19 de janeiro, de 2025 | 00:01

Arte e criatividade aquecem a economia em Minas Gerais

Paulo Lacerda/FCS
Investimento recorde e Lei Descentra impulsionaram setor cultural em 2024Investimento recorde e Lei Descentra impulsionaram setor cultural em 2024
O ano de 2024 marcou um período de grande avanço para a cultura em Minas Gerais. O investimento inédito de R$ 621,2 milhões em cultura promovido pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), impulsionou ações de fomento, programas de capacitação, preservação de patrimônios históricos e fortalecimento das culturas populares e afro-mineiras em todas as regiões do estado.
“Esse aporte resultou em um impacto econômico de R$ 12,7 bilhões e milhares de empregos, evidenciando o papel estratégico da cultura para o desenvolvimento sustentável e a geração de renda. Um montante que inaugura um novo ciclo de desenvolvimento da economia criativa e de proteção ao patrimônio mineiro”, destaca a Agência Minas.

Na avaliação do governo estadual, esse valor foi atingido graças à Lei Descentra Cultura, regulamentada em maio do ano passado, e à modernização dos mecanismos de incentivo, como a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a Lei Paulo Gustavo, o Fundo Estadual de Cultura, o ICMS Patrimônio Cultural e os programas Carnaval da Liberdade, Natal da Mineiridade e Inverno em Minas.

Paulo Lacerda/FCS
Cultura tem papel estratégico para o desenvolvimento Cultura tem papel estratégico para o desenvolvimento

Descentralização
As políticas de descentralização permitiram que diversas cidades fortalecessem as suas tradições e potencializassem os seus calendários culturais, movimentando a economia local e gerando empregos em áreas como artesanato, gastronomia, música e artes cênicas.

As cidades de Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, por exemplo, receberam festivais de música sertaneja e oficinas de gestão cultural. Por sua vez, Montes Claros, no Norte de Minas, sediou o Festival de Viola e Catira, além de promover um amplo intercâmbio de saberes e geração de renda para artesãos e artistas populares.
“O grande diferencial de 2024 foi justamente a interiorização dos recursos culturais. Vimos pequenos e médios municípios ganharem visibilidade e reconhecimento pelas suas produções artísticas, o que fortalece o sentimento de pertencimento e consolida Minas Gerais como um polo nacional de criatividade”, destaca o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira.

Thamiris Rezende/CDPA
Diversos segmentos das artes foram contempladosDiversos segmentos das artes foram contemplados
Proteção do patrimônio
Minas Gerais é internacionalmente reconhecida por seu patrimônio histórico, arquitetônico e cultural. Em 2024, a preservação desse legado ganhou ainda mais força por meio do ICMS Patrimônio Cultural e das ações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
Os reconhecimentos dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, e dos Congados e Reinados como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais são feitos históricos alcançados por Minas Gerais no ano passado.

Em Belo Horizonte, o Circuito Liberdade reforçou sua posição como polo de inovação e cultura, abrigando exposições de arte contemporânea, mostras de cinema e festivais literários, recebendo um público total de 7,4 milhões de pessoas. O Palácio das Artes, gerido pela Fundação Clóvis Salgado (FCS), ampliou a grade de espetáculos de dança, ópera e música de concerto, além de realizar programas de formação para jovens talentos em parceria com instituições de ensino. O Sistema Estadual de Cultura e seus museus próprios, e o Circuito Liberdade, somados ao Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais, composto por 435 museus, registraram um público total de 9,7 milhões de pessoas em 2024.

Leo Bicalho/Secult-MG
O projeto Aineiridade ganhou apoio e visibilidadeO projeto Aineiridade ganhou apoio e visibilidade
Outro destaque foi o programa Aineiridades, desenvolvido pelo Iepha-MG e voltado à salvaguarda de manifestações tradicionais como congadas, moçambiques, folias de reis e festejos afro-brasileiros. Diversas comunidades quilombolas e de matriz africana foram contempladas com editais específicos para financiamento de grupos folclóricos e para a realização de festivais de danças e cantos de origem africana.

Legado e perspectivas
Para 2025, a meta é dar continuidade ao programa Minas Criativa, aprimorar as ações do Aineiridades e expandir ainda mais os programas de descentralização de recursos, levando novos fomentos a todas as regiões do estado. “Dessa forma, o Governo de Minas reforça o compromisso de construir um futuro cada vez mais inclusivo, inovador e conectado às raízes culturais que fazem do estado um verdadeiro celeiro de criatividade e diversidade”, finaliza a Agência Minas.
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