12 de novembro, de 2024 | 08:00
Título merecido
Fernando Rocha
A decisão da Copa do Brasil foi um bom jogo. Os dois times jogaram muito, com o Atlético melhor no primeiro tempo e o Flamengo no segundo, merecendo a vitória por 1 x 0 e a conquista do título, que poderia ter sido até uma goleada, não fossem as várias defesas milagrosas do goleiro Everson.Coisas do futebol: aos 36 minutos do segundo tempo, Alan Kardec, que entrou no lugar de Lyanco, furou e perdeu, quase em cima da linha, um gol que poderia ter mudado a história da partida.
Para piorar ainda mais a situação do Galo, no contra-ataque, Bruno Henrique, que substituiu Gabriel Barbosa, ganhou na velocidade da zaga atleticana e tocou para Gonzalo Plata marcar o gol da vitória e confirmar o título rubro-negro.
A quinta conquista do Flamengo na Copa do Brasil foi muito merecida, sobretudo pela melhor qualidade do seu elenco, que, com a vitória por 3 x 1 no jogo de ida, no Maracanã, praticamente assegurou antecipadamente a taça, placar que soube administrar na Arena MRV.
Cenas inaceitáveis
Se dentro de campo os dois times foram muito bem, infelizmente fora das quatro linhas a situação foi diferente, com o mau comportamento de uma grande parte da torcida alvinegra.
Começou com um idiota que, usando um laser, incomodou o goleiro Rossi, do Flamengo, obrigando a paralisação da partida várias vezes.
O pior, inaceitável, veio depois do gol do Flamengo, quando vários objetos e bombas foram atirados contra jogadores, comissões técnicas e pessoas que trabalhavam no gramado, ferindo inclusive um fotógrafo, que terá de passar por cirurgia no pé. Além disso, houve invasões por parte de vândalos, marginais que se dizem torcedores do Galo.
Numa atitude antiética e irresponsável, a administração da Arena MRV colocou o hino do clube no mais alto volume do sistema de som do estádio, numa tentativa absurda de abafar a comemoração do título pelos jogadores e pela torcida rubro-negra.
Essas cenas inaceitáveis estão rodando o mundo e certamente vão gerar punições severas ao Atlético, como perda de mando de campo, multas, etc.
FIM DE PAPO
* A pergunta que não quer calar é: como esses marginais conseguem entrar com bombas na Arena do Galo? Claro, contando com a conivência e incompetência da segurança do estádio. Duvido muito que isso ocorra, mas a diretoria tem a obrigação de entregar às autoridades de segurança as imagens das centenas de câmeras espalhadas pela Arena e auxiliar na identificação dos responsáveis pela baderna generalizada registrada após o gol do Flamengo.
* O despreparo e a incompetência de quem administra a Arena MRV ficaram evidentes antes do jogo, com o registro de um grande tumulto na entrada dos torcedores, principalmente do Flamengo. Também não é a primeira vez que a Polícia Militar, ao agir para controlar a multidão, se mostra despreparada, utilizando indiscriminadamente gás de pimenta, o que causa enorme desconforto, principalmente a idosos, mulheres e crianças.
* No sábado à noite, com o foco já na decisão da Sul-Americana, no dia 23, contra o Racing, no Paraguai, o Cruzeiro venceu o Criciúma por 2 x 1 e chegou ao 7º lugar, com 47 pontos, posição que hoje lhe daria uma vaga na Libertadores do ano que vem, devido à conquista do Flamengo na Copa do Brasil. O goleiro Cássio foi um dos grandes nomes do jogo e garantiu a vitória celeste com suas defesas. Mais uma vez, a torcida se fez presente em grande número no Mineirão, com cerca de 30 mil pagantes.
* A China Azul tem bons motivos para sorrir, pois, além da primeira vitória do time sob o comando do técnico Fernando Diniz, viu o grande rival perder o título para o Flamengo e recebeu a notícia da provável contratação do artilheiro Gabriel Barbosa, o Gabigol, que anunciou sua saída do rubro-negro. Mesmo sem brilhar nas últimas duas temporadas, o ídolo do Flamengo deverá chegar ao Cruzeiro com o maior salário de um jogador no futebol brasileiro, cerca de R$ 3,5 milhões mensais por quatro temporadas. Se vale isso tudo, só o tempo dirá, mas, como diz o amigo Manoel Bretas, o Badé, é dinheiro para rapar com a enxada”. (Fecha o pano!)
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