04 de setembro, de 2024 | 11:30
381: Um futuro que se abre
Antonio Nahas Junior *
Enfim, saiu a concessão da BR-381, entre BH e Governador Valadares. Projeto ousado, cuja implementação deverá durar quase uma década. Serão oito anos de intervenções diversas, que incluirão duplicação de 134 quilômetros de pista, construção de 83 quilômetros de faixas adicionais, 20 passarelas e 15 passagens de fauna e mais de $ 9 bilhões de investimento.E há também os trechos 8A e 8B - Caeté a Ravena (Distrito de Sabará) e Ravena a BH -, que ficaram a cargo do DNIT para serem, futuramente, entregues ao Concessionário da 381. Tais trechos incluem milhares de remoções e desapropriações, o que justifica sua exclusão do edital.
É uma excelente notícia, que foi recebida com grande alívio e satisfação por políticos de renome regional como o deputado Celinho do Sintrocel e pela Usiminas, que emitiu nota saudando o resultado positivo do leilão da concessão.
Há também outras duas importantes questões, embora não se comparem à concessão da 381. A primeira delas é a reforma do aeroporto regional do Vale do Aço, já em andamento. Sua modernização e a melhoria da acessibilidade, com a construção do viaduto sobre a ferrovia, já projetado pela Vale, dará também estímulo à economia regional, conectando Ipatinga a diversos outros centros nacionais e internacionais.
O outro projeto em andamento é o ramal ferroviário entre Ipatinga e o Porto de São Mateus, no Espírito Santo, como parte de um projeto bem maior, a ser executado pela empresa Petrocity Ferrovias, que já entrou no IBAMA solicitando a Licença prévia, para dar início à construção. A estrada de Ferro já tem nome: EF 030 e EF456.
O nosso índice de participação no ICMS do Estado, que já chegou perto de 7%, hoje é 1,22%”
Estes projetos podem transformar nossa região e retirá-la da relativa estagnação econômica em que nos encontramos. Afinal, como o IBGE nos informa, nosso PIB per capita é hoje o 52º de Minas Gerais.
O nosso índice de participação na distribuição do ICMS do Estado, que já chegou perto de 7%, hoje é 1,22%, revelando a diminuição da participação de Ipatinga na economia do Estado. Municípios como Nova Lima, Itabira, Itabirito, Conceição do Mato Dentro, impulsionados pela atividade mineraria, possuem hoje índices de participação superiores ao de Ipatinga. Para não falar de Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, Contagem, Betim e Belo Horizonte...
Assim, a melhoria logística é uma oportunidade extraordinária. Haverá diminuição dos custos de transporte; maior rapidez nas entregas; melhor atendimento aos clientes, tornando o Vale, que já possui ótima infraestrutura urbana e mão de obra qualificada, ótimo local para instalação de novas indústrias e serviços. Em economês, diríamos que é uma vantagem competitiva geradora de economias externas, que propicia a formação de aglomerados produtivos.
E estas vantagens podem ainda ser potencializadas com a participação da região no Programa Nova Indústria Brasil, gerenciado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que contém ótimas oportunidades para a regionalização do desenvolvimento.
A capacidade de articulação da administração municipal, sua presença política e integração com a União, são fundamentais para esta oportunidade que se abre. Agora é a chance do Vale levantar a cabeça e conquistar seu espaço.
* Economista, empresário, ex-secretário de Planejamento de Ipatinga. Morador da cidade.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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