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13 de agosto, de 2024 | 06:00

Clássico ok

Fernando Rocha

O último clássico do ano entre Atlético e Cruzeiro, disputado na noite do último sábado, terminou no frustrante empate de 0 a 0.

Com apenas a torcida celeste presente, em razão de um acordo das diretorias feito no início deste ano, o recorde de presença foi batido com o registro de 61.583 pagantes, um a mais que na final do Mineiro.

Muitos colegas não gostaram do clássico, que, de fato, foi morno, muito abaixo das expectativas, mas longe de ser considerado um jogo ruim de ver.

Concordo que os dois maiores rivais, aqui dos nossos grotões, pelos elencos que possuem, poderiam para produzir um melhor espetáculo à altura de suas tradições e do público presente, mas, dentro do que foi traçado como estratégia pelos treinadores, foi um clássico ok.

Erros à parte
O técnico do Cruzeiro, Fernando Seabra, surpreendeu ao escalar Walace de titular e deixar Lucas Romero na reserva, além de optar pelo jovem Kaíque na ala esquerda e o experiente Marlon ficou na suplência.

No Galo, o técnico Milito quis repetir o que deu certo na decisão do Mineiro, entrou com três volantes - Otávio, Fausto Vera e Alan Franco -, com isso, reforçou a marcação, anulou o craque do rival, Mateus Pereira, e as jogadas perigosas de Willian pelo lado direito, mas perdeu muito da força ofensiva.

No geral, o Galo foi ligeiramente superior, criou menos, porém teve mais chances claras e obrigou o goleiro Cássio a fazer pelo menos três ótimas defesas. Milito errou ao manter Cadu de titular e não escalar Deyverson desde o início.

O Cruzeiro criou menos, a rigor, teve apenas uma grande chance, quase no fim da partida, quando Arthur Gomes acertou um belo chute que Everson espalmou e a bola acertou a trave.

A manutenção do atacante Kaio Jorge como titular desagradou a China Azul e gera uma série de especulações, baseado no “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

FIM DE PAPO

Galo e Raposa agora voltam as suas atenções para os torneios internacionais. O Atlético enfrenta o San Lorenzo-ARG, amanhã, às 21h30, no estádio “El Cilindro”, em Buenos Aires, pelas oitavas de final da Libertadores. O Cruzeiro joga contra o Boca Juniors no lendário “La Bombonera”, na próxima quinta-feira, às 21h30, pela Copa Sul-Americana. Os adversários dos mineiros não atravessam boa fase, mas, como é a tradição, sempre crescem nas competições continentais e, por isso, não serão fáceis na disputa e todo cuidado é pouco. Os jogos de volta, em BH, serão disputados na próxima semana.

O Boca Juniors tem como principal referência o veterano atacante uruguaio Edison Cavani, 37 anos, que está se despedindo para encerrar a carreira no futebol dos Estados Unidos. O zagueiro Cristian Lema, de 1,92m de altura, 34 anos, bate até na sombra e gosta de apitar o jogo. O “Xeneize Azul y Oro” ocupa o 15º lugar no campeonato argentino, com 14 pontos ganhos em 10 jogos. No fim de semana, poupou vários titulares e só empatou em 1 x 1 com o modesto Independiente Rivadavia. O goleiro Romero foi o destaque ao salvar o time da derrota, pegando um pênalti.

O San Lorenzo de Almagro, carinhosamente chamado de “El Ciclon”, é o time da preferência do Papa Francisco. Em 2013, conquistou pela última vez o campeonato argentino, e no ano seguinte, a Libertadores, pela única vez. Ocupa atualmente a 24ª posição, somando 7 pontos em 9 jogos. O principal destaque da equipe atual está no banco de reservas, o ex-jogador Romagnoli, campeão da Libertadores e agora técnico do time que, no geral, é muito fraco, mas vai dar trabalho ao Galo por jogar em casa, apoiado pela sua fanática torcida.

O radialista Osvaldo Faria dizia que “clássico bom rende notícias uma semana antes e outra depois”. Hoje, com jogos por competições diferentes a cada três dias, fica impossível repercutir os acontecimentos do clássico por tanto tempo. Mesmo que o último encontro entre os dois maiores rivais não tenha agradado muita gente, eleger o árbitro Raphael Klaus como “melhor em campo” foi um exagero da ex-emissora do saudoso “coragem para dizer a verdade”. Em minha opinião, o melhor em campo pelo lado azul foi o goleiro Cássio e do Galo, o Gustavo Scarpa. (Fecha o pano!)

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