26 de outubro, de 2024 | 08:30

Aos 62 anos, Usiminas comemora conquistas e enfrenta desafios de um mercado competitivo

Elvira Nascimento/Divulgação
Chara: ?Estamos focados na melhoria da gestão dos nossos processos, tendo a parte ambiental como uma variável básica nas decisões operacionais?Chara: ?Estamos focados na melhoria da gestão dos nossos processos, tendo a parte ambiental como uma variável básica nas decisões operacionais?

A Usiminas completa 62 anos de instalação neste sábado (26). Companhia produz anualmente aproximadamente quatro milhões de toneladas de aço. O aço produzido em Ipatinga atende, principalmente, o mercado automotivo, a construção civil, a indústria de eletrodomésticos, óleo e gás, naval e energia.

A empresa, que possui unidades siderúrgicas em Ipatinga e em Cubatão (SP), também faz a extração de minério de ferro por meio da Mineração Usiminas e está preparada para atender às demandas de diversos segmentos do mercado, em variadas quantidades e formatos, por meio da Solução Usiminas. No entanto, a empresa enfrenta os desafios de um mercado extremamente competitivo e com exigências ambientais cada vez mais rigorosas.

Há exatamente um ano, a empresa passava a ser presidia por Marcelo Chara. Na época, o executivo era presidente da Ternium Brasil, mas antes, tinha sido vice-presidente Industrial da Usiminas entre 2012 e 2014. Desta forma, o Executivo retornou a Ipatinga há um ano com a missão dar sequência às operações da siderúrgica. Em entrevista ao Diário do Aço, Chara faz um balanço do seu primeiro ano à frente da empresa, explica mudanças tecnológicas e fala sobre o futuro da companhia.

Qual o balanço pode ser feito de um ano da gestão do senhor à frente da Usiminas?
Neste primeiro ano de gestão, enfrentamos diversos desafios operacionais e ambientais, como a reforma do alto-forno 3, um projeto complexo e essencial para a competitividade e futuro da Usiminas.

Nosso foco é estar cada vez mais próximos dos nossos clientes, buscando maior eficiência operacional e mirando nos mercados de maior valor agregado, sempre com a segurança e o meio ambiente como prioridades absolutas, integrando as comunidades em todas as regiões onde atuamos.

Quais os investimentos na área ambiental podem ser destacados?
Nos últimos anos, temos realizado uma série de investimentos e implementado diversas ações importantes na área ambiental. Entre eles, destaco a paralisação de uma de nossas coquerias – uma medida tomada com foco prioritariamente ambiental, a instalação de canhões de névoa nos pátios de matéria-prima, a implantação da Central de Monitoramento Ambiental e da Rede Automática de Monitoramento de Particulados (Ramp). Além disso, colocamos medidores de vazão nas chaminés e fizemos reformas em grandes equipamentos, como sistemas de despoeiramento, filtros de manga e precipitadores eletrostáticos. No entanto, reconhecemos que ainda há um caminho a percorrer, porque a percepção da comunidade ainda é crítica.

Estamos focados na melhoria da gestão dos nossos processos, tendo a parte ambiental como uma variável básica nas decisões operacionais diariamente, além de analisar novos investimentos. Esse é o nosso compromisso com a comunidade, ter excelência industrial cuidando do meio ambiente. Estamos trabalhando para sermos bons vizinhos e conviver em harmonia com a comunidade.

E associado a isso, como a Usiminas tem tratado as inovações tecnológicas em sua planta?
Na Usiminas, a inovação tecnológica é uma prioridade em todas as nossas operações. Temos uma equipe focada exclusivamente em identificar e implementar soluções que otimizem nossos processos industriais e, principalmente, contribuam para a redução dos impactos ambientais.

Um exemplo é a tecnologia que utilizamos para a detecção automática de emissões. Por meio de um sistema avançado de inteligência artificial, nossa Central de Monitoramento Ambiental analisa imagens captadas pelas câmeras da planta, interpretando, em tempo real, fatores como duração, opacidade e intensidade das emissões. Isso permite gerar alertas precisos, imediatos e planos de ação para a melhoria contínua.

O sistema também tem a capacidade de operar 24 horas por dia, diferentemente de outras soluções que dependem de luz natural, o que aumenta ainda mais a eficiência do nosso monitoramento.

