16 de janeiro, de 2025 | 15:35

Abrigado no Ipatingão relata momentos de tensão no último dia 12: ''nós tivemos que sair às pressas''

Sofia Carvalhido
A casa de Wanderson Santos, no bairro Forquilha, foi invadida por lama, e ele foi acolhido no abrigo do IpatingãoA casa de Wanderson Santos, no bairro Forquilha, foi invadida por lama, e ele foi acolhido no abrigo do Ipatingão
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
“A situação que eu não queria aconteceu”, assim relata Wanderson Fernando Santos, 33 anos, ajudante de pedreiro, que teve sua casa invadida por barro, água e lama no temporal que abateu Ipatinga no último dia 12. O morador do bairro Forquilha é uma das 64 pessoas abrigadas nas dependências do estádio Ipatingão. Conforme dados atualizados pela Defesa Civil no fim da tarde de quarta-feira (15), o município tem ainda 74 pessoas na Escola Municipal Chirlene Cristina Pereira, no Bethânia, totalizando 138 desabrigados.

Durante entrevista à imprensa no estacionamento da principal praça esportiva do município, Wanderson disse que voltou à avenida Forquilha, onde fica sua residência, após a tragédia, e contou o cenário que encontrou. “Eles [prefeitura] estão arrumando a rua. Na minha casa está caindo mais coisas e vários lugares [na rua] também estão caindo”.

O dia 12
O autônomo revelou que viveu momentos de tensão na madrugada de domingo (12) e que teve que sair às pressas de sua residência. Ele também disse que os vizinhos se ajudavam a sair do cenário de terror e destruição.

“Nós tivemos que sair às pressas, porque veio aquela chuva derrubando o barranco, que caiu sobre o meu muro e derrubou ele também. A minha casa ficou escorada. Tem uma casa em cima da minha que está para cair também, rachou de fora a fora, e era perigoso descer e amassar a minha casa com todo mundo dentro”, afirmou.

“Nós acabamos ajudando as outras pessoas e os demais ajudando uns aos outros”, relembrou. O ajudante também agradeceu a administração municipal pelo apoio às famílias no abrigo. “Graças a Deus a prefeitura está nos ajudando, nos apoiando, junto ao prefeito Gustavo Nunes”.

Futuro incerto
Perguntado sobre como serão os próximos dias, Wanderson afirmou que não sabe e aguarda um retorno da equipe técnica, para saber se terá a moradia liberada. “Daqui para frente agora é só Deus para saber o que é que a gente vai fazer, né? Até sair o que é recomendável pela prefeitura, nós [ficamos aqui] esperando, e só isso”, contou.

Apoio às vítimas
A prefeitura de Ipatinga, por meio de um decreto, irá oferecer o benefício de até um salário mínimo para famílias com até cinco integrantes e de um salário mínimo e meio para famílias com mais de cinco integrantes. Como principais requisitos, o beneficiário precisa ser residente e domiciliado no município; apresentar o laudo de interdição total do imóvel ou o relatório técnico da Defesa Civil caracterizando a situação de risco, perdas e danos.

Abrigos
Tanto o Ipatingão como a Escola Municipal Chirlene Cristina Pereira estão lotados, conforme a administração local. Um terceiro abrigo começa a funcionar na Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves, no bairro Iguaçu. Duas escolas anunciadas inicialmente como pontos para cadastros tiveram suas estruturas desativadas em função da baixa demanda: a Escola Estadual Elza Moreira Lage (rua Sálvia, 170 - Chácaras Madalena) e a Escola Municipal Evaldo Fontes (rua Salmão, 486 - Chácaras Oliveira).

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