
26 de outubro, de 2024 | 16:23
PCMG cumpre mandados de busca e apreensão contra advogados investigados por organização criminosa, em Caratinga
Provérbios 21.6., nome da operação, é referência ao trecho bíblico: A riqueza que é ganha desonestamente acaba logo e é uma armadilha mortal”.
Na manhã deste sábado (26), a 2ª Delegacia Regional de Caratinga deu cumprimento a três mandados de busca e apreensão, na segunda fase da operação Provérbios 21.6., com o objetivo de arrecadar documentos e demais elementos informativos para conferir robustez às investigações a cerca de desvio de dinheiro que deveria ter sido entregue a pessoas que conseguiram a sonhada aposentadoria. A estimativa é que valores apropriados indevidamente superem a quantia de R$ 1 milhão.Um casal de advogados é investigado pelos crimes de apropriação indébita majorada e organização criminosa. Eles teriam se apropriado do dinheiro que deveria ter sido entregue aos clientes. Os investigados presos são, Tiago Lopes de Souza, de 38 anos e Tatiana Emerick Rodrigues Lopes, de 42 anos.
Durante a operação, foram apreendidos no escritório de advocacia dos investigados dois computadores e diversos documentos, como procurações, declarações, contratos de honorários e, notadamente, recibos, todos em branco, apenas com a assinatura dos clientes.
Em diversas pastas foi apurado que os investigados adotavam um procedimento padrão de colher assinaturas dos clientes em recibos, contratos de honorários e declarações em branco, para terem ampla liberdade de inserir os valores e demais informações como lhes conviesse, a fim de dar aparência legal, no sentido que os valores a que os clientes teriam direito já havia sido pagos.
Já na residência de um dos advogados foi localizado um documento com anotações de medidas de segurança para ocultação de arquivos, monitoração da polícia e um plano de fuga.
Entenda o caso
Conforme informações apuradas junto à PCMG, o escritório de advocacia dos investigados funciona como verdadeiro escritório do crime”, uma vez que capturava vítimas desde 2008 para propositura de ações previdenciárias.
No entanto, ao invés de agir para garantir os direitos das vítimas, os acusados se apropriaram dos valores que as mesmas tinham direito nos processos judiciais, levantando os alvarás judiciais, sem contudo repassar os valores devidos aos clientes. Essa quantia, inclusive, conforme aponta a operação, supera a ordem de milhões de reais.
PCMG/Divulgação
Exemplos de como era feitos os contratos entre o escritório e os clientes

PCMG/Divulgação


Primeira fase
Na primeira fase da operação, deflagrada na quinta-feira (24), os investigados foram presos preventivamente. A advogada foi localizada em Guarapari/ES e o advogado detido em um motel em Caratinga, próximo à BR-458, enquanto tentava fugir, conforme já noticiado pelo Diário do Aço.
A dupla foi indiciada em diversos inquéritos policiais pelos crimes de apropriação indébita majorada e organização criminosa, sendo que pelo menos outros trinta inquéritos policiais serão instaurados a partir da descoberta de novas vítimas.
A Polícia Civil reforça a importância de que eventuais vítimas procurem a delegacia caso tenham sido lesadas pelos investigados.
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Atenta
26 de outubro, 2024 | 19:10Seria bom que colocassem os nomes dos PILANTRAS, para informar melhor a população quem são. Só falar que é um casal de advogados fica muito superficial. Bota a foto dos meliantes aí também.”
Geraldo Morais
26 de outubro, 2024 | 17:24parabéns a Polícia Civil de Caratinga pela prisão desses elementos que deveriam resguardar os direitos de seus clientes e não os enganar.”