15 de agosto, de 2024 | 08:30
Celular x Educação
Luiz Carlos Amorim *
A nossa educação está realmente em declínio. A educação brasileira tem se deteriorado bastante nos últimos tempos, especialmente devido ao hiato durante a pandemia, e isso se reflete nas gerações mais recentes. É claro que não é apenas a escola que deve proporcionar educação às nossas crianças; isso deve começar em casa. Porém, se os pais não receberam uma boa educação, como poderão transmitir uma educação decente para seus filhos?
Fico pasmo com o uso do celular em público, de maneira geral. Em qualquer lugar que estamos, há sempre alguém falando ao telefone, às vezes tão alto que chega a incomodar quem está por perto, independentemente do que estejam fazendo: conversando, lendo, até mesmo pensando. Parece que as pessoas não se importam em expor a sua vida particular e não veem problema em demonstrar falta de educação, proferindo palavrões em altos brados e detalhando situações íntimas que ninguém tem interesse em saber.
No ônibus, então, é um terror. Sempre há alguém às vezes mais de uma pessoa ao mesmo tempo falando tão alto ao telefone que todo o ônibus pode ouvir. E o pior é que não é uma coisa rápida. Alguns permanecem ao telefone desde que entram no ônibus até o momento em que saem. Acabamos sabendo tudo sobre a vida dessas pessoas, mesmo que isso não interesse absolutamente a ninguém. Porque, se houver alguém que se interesse, dificilmente resultará em algo positivo.
Então fico pensando, cá com meus botões: que necessidade é essa que as pessoas têm de expor e impor sua vida aos outros? Onde está a educação, a discrição que deveria ter sido ensinada, onde está o bom senso? No mínimo, deveriam ter a preocupação de não incomodar os vizinhos ao redor, pois todos têm o direito de viajar em paz.
Aqui em Florianópolis, proibiram o uso de música no celular ou em outro aparelho sem fones de ouvido, pois a situação estava se tornando insustentável: uma pessoa aumentava o volume da música mais que a outra, e os passageiros eram obrigados a ouvir músicas de gosto duvidoso, com uma qualidade de som horrível e muito alta. Deveriam proibir também que falassem ao telefone como se quisessem ser ouvidos não pela transmissão das antenas, mas pelo alcance do som da própria voz.
Tenho esperança de que a educação brasileira melhore daqui para frente, e que as novas gerações adotem uma postura mais coerente e digna diante da vida, do próximo, de tudo. Que essas mazelas e outros desrespeitos se tornem coisa do passado.
*Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia Sul Brasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 44 anos de trajetória. [luizcarlosamorim.blogspot.com.br](http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br)
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Tião Aranha
15 de agosto, 2024 | 09:37O povo brasileiro é miscigenado, e a disciplina do sulista tem tudo a ver com a cultura europeia. Até que não chega a privatização das escolas públicas, como quer o Zema e o filho do Ratinho. Neste caso, a vontade do povo e do educador ficam em segundo plano. Rs.”
Gildázio Garcia Vitor
15 de agosto, 2024 | 07:55Excelente! Pensei até que o Sr. estava falando da nossa querida Ipatinga.
Parece-me, que nem a Educação das pessoas e, muito menos, a Educação das Escolas, têm condições de melhorarem. Afinal, os Professores, somos, também, produtos do meio; com relação ao celular, muitos somos piores que os alunos.”