Temos vários outros projetos na Usiminas envolvendo robôs, inteligência artificial, automatização, enfim, tudo que possa contribuir para eficiência dos nossos processos, principalmente em segurança e meio ambiente.

Como o senhor vê o atual cenário com as importações do aço chinês no mercado interno? O setor siderúrgico foi ao governo pedir providências em relação às importações, pleito que foi atendido em abril de 2024, com a sobretaxa de 25% sobre o excedente. Isso gerou resultado práticos para a Usiminas?
Reconhecemos o esforço do governo em tentar conter a entrada de aço chinês no Brasil, mas, até o momento, as medidas aplicadas, como o sistema de cota tarifa, ainda não trouxeram resultados efetivos. Em mais de quatro meses de implementação, não observamos impactos significativos, pelo contrário, as importações seguem em ritmo elevado, com média mensal superior a 2023, segundo ano com maior volume de importação da história. Sabemos que o diálogo e o trabalho conjunto com o governo são fundamentais para ajustar as políticas e criar mecanismos que evitem a entrada de aço subsidiado, que distorce o mercado local. Além da sobretaxa, também está em andamento uma investigação antidumping sobre os laminados a frio e revestidos, que foi protocolada pela Usiminas. Contudo, acreditamos que é necessário encontrar soluções de curto prazo que sejam mais eficazes para conter essa invasão de aço chinês no mercado interno, que impacta diretamente nos empregos qualificados dos brasileiros.

A Usiminas chegou aos 62 anos. O que pode ser pontuado como os próximos desafios a serem enfrentados pela empresa?
Nosso maior desafio está em Ipatinga e Cubatão, onde a proximidade com a comunidade exige um compromisso ainda maior com práticas seguras e sustentáveis. Para garantir a longevidade da Usiminas na indústria, precisamos ser referência em segurança, gestão ambiental, operacional e na geração de produtos de alto valor agregado. E isso só se alcança com uma liderança presente, conhecimento técnico, foco, capacitação, desenvolvimento das pessoas e inovação.

Muito se fala na produção com redução de CO2, qual o caminho a empresa deverá adotar daqui para frente?
Lançamos um robusto Plano de Descarbonização como parte da nossa agenda ESG (Ambiental, Social e Governança), com redução de 15%, até 2030, na intensidade de emissões por tonelada de aço bruto produzido, considerando 2019 como ano base.

Por fim, sobre investimentos na educação e geração de oportunidade para os jovens, como esse assunto é tratado pela Usiminas?
Acreditamos firmemente que a educação é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento das pessoas e da sociedade. Neste ano, anunciamos um investimento de R$ 1,8 milhão, com foco em melhorar as condições do ambiente escolar e reconhecer o bom desempenho dos estudantes. Vamos reformar uma escola pública em Ipatinga, com o apoio de voluntários da Usiminas, além de trazer o programa Bolsas de Excelência, que premiará 50 estudantes do ensino médio de escolas públicas, em reconhecimento ao mérito acadêmico em Ipatinga e Cubatão.

Essas ações se somam aos investimentos contínuos que fazemos em áreas como cultura e esporte, além da disponibilização de mais de 100 imóveis cedidos em comodato para instituições sociais no Vale do Aço. Esses projetos refletem o nosso compromisso em apoiar o desenvolvimento humano e social, demonstrando o papel ativo que a indústria deve desempenhar na transformação das comunidades onde está inserida.
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Comentários

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Wander

27 de outubro, 2024 | 18:34

“O fato é que estão explorando os empregados sem valorização e promovendo chefes tóxicos. Isso tudo acaba afetando o desenvolvimento da empresa”

Reinaldo

27 de outubro, 2024 | 12:33

“PARABÉNS!!!
Gostaria, porém, de colocar um ponto importante para quem como eu mora próximo à área industrial. O PÓ preto que cai diariamente, principalmente no período de seca, incomoda demais e não melhorou e, com o estoque de minério no pátio do alienado, atrás da Consul, piorou muito.”

Instituto Interagir

26 de outubro, 2024 | 12:38

“Parabéns Usiminas! São muitos desafios e muitas potencialidades ao longo da trajetória. Na raiz da empresa, a identidade do município de Ipatinga e região!”

Rx

26 de outubro, 2024 | 09:39

“Parabéns usiminas”

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