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22 de dezembro, de 2024 | 10:30

Crítica da razão, entre o Hipotético e o Científico

Mauro Falcão *

Somos frequentemente colocados na posição de julgadores, analisando situações, comportamentos e determinando o que é certo ou errado. Vivemos como juízes de tudo e todos, muitas vezes sem refletir sobre os critérios que utilizamos para formar nosso convencimento.

Para que nossos julgamentos sejam justos, é imprescindível que sigamos critérios sólidos, como os estabelecidos pela lógica. Um raciocínio bem estruturado, com afirmações verdadeiras, conduz a conclusões confiáveis. Esses fatores cruciais são o que delimitam se nosso pensamento está inserido no campo científico ou no hipotético.

Assim, a validade das hipóteses depende essencialmente de ouvir a consideração de todos os envolvidos. Mais do que estarem presentes, os interessados devem participar ativamente do debate. Caso contrário, o que é muito comum, seremos levados a opinar com base em dados incompletos e parciais. Isso nos expõe ao risco de tirar conclusões erradas, assumir posições inadequadas e até espalhar percepções que prejudicam a reputação de outros.
“Para que nossos julgamentos sejam justos, é imprescindível que sigamos critérios sólidos, como os estabelecidos pela lógica”

Essa consciência, no entanto, nem sempre é imediata. Muitas vezes, só percebemos os danos quando experimentamos na pele os efeitos de julgamentos precipitados. A maturidade e a experiência de vida geralmente nos ensinam que a imparcialidade é uma virtude indispensável para a justiça.

Como regra de equilíbrio, nunca devemos tomar decisões sem considerar todas as perspectivas. No entanto, nossas convicções pessoais, profissionais, religiosas e políticas frequentemente nos levam a priorizar versões que confirmam nossas crenças. É mais confortável ignorar o que desafia nosso ponto de vista do que abrir espaço para uma pluralidade de perspectivas.

Portanto, a verdadeira crítica da razão está no esforço constante para agir com isenção e na disposição de aceitar que julgamentos só são justos quando embasados na totalidade dos fatos e na abertura ao contraditório. Porém, o grande desafio é alcançar essa isenção em um mundo tão polarizado e midiático, onde a emoção desempenha um papel fundamental nas nossas ações.

* Escritor brasileiro. [email protected]

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