22 de janeiro, de 2025 | 09:00
Vale do aço se une para enfrentar as tragédias climáticas
Antônio Nahas *
Muito oportuno ter sido frisada a necessidade de União e articulação dos municípios da Região Metropolitana. Da mesma forma, Santana do Paraíso cancelou diversos eventos previstos para o primeiro semestre: carnaval; festival gastronômico e aniversário da cidade. Afinal, não é hora para comemorações.
Em Ipatinga, a prefeitura atuou com agilidade e determinação, tomando as medidas necessárias diante dos fatos alarmantes. Conforme o Diário do Aço informa, de 160 pessoas ficaram desabrigadas e mais de 900 desalojadas, sendo acolhidos pela ação solidária e rápida. A prefeitura procurou articular-se com as outras esferas governamentais - Governo Estadual e Federal - em busca de recursos para a reconstrução das áreas atingidas e medidas preventivas para que as tragédias não se repitam.
E a participação solidária do CREA contribuiu muito para o trabalho da Defesa Civil, pela competência e experiência dos seus engenheiros. Estas tragédias já eram esperadas. É o que lemos no Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Vale do Aço, recentemente transformado em Lei. No item 4.5, coloca como uma das diretrizes a elaboração de uma Política de Integração da Defesa contra sinistros., com o objetivo de minimizar ou eliminar a sua ocorrência, "bem como seus potenciais de danos humanos, econômicos e/ou ambientais, por meio da integração institucional e de informações." O Plano ressalta que seria decisiva a integração de ações voltadas às catástrofes naturais de ordem climático-meteorológica, geológica ou biológica ou pela combinação destes fatores.
“Cabe a todos desenvolver mecanismos de fortalecimento da representação regional para construir soluções definitivas”
A realidade está mostrando que a tragédia foi regional e as soluções também terão que ser. A ação conjunta dos Prefeitos pode dar maior visibilidade à região, ressaltando sua importância socioeconômica para o Estado. Crises trazem oportunidades e trata-se de um momento para atrair recursos a fundo perdido e acelerar a contratação de operações de crédito.
Os deputados votados na região também poderiam contribuir com suas emendas parlamentares pois os valores não seriam pequenos. Bons projetos, licitações transparentes, audiências públicas, fortalecerão muito este momento de reconstrução. Em diversas ocasiões, as contratações emergenciais, que dispensam licitação, revelaram-se problemáticas e abriram espaço para oportunistas e aproveitadores de toda ordem. Trata-se de um mal a ser evitado.
Uma coisa é certa: As secas e inundações vão continuar. Como revela a estudiosa Kate Marvel, em capitulo no Livro do Clima, editado pela ativista Greta Thunberg, as Secas inundações são fenômenos correlatos nesta nova era climática. Quanto mais quente fica o Planeta, maior será a quantidade de água evaporada, que se acumula na atmosfera, esperando o momento da sua precipitação. Dez trilhões de toneladas de vapor provocam chuvas torrenciais inesperadas. É uma questão de hora e de lugar.
A Agencia de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço - que não se manifestou perante estas tragédias - poderia ser o ponto focal das articulações dos Prefeitos, com vistas a atrair recursos suficientes para eliminar os pontos críticos revelados nas cidades e evitar futuras tragédias. Cabe a todos desenvolver mecanismos de fortalecimento da representação da região para dar maior visibilidade ao Vale do Aço e construir soluções definitivas.
* Economista, empresário. Presidente da NMC Integrativa. Morador de Ipatinga
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