21 de janeiro, de 2025 | 10:55

Caminhoneiro envolvido em acidente com ônibus na BR-116 é preso no ES

Exames indicam que o motorista tinha usado álcool, cocaína e ecstasy

Arilton Bastos Alves, o “Alemão Boy”, de 41 anos, motorista de um caminhão que tracionava uma carreta bi-trem, carregada com dois blocos de granito, e se envolveu em um acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, foi preso nesta terça-feira (21/1) em sua cidade natal, Barra de São Francisco, norte do estado do Espírito Santo.

A informação foi confirmada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na manhã desta terça-feira. “Usando de alta tecnologia, a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas. Em Minas, não há impunidade”, escreveu o governador.

A Polícia Civil confirmou que os exames em material biológico colhido dos dois depois do acidente indicaram que o motorista Arilton Bastos Alves tinha consumido álcool, cocaína e ecstasy. O pedido de prisão preventiva foi acatado pela Justiça e a ordem de prisão foi cumprida por policiais civis da Delegacia Regional de Teófilo Otoni.

O caminhoneiro chegou a se apresentar na Delegacia de Polícia Civil em Teófilo Otoni, no dia 23 de dezembro, dois dias depois da tragédia, prestou depoimento na companhia de advogados, teve colhidas amostras de sangue, e passou a responder ao inquérito em liberdade, conforme noticiado pelo Diário do Aço. O andamento da investigação, entretanto, muda o curso do processo e ele passa a responder, encarcerado.

O acidente ocorreu no dia 21 de dezembro de 2024, envolveu um ônibus que trafegava de São Paulo para o Vale do Mucuri, um carro de passeio e o caminhão que puxava o bitrem e trafegava do Ceará para o Espírito Santo.

Decisão judicial
Em seu despacho, o juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, cita o resultado do exame com a indicação do uso de drogas e aponta a ausência do motorista no local do acidente, o sobrepeso da carga da carreta bi-trem, a ausência de informações das condições de transporte da carga pelo motorista, o excesso de velocidade do veículo, a jornada exaustiva de viagem e a falta de descanso adequado.

O juiz cita que o motorista também não demonstrou disposição de colaborar com as investigações, negando-se a disponibilizar o aparelho celular para análise da perícia. “As investigações fragilizaram a tese de que um estouro de um pneu do ônibus causou a perda de controle do veículo, o que justifica a prisão preventiva do condutor da carreta como forma de resguardo da ordem pública”, detalha.

Igualmente pesa contra o caminhoneiro a reincidência. Levantamentos da PC mostraram que houve recorrência da infração porque, em ocasiões anteriores, o motorista foi abordado por policiais com sintomas de embriaguez, recusando-se a soprar o etilômetro.

O caminhão trafegava a 90 km/h, quando o máximo permitido para o trecho onde houve o sinistro era 80 km/h. Quanto ao excesso de peso transportado, superou 68 toneladas. Cada reboque tinha capacidade máxima de carga de 30 toneladas.

Abaixo, a publicação do governador.

O motorista da carreta envolvido no acidente que matou 39 pessoas no final de 24, na BR-116, foi preso hoje, no ES, pela @pcmgoficial. Usando de alta tecnologia, a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas. Em Minas, não há impunidade!

— Romeu Zema (@RomeuZema) January 21, 2025