04 de setembro, de 2024 | 08:00
Candidaturas femininas às prefeituras da região estão estagnadas
Estudo da CNM mostra que a representatividade feminina aumentou na disputa eleitoral; na RMVA a quantidade permanece igual à de 2020
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoUm novo levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca que 2.311 mulheres irão disputar o cargo nas prefeituras de 1.947 cidades em todo o país, número que corresponde a 15% do total de candidatos do pleito deste ano. Embora apresente uma expansão feminina na participação política, somente em 35% dos municípios (há 5.569 cidades no Brasil) há alguma candidata na disputa, enquanto o percentual é de 98% entre os homens.
Quando se traça um recorte das candidaturas femininas ao cargo de prefeito nos municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), a situação não é diferente. Das 21 candidaturas que irão disputar os votos dos eleitores no dia 6 de outubro nas quatro cidades da região, apenas 19,05% são femininas.
Coronel Fabriciano é a que tem a maior proporção. Dos quatro candidatos, duas são mulheres. Em Ipatinga, das nove candidaturas que estão no páreo para o dia do pleito apenas uma é feminina. Sobre o total de candidaturas há um imbróglio a ser definido pela Justiça Eleitoral. Jadson Heleno e Winter Bolsonaro foram cadastrados no DivulgaCand pelo mesmo partido, o PRTB, e apenas deles permanecerá.
Em Santana do Paraíso, são 2 candidatos à prefeitura, ambos homens. Já em Timóteo, de 6 pleiteantes ao cargo de chefe do Executivo municipal, 1 é mulher.
Comparado às eleições de 2020, o número de candidatas permanece o mesmo, no entanto, a proporção aumentou sutilmente (16,67%), devido à queda do número de candidaturas.
Em Coronel Fabriciano, nas eleições municipais passadas houve seis candidatos ao cargo de prefeito, sendo uma mulher. Em Ipatinga, todas as 7 candidaturas aptas à época eram do sexo masculino. Em Santana do Paraíso, foram cinco homens e duas mulheres na disputa. Por fim, Timóteo teve três homens e uma mulher na corrida eleitoral.
Crescimento no geral
Conforme a pesquisa da CNM, houve crescimento no número de disputas femininas quando comparadas as últimas duas décadas. No ano 2000, por exemplo, a cada 100 candidaturas registradas, oito eram mulheres. Em 2024, a razão subiu para 15 candidatas, levando em conta o mesmo universo.
Apesar de indicar crescimento no número de candidaturas ao longo das corridas eleitorais, a Confederação ressalta que os números não evidenciam o potencial da representatividade feminina na política, já que a maioria da população é composta por mulheres. Nesse sentido, a fundadora e presidente do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), Tania Ziulkoski, enfatiza que a Confederação tem atuado pelo engajamento de mais lideranças políticas femininas em todo o país. O MMM foi criado em 2017 para iniciar esse trabalho da importância de aumentar a representatividade das mulheres nas decisões políticas. A gente sabe o potencial que elas têm e também as dificuldades que enfrentam quando assumem um cargo público. Nesse aspecto, a gente trabalha conjuntamente com ações de sensibilização e empoderamento. Apesar de ainda não ser o ideal, os dados da pesquisa mostram um avanço e vamos continuar trabalhando para que a representatividade seja ainda maior”, destacou a municipalista em entrevista à CNM.
Perfil
O estudo da CNM mostra o perfil das candidaturas femininas nas eleições deste ano. As candidatas possuem em média 49 anos e os homens 51; 79% concluíram o ensino superior, enquanto o percentual masculino é de 55%. A pesquisa mostra ainda que 56% das candidatas são casadas (homens são 69%) e 18% buscam a reeleição. Por sua vez, no universo masculino dos candidatos, 20% tentam o segundo mandato consecutivo.
A porcentagem chegou a 62% para homens e mulheres que se declararam brancos. Aproximadamente 52% das candidatas a prefeita estão concentradas em cinco partidos: MDB (13%), PT (11%), PSD (10%), PL (9%) e União (9%)”, informou o estudo.
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Pablo
04 de setembro, 2024 | 16:49De sensato o amigo tem pouco quando pega meu comentário, uma simples frase direta e cria toda uma historinha por trás.
Primeiro: se a maioria na região é mulher e a maioria nas urnas/ocupando cargos importantes não são mulheres, isso não implica de que NEM AS MULHERES querem votar em outras mulheres?
Segundo: começar com papo de segregação (branco/masculino) é um argumento muito torpe! A maioria da população hoje é miscigenada, até mesmo os "brancos", como sua pessoa diz. Se há uma maioria eleita de determinada etnia é porquê existe quem vota neles (lembrando o primeiro ponto).
Terceiro: As mulheres conquistaram o voto por concessão de homens, não houve nenhum movimento "empoderado" por trás que realmente tenha causado um impacto grande o suficiente para isso e, mesmo se não fosse, a população deve votar por COMPETÊNCIA, não por etnia/fisionomia/sexo/raça (apesar de todos sermos da mesma raça).
Por fim, entenda: Político é eleito para servir a população, não para ser um "Boneco de Olinda" de determinada etnia ou alinhamento político. Ele deve ter suas vertentes e ideias políticas mas, uma vez eleito, serve a população como um todo.”
Joseph
04 de setembro, 2024 | 13:09Já tivemos experiências de sobra, quando elegemos a Dilma, ainda quer mais?”
Sensato
04 de setembro, 2024 | 11:48Pablo e Francisco, parabéns por votar por honestidade e etc, espero que seja isso mesmo. Mas "ispia só", o que a reportagem trata é de representividade. Estamos em uma região que a grande maioria é mulher, e não vemos isso representado nas urnas, nem no número de candidatas e nem nas cadeiras ocupadas nas Câmaras e Prefeituras, obviamente, isso reflete em projetos de leis e politicas públicas, por exemplo. Se você puxar um pouco na memória, ou nos livros de história, vai lembrar que, relativamente, as mulheres tiveram direito ao voto a pouco tempo. Elas também precisam estar nos lugares de decisão. Não somente a mesma parcela da população branca e masculina, como via de regra, ocorrem. Agora, se vocês não conseguem enxergar isso, então, que Deus abençoe as suas "santas ignorâncias". às vezes eu tbm gostaria de ficar nelas e não enxergar o mundo de uma forma macro. Abraços”
Francisco
04 de setembro, 2024 | 08:32Não voto em ninguém baseado em sexo, e sim em competência!”
Pablo
04 de setembro, 2024 | 08:11o que busco em um político é honestidade e força de vontade, não sexo.”