03 de setembro, de 2024 | 08:00

Vale do Aço tem queda nas contratações formais no mês de julho

Anderson Figueiredo
No comércio da região, o saldo de julho foi de -271 e do acumulado do ano de -287No comércio da região, o saldo de julho foi de -271 e do acumulado do ano de -287
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) registrou saldo negativo nas contratações de carteira assinada no mês de julho (-503). Já no acumulado do ano, a situação também não foi diferente, visto que o déficit foi de 222 vagas.

Os dados são referentes ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados na semana que passou pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Já a tabulação dos dados regionais foi feita pelo Observatório das Metropolizações Vale do Aço do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ipatinga e encaminhada ao Diário do Aço.

No sétimo mês do ano, o saldo de cada município foi o seguinte: Ipatinga (-399); Coronel Fabriciano (-74); Santana do Paraíso (+39); e Timóteo (-69). Ou seja, Santana do Paraíso foi o único que apresentou um bom resultado.

Já no acumulado do ano, o desempenho das cidades ocorreu dessa forma: Coronel Fabriciano (+217); Ipatinga (-161); Santana do Paraíso (+191); e Timóteo (-469).

O geógrafo e coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço/IFMG Ipatinga, William Passos, destaca que o mercado de trabalho não pode ser explicado por variações mensais do emprego com carteira assinada. “É uma explicação superficial. Por isso, é importante observar o acumulado do ano. No acumulado de janeiro a julho, o Brasil e o estado vêm gerando saldos positivos, mas o Vale do Aço, com economia muito dependente da Indústria, registra perda do emprego formalizado”, enfatiza.

Indústria
O saldo do mês de julho foi positivo para a indústria, já que a região contratou 63 novas pessoas com carteira assinada. Timóteo foi a única cidade que registrou saldo negativo neste período (-47). As demais tiveram um bom desempenho: Santana do Paraíso (+28); Coronel Fabriciano (+37); e Ipatinga (+45).

Já do primeiro mês do ano até o sétimo, o setor industrial acumulou um saldo de -414. Santana do Paraíso com +129, sendo o único saldo positivo em comparação aos outros municípios da RMVA. Coronel Fabriciano registrou um déficit de -69; Ipatinga -159; e Timóteo: -315.

“Nos sete primeiros meses de 2024, a indústria da região reduziu o estoque de trabalhadores empregados em 414 demitidos a mais que admitidos. A indústria de Ipatinga encerrou 159 contratos e a de Timóteo rescindiu 315 vínculos. A economia regional vem sendo impactada pelas dificuldades do mercado industrial do aço brasileiro, que enfrenta a concorrência do aço chinês. São explicados muito mais por fatores externos à região do que por causas internas”, pontua William Passos.

Comércio
No caso do comércio da região, o saldo foi de -271 no sétimo mês do ano, e entre os meses de janeiro a julho foi de -287.

Em julho, Santana do Paraíso gerou um emprego com carteira assinada. Enquanto Ipatinga demitiu 159 empregados, Coronel Fabriciano 72 e Timóteo 41.

No acumulado do ano, Paraíso também foi a única cidade que mais contratou novos funcionários, sendo o total de 36. O saldo é negativo para os demais municípios, sendo de -130 para a cidade ipatinguense, -65 para Fabriciano e -128 para Timóteo.

Conforme explica o geógrafo, de forma consequente, o comércio sofre com demissões, visto que com menos fluxo de renda na região, injetado pelos salários industriais, há menor movimento e menor faturamento no setor comercial. “Acarretando queda de demanda e ajuste de custos dos empresários, via finalização do vínculo com os colaboradores. Assim como acontece com a economia regional, o que explica a dinâmica do emprego formal no comércio do Vale do Aço são muito mais os fatores externos à atividade. Não a decisão dos empresários”, concluiu.

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