. Este sistema não é novidade em grandes estádios pelo mundo, e aqui no Brasil já existe no Maracanã e Allianz Parque.
Sobre o gramado da Arena MRV, outra grande dor de cabeça a ser solucionada pela diretoria, não vejo outra saída a não ser a sua troca por grama artificial. Um erro no projeto arquitetônico faz com que parte do gramado não receba sol durante essa época do ano, o que impede a sua correta manutenção. O que pode ser feito agora para minimizar o problema é trocar a parte do gramado que não recebe sol, o que será feito nos próximos dias.
Os gramados sintéticos são um dos temas mais polêmicos do futebol atual. Incluo-me entre os que defendem a sua utilização em casos especiais, pela regularidade e velocidade que dá ao jogo. Mas há, também, muitos opositores que usam como argumento principal o fato de não existir gramado sintético nas principais ligas da Europa. Em alguns casos, como em Portugal, os gramados sintéticos são permitidos desde que sejam híbridos, ou seja, misturados com grama natural.
Recentemente, a Holanda baniu os sintéticos da sua principal liga e deu prazo até 2025 para os clubes se adequarem. O motivo principal seria a percepção de que os atletas sofrem risco maior de lesões atuando nestes gramados sintéticos, além do quique da bola, que modificaria de forma significativa a dinâmica do jogo. Outro país que vetou completamente o uso de gramado sintético foi a Inglaterra. Em contraponto, há uma corrente significativa, formada por inúmeros especialistas, que entendem não haver diferença na incidência de lesões entre os dois tipos de piso. No caso do sintético, é fundamental que tenha uma boa manutenção e que, além disso, se faça uma ambientação adequada dos jogadores para a prevenção de lesões. (Fecha o pano)
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