04 de agosto, de 2024 | 06:00
Grande fase
Fernando Rocha
No início deste ano, antes do Campeonato Brasileiro começar, a gestão de Ronaldo Fenômeno negociou com empresários a bilheteria de quatro jogos com mando de campo do time, e um deles é este contra o Fortaleza, por valores não revelados e pagos antecipadamente.
Tão logo assumiu a SAF celeste e ficou sabendo da situação, o empresário Pedro Lourenço tentou revertê-la, mas só obteve sucesso parcial, pois o Cruzeiro ainda fará mais uma partida, em Brasília, contra o São Paulo, no dia 15 de setembro, pela 26ª rodada, nessa mesma condição.
Em 5º lugar, com 35 pontos ganhos, um ponto atrás do Fortaleza, que está em 4º, com 36 pontos, esta será a quinta vez da Raposa no Estádio Kleber Andrade, que tem capacidade para 21.152 torcedores, um pouco menos que os atuais 22.500 lugares do Ipatingão.
Novo recorde
Além de bons resultados em campo, a nova SAF do Cruzeiro, sob o comando do empresário Pedro Lourenço, vem obtendo sucesso nas ações fora das quatro linhas.
Uma delas foi o aumento do número de sócios-torcedores, que já ultrapassou o pico alcançado na era Ronaldo, atingindo 73.400 sócios.
O recorde anterior era de 71,2 mil, em novembro de 2022, após o título do Brasileirão/Série B e o retorno à elite do futebol nacional.
Ronaldo Fenômeno pegou uma Raposa com aproximadamente 10 mil sócios, em dezembro de 2021, período em que a torcida azul estava desacreditada com o clube, que foi para a sua terceira disputa na segunda divisão.
Ronaldo se colocou como o salvador da pátria e conseguiu mobilizar a torcida, batendo a meta de 50 mil cruzeirenses no programa “Sócio 5 Estrelas”.
Agora, a meta de Pedrinho é mais ousada, em busca de 100 mil adesões, número que, segundo o empresário e dono do Cruzeiro, fará o futebol celeste se desenvolver e ficar autossustentável.
Em abril, antes do anúncio da venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) de Ronaldo para Pedro Lourenço, o Cruzeiro tinha pouco mais de 45 mil sócios torcedores.
FIM DE PAPO
Desde a reforma no Estádio Kleber Andrade, em 2014, quando foi a casa da seleção de Camarões para a Copa do Mundo no Brasil, o clube celeste não vence por lá em partidas oficiais. A única vitória após a reforma aconteceu no amistoso diante do Rio Branco, em janeiro de 2016. O Cabuloso do então técnico Deivid venceu por 2 a 0, gols de Marcos Vinícius e Rafael Silva. Nesse mesmo ano, foi derrotado pelo Flamengo, por 2 a 1, na 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.
A última partida do Cruzeiro, em Cariacica, na região metropolitana de Vitória-ES, aconteceu no ano passado, quando jogou pela última rodada da fase de grupos do Campeonato Mineiro e só empatou com o Democrata de Sete Lagoas, por 1 a 1. Bruno Rodrigues marcou o gol celeste e Thulio fez para o Jacaré. Foi uma das piores atuações do Cruzeiro em toda a sua história, e mesmo assim o time se classificou para a fase seguinte, contando com a ajuda do América, que derrotou o Tombense, no Independência.
De acordo com o borderô deste jogo, feito pela Federação Mineira de Futebol, o público total registrado foi de 6.589 torcedores, renda de R$ 405.888,00, enquanto as despesas alcançaram R$ 199.276,34, além de impostos e taxas que somaram R$ 3.259,83. O Cruzeiro foi o gestor do evento e obteve lucro liquido de R$ 206.611,66 com a bilheteria. A partida foi transferida do Mineirão para Cariacica devido a um desacordo sobre cobranças de taxas, entre a direção da SAF e a administração do “Gigante da Pampulha”.
Considerando a atual boa fase do Cruzeiro, o público esperado amanhã não deve ultrapassar 10 mil pagantes. Considerando um ticket médio ao preço de R$ 100,00, a renda bruta não ultrapassaria R$ 1 milhão, o que nem de longe daria para cobrir todas as despesas do jogo, incluindo a quota paga aos clubes. Diz um ditado popular, aqui dos nossos grotões, que “debaixo desse angu tem carne”, mesmo assim nenhuma autoridade se manifestou até agora ou quis investigar este grande mistério.(Fecha o pano!)
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