17 de setembro, de 2024 | 08:50

Coronel Fabriciano amanhece sob ''cortina de fumaça'' de queimadas

Logo nas primeiras horas desta terça-feira (17), foi possível notar uma cortina de fumaça sob o município de Coronel Fabriciano, fenômeno causado pelas intensas queimadas que ocorreram na cidade nos últimos dias.

Como já noticiado pelo Diário do Aço, na noite de ontem os bombeiros atenderam uma ocororrência de incêndio que atingia uma área de vegetação próximo à residências, no distrito de Melo Viana.

Mais um incendio em Coronel Fabriciano. www.diariodoaco.com.br/noticia/0118...

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— jornaldiariodoaco.bsky.social (@jornaldiariodoaco.bsky.social) September 17, 2024 at 6:18 AM

Somente nos últimos dias, Coronel Fabriciano teve ao menos quatro pontos de focos de fogo. Um deles foi na Serra dos Cocais. Também na região de Serra em Santana do Paraíso há intensas queimadas.

Outro local bastante atingido foi próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a delegacia de Polícia Civil. Moradores das comunidades próximas tiveram que conviver com fuligens e o cheiro da fumaça.


Qualidade do ar
A plataforma IQair, que estipula o índice de Qualidade do Ar (AQI), classifica como 69 o AQI (quanto maior a pontuação, pior a qualidade) na cidade. A qualidade está em nível moderado

A concentração de PM2.5 – principal poluente conforme o IQair – em Coronel Fabriciano está 3,7 vezes maior que o valor anual recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para qualidade do ar, na manhã desta quarta. O PM2.5 (material particulado fino) compõe a fumaça de queimadas junto a outros gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO).

Todos esses componentes são altamente prejudiciais à saúde humana, e podem agravar doenças respiratórias, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

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Previsão é de mais uma semana com calor e baixa umidade do ar.

Marcos de Abreu, pneumologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX)/Hospital Márcio Cunha e professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga, explicou ao Diário do Aço durante esta semana os efeitos da inalação de fumaça.

“A fumaça de incêndio é composta por gases tóxicos, monóxido e dióxido de carbono. Nesse contexto, existe uma queda do oxigênio, esses gases se ligam à molécula de hemoglobina, dificultando o transporte da molécula de oxigênio para todos os órgãos e sistemas. Além disso, existe um dano direto a todo o sistema respiratório e danos indiretos decorrentes da baixa oxigenação de todos os órgãos e sistemas, como por exemplo alterações cerebrais como sonolência, desmaios, que são decorrentes desse processo”, esclareceu.

Doenças crônicas
Para pacientes com doenças respiratórias, os riscos de inalar fumaça de incêndio são ainda maiores. “Pessoas que são portadoras de doenças respiratórias crônicas, como asma, fibrose pulmonar, fibrose cística, têm um limiar mais baixo, mediante exposições e agressões das vias aéreas por fumaça ou qualquer agente externo. Esses pacientes têm que tomar um cuidado maior, tem que se proteger, evitar essas exposições de fumaça, tomar mais água, manter-se hidratado e, mediante qualquer sintoma relacionado a exacerbação dessa doença, procurar o seu médico, principalmente o pneumologista que acompanha esses pacientes”, detalhou Marcos de Abreu.