05 de novembro, de 2024 | 08:20

Caso de mulher que desapareceu há 18 anos terá audiência agendada no Fórum de Ipatinga

Álbum pessoal
Paula Pereira tinha 25 anos na época que desapareceu Paula Pereira tinha 25 anos na época que desapareceu

A família de Paula Pereira clama por justiça, passados 18 anos de seu desaparecimento, tempo em que o caso também está sem solução. Paula era vítima de um relacionamento abusivo e desapareceu do dia 8 para o dia 9 de outubro de 2006. A mulher, que morava em um apartamento, no bairro Esperança em Ipatinga, tinha 25 anos à época. Os familiares residem no bairro Iguaçu. Depois de quase duas décadas à espera de Justiça, finalmente o caso tramita no Judiciário. Veja mais informações no vídeo abaixo.

A irmã de Paula, Blenda Pereira, contou à reportagem do Diário do Aço que ela não tinha motivos para desaparecer. A vítima tinha três filhos, que na data dos fatos tinham 8 anos, 4 anos e 1 ano e três meses. “Ela tinha saído da casa do ex-marido, B.A.S., e estava buscando uma vida nova com os filhos, tinha conseguido passar no processo seletivo na prefeitura, o que era o sonho dela. Estudava Enfermagem e o sonho dela era ser enfermeira do Samu. O ex-marido a perseguia e a ameaçava, até que um dia, ela saiu com ele e nunca mais foi vista”, afirmou.

“Os policiais na época foram extremamente incompetentes e não fizeram nenhuma investigação, além de nos culpar pela ausência dela. Durante muitos anos de busca e reconhecimento de corpos, ossadas, arcadas dentárias, a Justiça mandou o processo dela para Belo Horizonte e ninguém conseguiu fazer mais nada. Até esse ano, em que um advogado pegou o caso e viu a negligência. A única pessoa disposta a nos ajudar no momento é o promotor de justiça”, pontuou.
Blenda acrescentou que o ex-marido de Paula se casou novamente, tem outra família e vive uma vida normal.

Vítima pode ter sido assassinada
O advogado criminalista Gerci Júnior destacou em entrevista do Diário do Aço que o Ministério Público e a Assistência de Acusação acreditam que ela foi assassinada e o corpo escondido, visto que todas as provas levariam a este raciocínio. "A primeira pergunta fica no ar: uma mãe abandonaria três filhos menores, documentos, conta bancária e toda a sua família, ou seja, mãe, irmãos e amigos, durante 18 anos? Estaria em outros país, cidade? Só cego que não pode ver acreditaria em uma história dessa. Foram feitas pesquisas e não há movimentações migratórias para outros países. Ela nem sequer tinha passaporte”.

"As testemunhas inquiridas na fase policial e investigatória relataram detalhes dos últimos momentos de Paula, antes de constatado o seu desaparecimento, que tornaram ainda mais evidente a suspeição do envolvimento do ex-marido no sumiço dela. Uma das conclusões mais eficazes é o relatório do delegado de Polícia, doutor Marcelo Franco Marino, que após várias investigações chegou à conclusão do possível autor do homicídio e ocultação de cadáver, que seria o ex-marido", acrescentou.
Dani Roque
Os advogados responsáveis pela Assistência de Acusação acreditam que a vítima foi assassinada, Gerci Júnior e Elizeu Borges Os advogados responsáveis pela Assistência de Acusação acreditam que a vítima foi assassinada, Gerci Júnior e Elizeu Borges


Busca por ajuda
“Foi feita a denúncia pelo promotor de Justiça, denunciando B.A.S. pelo crime de homicídio duplamente qualificado, e a denúncia foi recebida pelo juiz da Vara Criminal e do Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga, sendo o réu intimado, apresentou resposta à acusação por meio de advogados constituídos e será marcada a Audiência de Instrução e Julgamento pelo juiz competente. A família buscou ajuda na Polícia Civil, Ministério Público e agora está me contratando junto ao doutor Eliseu Borges Brasil, para atuarmos no processo como assistentes de acusação, com o objetivo de buscar justiça e que o verdadeiro culpado pague mesmo que tardiamente pelo delito cometido”, afirmou Gerci.

Demora na conclusão do caso
Elizeu Borges Brasil pontuou que "inicialmente, o próprio suspeito acionou a Polícia Militar no dia 9 de outubro de 2006, e confeccionou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dela, alegando que Paula teria saído de casa às 6h30 da manhã e não retornado. Foram muitas investigações feitas pela Polícia Civil e requerimentos feitos pelo Ministério Público até a conclusão do inquérito pelo delegado da Polícia Civil e a Denúncia do Ministério Público”, detalha.

O advogado também acredita ser fantasiosa a versão do investigado, indicando que a mulher estaria fora do Brasil e que teria fugido.


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Comentários

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Roberto Alves da Silveira

06 de novembro, 2024 | 06:32

“Sem querer...mas visto outros casos...a culpa é sempre do marido...nunca é da mulher..recentemente vimos um caso aqui no vale do aço, onde uma mulher é sua irmã foram assasinadas, e quase que a culpa cai no homem. Depois de 18 anos buscam justiça..depois dos filhos criados ,dos tempos mudados e quem vai saber as dificuldades que esse homem como pai passou pra criar essas crianças...quem garante que essa mulher não tinha outra pessoa,talvez estivesse grávida..de alguém que não queria que ninguém soubesse...e agora como sempre no brasil .......a culpa é do "homem "”

Cecília

05 de novembro, 2024 | 21:06

“A justiça dos homens pode até falhar, mas a justiça de Deus pode tardar, mas não falha, nunca.
#justiçaparapaula”

Anônimo

05 de novembro, 2024 | 18:24

“#justiçapelapaula Que a justiça repare os erros cometidos.”

Gabriela

05 de novembro, 2024 | 16:55

“Queremos justiça, 18 anos esperando
#justicaparaPaula”

Salomé

05 de novembro, 2024 | 14:58

“A justiça brasileira é pelo CPF.”

Elaine Silva

05 de novembro, 2024 | 13:49

“Justiça pela Paula que está representando todas as mulheres que sofrem de violência na nossa cidade de Ipatinga! Grato ao Dr Igor (promotor) que abraçou esta causa.”

Felipe

05 de novembro, 2024 | 13:08

“anseio pela justiça do altíssimo, a justiça do altíssimo tarda mais não falha, mesmo havendo arrependimento as consequências vem.
Cedo ou tarde.”

Cristiano

05 de novembro, 2024 | 11:09

“Queemos apenas justiça para a Paula.”

Cristiano dos Santos

05 de novembro, 2024 | 09:43

“pena demais”

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