31 de julho, de 2024 | 11:00

Usiminas: Segundo Trimestre poderia ser melhor

Antonio Nahas Junior *

Os resultados apresentados pela Usiminas para o segundo trimestre deste ano surpreenderam muitos analistas. A empresa terminara a reforma do alto-forno 3, o que geraria aumento da sua produtividade e redução dos custos operacionais. Além disso, o retorno da taxação do aço importado da China previa bons momentos para a indústria brasileira de aços planos.

Mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu. Comparado ao ano anterior, as receitas caíram, os custos subiram e praticamente se igualaram às receitas. O trimestre fechou no prejuízo, o que acabou comprometendo também o semestre que, infelizmente, também não apresentou resultados positivos.

Porém, o segundo semestre promete ser melhor. Isto porque a decisão do Ministério da Indústria e Comercio para elevação das alíquotas do aço chinês só deverá gerar efeitos a partir de julho. Foram fixadas cotas de exportação do aço chinês, equivalentes a 130% do volume médio das importações dos anos 2020/2022. Superadas as cotas, as alíquotas do imposto se elevarão dos atuais 9 e 14,4% para 25%. Assim, a partir daí, as compras internas de aço devem se aquecer.

Outro fato citado pela Usiminas na apresentação dos resultados à imprensa foi a desvalorização do real perante o dólar. De fato, em 1º de abril, o dólar valia R$ 5,05 e chegou a valer R$ 5,56 ao fim de junho, valorizando mais de dez por cento num único mês. Real desvalorizado significa elevação do preço dos produtos importados; aumento do valor dos juros e obrigações externas a serem pagas pelos devedores em dólar e, na outra ponta, mais dinheiro no bolso de quem exporta. Sem precisar de fazer nada, os exportadores aumentaram suas receitas em 10% em um mês.
Apenas poucos analistas previram esta possibilidade, uma vez que não houve variações macroeconômicas nacionais ou internacionais que explicassem esta rápida desvalorização do Real. Afinal, o país possui reservas internacionais sólidas e bom saldo na balança comercial.

Todavia, foi um período turbulento, onde havia grande insegurança do chamado Mercado sobre as contas do Governo Federal: haveria ou não cumprimento da meta fiscal? haveria ou não contenção de despesas? E certas declarações do nosso Presidente, embora justificáveis, não foram oportunas e abriram possibilidades aos especuladores.
“Temos pela frente desafios insondáveis: a nomeação do futuro Presidente do Banco Central e as taxas de juros interna e externa”


A valorização do dólar teve duplo efeito na Usiminas: melhorou a rentabilidade na exportação de minério de ferro, mas elevou os preços dos produtos importados e das obrigações externas vinculadas àquela moeda.

Pelas informações que colhemos, este duplo movimento aumentou os custos de produção da empresa, impactando seu resultado bruto e gerando parte dos prejuízos verificados acima.

Tudo indica que o dólar deverá ficar neste novo patamar e, passada a surpresa, é de se esperar que a Usiminas consiga tomar medidas para equacionar este custo, pois grande parte das suas despesas - mão de obra; energia; minério de ferro - não são vinculados àquela moeda.

Como o impacto no custo final não será muito grande (1%), a empresa considera que a desvalorização do real poderá ser compensada pela estabilização do alto-forno 3. Porém, em se tratando de flutuação do dólar, tudo é possível, como vimos recentemente. Temos pela frente desafios insondáveis: a nomeação do futuro Presidente do Banco Central e as taxas de juros interna e externa, que influenciam diretamente na cotação da moeda americana.

De toda forma, a Usiminas prevê elevação do consumo doméstico de aço, vinculado ao aumento da demanda da indústria automobilistica; aumento do consumo das famílias e melhoria da demanda de bens de capital. Prevê também revisão dos seus preços, para fazer face à depreciação do real. Enfim: produzir aços planos no Brasil continua sendo desafiador. Mas, apesar do trimestre não ter sido positivo, os indicadores são bons e os investimentos realizados logo darão frutos.

* Economista, empresário, especialista em administração financeira.

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Comentários

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Tião Aranha

31 de julho, 2024 | 15:06

“? proposta do presidente diminuir o preço do automóvel afim de aumentar a demanda dos consumidores. O custo brasil é muito alto: quarenta por cento deste custo são impostos que vão da fábrica diretamente pro governo. Não existe nenhuma política do governo que beneficia quem produz, ao contrário da China. Essa governo da esquerda tá na contramão da história. Tem incautos que ainda batem palmas. E gostam de ser elogiados. Sempre dão uma de vitimas. Mudando de assunto. Tem um que de tanto falar besteira nem em Israel pode ir mais. Tá jurado. É melhor mandar o vice. Que ontem passou perto da morte. Rs.”

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