21 de dezembro, de 2024 | 17:00

Enchente traz riscos de doenças graves

No município de Coronel Fabriciano a população mantém o trabalho para limpar o rastro de lama e tentar reconstruir o que sobrou após as inundações de terça-feira, 17 de dezembro, quando um temporal estimado em 80mm causou o transbordamento do ribeirão Caladão e inundações em várias ruas e avenidas. Mas além dos prejuízos, é preciso pensar também na saúde daqueles que tiveram contato com água, pois existe o risco de contaminação por doenças como a leptospirose, tétano e a hepatite A.

A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria presente na urina de roedores (rato, ratazana, camundongo) e que normalmente se espalha pela água suja de enchentes, de lamas e de esgotos. A urina de outros animais contaminados pela bactéria (bois, porcos, cavalos, cabras, ovelhas e cães) também pode transmitir a doença.
O médico infectologista de Ipatinga, Márcio Castro, esclarece como a contaminação pode ocorrer por meio do contato com a água da chuva, enxurrada ou áreas alagadas. "Essa água que pode vir trazendo urina de rato, água de córrego com esgoto, vem lavando isso tudo, e quando a pele tem contato com estes locais, uma doença que pode ser transmitida é a leptospirose ou doenças gastrointestinais, hepatites virais em um segundo momento", alerta.

Cuidados

Márcio Castro orienta sobre os primeiros cuidados ao enfrentar uma área alagada após uma enchente: proteger a pele, usando botas de cano alto nos pés ou até mesmo sacos plásticos para proteger a perna e evitar o contato direto com a água da enxurrada.

"E se for mexer na casa, tem que proteger as mãos com luvas, então, como primeiro cuidado, a gente tem que ter essa proteção da pele nesse contato com a água de enxurrada. E segundo, ao limpar os cômodos, móveis e utensílios da casa, sujos da água ou lama, é preciso desinfetar tudo, usando água sanitária. Evitar qualquer ingestão dessa água ou de coisas contaminadas por essa água, como alimentos. Aquelas casas que têm poço de água e esse poço foi contaminado com água da enchente, ele não deve ser utilizado", completa Márcio Castro.

Sintomas
Para as pessoas que não conseguiram se proteger na hora do contato com a enxurrada, é preciso ficar atento a alguns sinais e sintomas, como explica o médico. "Febre, mal-estar, dor no corpo, olhos amarelados, vômito, diarreia, se houver qualquer desses sintomas, procurar o serviço médico e informar que teve contato com a água da enxurrada ou com áreas de alagamento pois, tem potencial de contaminação. Se houve ingestão dessa água, informar o serviço médico para serem investigadas essas doenças possivelmente veiculadas por água", orienta.

Tétano
Segundo informações da Agência Brasil, durante as enchentes, podem ocorrer acidentes como cortes e machucados que podem propiciar a entrada da bactéria causadora do tétano, que pode estar presente em objetos de metal, de madeira, de vidro ou até no solo, como galhos, espinhos e pedaços de móveis.



Peçonhentos
Outra recomendação do Ministério da Saúde é para o cuidado com animais peçonhentos, pois locais com enchentes e ambientes com entulhos e destroços aumentam o risco de acidentes com escorpiões, aranhas e cobras. Em casos de suspeita ou acidentes com animais peçonhentos, a orientação é procurar atendimento médico.

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