28 de novembro, de 2024 | 08:40

Churrasco salgado: preço da carne deve seguir tendência de alta até 2025

Silvia Miranda
No Vale do Aço, o preço do quilo do contrafilé tem variado entre R$ 50 e R$ 60No Vale do Aço, o preço do quilo do contrafilé tem variado entre R$ 50 e R$ 60

O consumidor em todo o país já percebeu a alta no preço da carne bovina. De fato, nos últimos dias, o mercado tem acompanhado um aumento nos preços da carne de boi no Brasil. Segundo informações divulgadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), os preços da arroba do boi vêm subindo em todo o país desde o fim do mês de agosto.

Neste mês de novembro, a cotação da arroba do boi gordo se manteve acima de R$ 300 e permanece em alta. Nesta semana, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a arroba do boi foi cotada a R$ 348. O aumento no preço da carne bovina também tem impulsionado os valores do bezerro, com os produtores apostando em uma mudança do ciclo pecuário de baixa para alta.

A coordenadora da Regional de Pecuária da Emater em Ipatinga, Cristiane Palmeira, explica que o mercado deve continuar apresentando tendência de alta por um bom tempo. "Isso se deve ao fato de que a arroba do boi está subindo em todo o país. O mercado pecuário está aquecido. Segundo o Cepea, o preço de todas as categorias animais – bois, fêmeas e reposição – não para de subir há três meses. Os últimos meses foram caracterizados por uma virada de ciclo na pecuária", esclarece.

Ciclo pecuário
Na pecuária brasileira, existem ciclos de aumento e redução das cotações. Ainda conforme a coordenadora da Emater, o país passou por alguns anos de queda nos preços da pecuária, e agora esse ciclo se inverteu. "O ciclo funciona assim: com os valores mais altos, ocorre maior abate de fêmeas, o que eleva a oferta de carne no mercado e, consequentemente, reduz o preço. Com menos fêmeas disponíveis, no ano seguinte, cai a produção de bezerros, e as fêmeas existentes são destinadas à reprodução. Isso resulta em menor oferta de carne para comercialização, elevando os preços, que é o que está acontecendo agora", explica Cristiane.

Exportações influenciam
Outro fator apontado pela Emater é a alta do dólar, que contribui para o cenário de preços elevados. A demanda por carne bovina continua aquecida no mercado internacional. Em outubro, o volume exportado de carne in natura atingiu um recorde, com 270 mil toneladas, superando em 45,2% o desempenho do mesmo período de 2023, conforme dados do governo federal. Em comparação, o faturamento cresceu 47,2%.

"Este é outro fator que contribui para o aumento do valor da carne: as exportações de carne in natura também cresceram. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, em outubro, os frigoríficos exportaram 42% a mais do que no mesmo mês do ano passado", acrescenta Cristiane Palmeira.

Alta continua
Os preços devem continuar subindo em 2025, conforme análise da coordenadora da Emater. "O consumo dos brasileiros, mesmo com os preços elevados, permanece firme. E para 2025, a expectativa é de que esses valores continuem. Segundo as previsões, as tendências do mercado futuro do boi gordo indicam que a arroba do boi de pasto deve ficar em torno de R$ 310", destaca Cristiane.

Desafios da produção
A Emater aponta os muitos desafios enfrentados pelos produtores. Um deles foi a seca severa de 2024, que prejudicou significativamente as pastagens. Além disso, os custos com mão de obra, energia elétrica, minerais e diversos itens essenciais para a pecuária tiveram fortes aumentos, reduzindo as margens de lucro.

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Comentários

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Defesa do Consumidor

29 de novembro, 2024 | 02:32

“? muito simples é só ninguém comprar deixa apodrecer aí quero vê se não abaixa o preço.”

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