12 de novembro, de 2024 | 14:02

Estado investiga caso similar à ''doença da vaca louca'' em Caratinga

Agência Minas
O órgão estadual informa que permanece acompanhando o caso, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em SaúdeO órgão estadual informa que permanece acompanhando o caso, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, confirmou que investiga um caso provável da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) na forma esporádica, ou seja, que não é transmissível, em Caratinga, no Colar Metropolitano do Vale do Aço.

A maioria dos casos de DCJ, conforme a pasta, ocorre pela forma esporádica (85%) e afeta geralmente pessoas entre 55 e 70 anos (média de 65 anos) e é discretamente mais prevalente em mulheres. O caso do município de Caratinga trata-se de paciente idoso, de 78 anos, do sexo masculino, com alterações neurológicas.

No entanto, o caso não se trata da doença da “vaca louca”, como foi amplamente divulgado nas últimas horas. “A suspeita do caso investigado não está relacionada à Variante da Doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ), que está associada ao consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como Doença da Vaca Louca”, explica a SES-MG em nota.

Essa doença acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos, o que não é o caso do paciente em questão.

Confirmação definitiva
A identificação da proteína 14-3-3 no líquor tem um alto grau de especificidade e sensibilidade para o diagnóstico das formas de DCJ. No entanto, a confirmação definitiva só é possível por meio de exame neuropatológico de fragmentos do cérebro, em caso de óbito.

O órgão estadual informa que permanece acompanhando o caso, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs Minas) e da Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano.

Posição do IMA
Já o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão responsável pela sanidade dos animais de produção do estado, afirma que não há qualquer suspeita ou investigação da ocorrência de EEB em território mineiro, e que o Brasil nunca registrou casos clássicos da EEB, por isso, o risco de contaminação dessa doença é classificado como insignificante pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa).

“A possibilidade da ocorrência dessa enfermidade em animais e, consequentemente, em seres humanos, é mínima devido à situação epidemiológica do estado e às medidas de prevenção adotadas pelo IMA. Essas medidas obedecem a legislação nacional, de acordo com as exigências internacionais da Omsa”, explica.

Sintomas
Embora exista uma grande variação nas manifestações clínicas, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) caracteriza-se pelos seguintes sintomas:
Desordem cerebral com perda de memória; Falta de coordenação de movimentos musculares; Distúrbios da linguagem; Perda da capacidade de comunicação; Perda visual.

Com a progressão da doença, as pessoas podem apresentar insônia, depressão, sensações inusitadas, desordem na marcha, postura rígida, ataques epilépticos e paralisia facial.

Formas clínicas
De acordo com nota do Ministério da Saúde, existem quatro principais formas clínicas da DCJ.
A esporádica, que é o caso investigado em Caratinga, não apresenta causa e fonte infecciosa conhecida, nem relação de transmissibilidade comprovada de pessoa a pessoa.

A hereditária representa de 10% a 15% dos casos de DCJ, e ocorre por mutação hereditária no príon, decorrente de uma mutação no gene que codifica a produção da proteína priônica.

A forma iatrogênica ocorre como consequência de procedimentos cirúrgicos (transplantes de dura-máter e córnea) ou por meio do uso de instrumentos neurocirúrgicos ou eletrodos intracerebrais contaminados. Mais de 250 pacientes em todo o mundo foram associados a esta forma (menos de 1% dos casos).

Já a variante da vDCJ é uma outra doença priônica, que está associada ao consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina (Doença da “Vaca Louca”). Esta doença acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos. O primeiro caso mundial de possível transmissão sanguínea da nova variante da vDCJ foi divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde da Grã-Bretanha.
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