05 de dezembro, de 2024 | 08:40
Exigências e vagas pouco atrativas estão entre razões do afastamento de candidatos do emprego formal
Débora Anício
A procura por mais flexibilidade tem deixado as vagas tradicionais obsoletas, é o que acreditam profissionais de Recursos Humanos

Durante praticamente todos os meses do ano, cartazes anunciando vagas de emprego ficam colados nas paredes de grandes estabelecimentos varejistas da região, dentre eles supermercados, açougues, sacolões e padarias, e quase nunca são preenchidas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no terceiro trimestre de 2024, cerca de sete milhões de pessoas ainda enfrentavam o desemprego. A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) indicou que no mesmo período, o estado de Minas registrou mais de 500 mil pessoas em situação de desemprego. Então, por que esses cargos ficam vazios?
Joseane Mendes, que já atuou como analista de Recrutamento e Seleção e hoje ela mesma procura uma oportunidade de emprego, afirma que, muitas vezes, essas vagas não são preenchidas devido às exigências estabelecidas pelos comércios. Estão colocando exigências absurdas para vagas simples. Vagas nas quais não precisa ter experiência, a pessoa pode ser treinada”, afirma em entrevista ao Diário do Aço.
Já Vitória Hardt, empresária e gestora de Recursos Humanos, ressalta que a escala 6x1 torna a captação de candidatos mais difícil, principalmente pelos modelos antigos” de trabalho: [A escala 6x1] É uma forma de escravidão moderna pela dedicação excessiva do colaborador ao trabalho e o comércio não oferece salários ou benefícios atrativos”.
Joseane cita a Lei nº11.644 de 10 de março de 2008. A legislação estabelece que um empregador não pode exigir mais de seis meses de experiência para fins de contratação. Além disso, ela ressalta que o salário não é proporcional às atividades previstas nas vagas.
Ao ser questionada sobre o fato de a geração mais nova estar fugindo do regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a ex-recrutadora responde que o problema não é a geração, propriamente dita: Talvez um pouco na questão de exigir mais, pois a visão que as empresas têm é que essa geração é descompromissada e por isso exigem mais. Mas é aí que entra a avaliação da recrutadora, porque exigir muito não quer dizer que a pessoa será a melhor opção. Caráter e determinação não se aprendem na escola”.
Joseane também faz um alerta para muitas vagas que são divulgadas como:
PJ X CLT
Pessoa Jurídica (PJ) e, na realidade, são CLT. Ou seja, as empresas contratam em uma modalidade que não exige tanta responsabilidade, enquanto cobram dos contratados a chegada no horário, o famoso bater ponto”, e a presença na empresa. Vitória tem o mesmo pensamento de Joseane e diz que muitos empresários buscam trabalhadores que não existem: Quer uma pessoa que vista a camisa da empresa, mas fique somente com o ônus, não com o bônus que seria o lucro e a visibilidade, que dedique sua vida ao trabalho”, conclui.
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Zé Polvilho
07 de dezembro, 2024 | 08:23A regra é clara: O tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria é de 35 anos. Enquanto isso, a idade mínima para aposentadoria 65 anos. Então pra que começar a contribuir com a previdência antes dos 30?”
Geração Z
06 de dezembro, 2024 | 17:16Aqui no vale do aço, também podendo ser chamado de vale do salário baixo, existe uma realidade que, o preço das coisas sobe, mas o salário está sempre abaixo da média... Isso não é de hoje. Voltando para a matéria, sim, existem muitos da geração Z que não querem trabalhar por comodidade trazida pelos pais, isso é fato. Mas muito, estão aprendendo a se valorizar, passam anos em uma sala de faculdade, investindo tempo e dinheiro, para receber salários baixos? Fora que muitos enfrentam, ao sair da faculdade, dificuldade em arrumar emprego, pois 90% das empresas hoje exigem experiência profissional para contratação em vaga júnior? Qual a lógica disso? Quem sabe tendo dificuldade em contratar funcionários, as empresas começam a ter a visão, que elas estão exigindo algo de um funcionário, que não condiz com o salário e com o cargo.”
Homen Ferramenta
05 de dezembro, 2024 | 23:31O problema meu amigo não e a exigência e nem a carga horária de trabalho o problema é o salário eu tenho 42 anos autônomo trabalho dez dos 7 anos de idade comprei meu primeiro carro a vista aos 17 anos gol gsi tenho 10 profissões hoje fora as outras robistas que faço só porque gosto mesmo pra min você acha que vou sair da minha casa com uma oficina montada pra ir trabalhar pra ganhar 1.720 por mês com descontos de folha nunca eu saio da minha casa pra ser empregado se me pagar todo tempo que levei pra aprender fazer o serviço bem feito de qualidade e se for bem remunerado conversa comigo acima de 5.000 tô aceitando conversar agora abaixo disso nem gastei sua lábia porque trabalhando pra min tiro bem mais que isso.”
Clenice Alumina
05 de dezembro, 2024 | 14:36Associar a escala 6x1 com a dificuldade de contratar é muita audácia (pra não usar um termo chulo). Se esse fosse o problema a empresa poderia adotar 5x2, 4x3, etc...A CLT fala sobre número máximo de de horas, logo nada impede uma empresa de adotar outras escalas”
Tião
05 de dezembro, 2024 | 13:23Qualquer entregador de fast food recebe mais que um salário comercial pago por essas empresas. Só doido encara contrato clt em supermercado, açougue e sacolão. Vender água mineral e picolé na rua rende mais que isso.”
Vagas
05 de dezembro, 2024 | 13:21As empresas ficam criando emprego formal. Quem aí quer trabalhar pra ganhar salário minimo, meu filho? Salário mínimo dá pra viver quem é solteiro e mora na casa dos pais. Só se for. E essa galera que mora com os pais não quer trabalhar. Quer ir pra faculdade, estudar se formar e arrumar serviço no escritório e ganhar de 3.000 a 5.000 por mês. Essas empresas vão ficar a deus dará, porque pai de família que paga aluguel, tem uma moto pra ir pro serviço paga água, luz, internet vai sobreviver como?, Farmácia, açougue, supermercado, gás de cozinha, fraldas. Se ele ganha salário mínimo tá passando e fome, não dá.”
Anônimo
05 de dezembro, 2024 | 11:26O problema é esse. Essas empresas e recrutadores colocam nas vagas: ter matado pelo menos uns 2 dinossauros, 30 anos de experiência, e pagar 1 salário mínimo. Como uma pessoa que acaba de se formar vai ter experiência, sem ter vivido o trabalho. Fica difícil. E tbm essa geração Z preguiçosa e querendo vida fácil.
A vocês recrutadores e empresas deem oportunidades aos recém formados e paguem um salário justo. Assim não faltará mão de obra.”
Marcos Souza
05 de dezembro, 2024 | 10:26No meu ver como recrutador, temos uma geração de jovens com pouca maturidade, o uso excessivo de telas mostra a esses jovens um mundo que não é o real. Não entendem que trabalhar, faz parte da chegada a vida adulta, que se manter, depende de dinheiro e a única forma de conseguir dinheiro de maneira legal é trabalhando.”
Santiago
05 de dezembro, 2024 | 09:25o problema é que no interior, longe das capitais, onde estamos, o empresário pensa que só ele deve lucrar, os funcionários que recebam o mínimo. muito diferente das prósperas empresas das capitais, que os empresários enxergam os funcionários como de fato colaboradores e proporcionam uma participação maior nos lucros”