06 de fevereiro, de 2025 | 18:00

Estudante do Unileste é premiada por curta-metragem

Enviado ao Diário do Aço
"Sei que não temos a melhor produção possível, mas sempre segui a ideia ?uma câmera da mão e uma ideia na cabeça?", conta a Giovanna Menezes

Giovanna Menezes, de 22 anos, estuda Publicidade e Propaganda no Unileste e, recentemente, conquistou o Prêmio LOBA (Literaturas e Obras de Autoras) Festival pelo curta-metragem “Nomophobia”, escrito por ela e publicado no YouTube. A roteirista, em entrevista ao Diário do Aço, contou como foi sua trajetória na construção do curta e o que essa conquista representa para ela e para outras mulheres iniciantes no mercado literário no Brasil.

O LOBA Festival é um evento literário com enfoque em autoras brasileiras e com o objetivo de ajudá-las a divulgar suas obras. Já a premiação homônima visa promover a igualdade de gênero entre autores. Giovanna acredita que o prêmio tem o poder de ajudar muitas pessoas que estão começando na escrita e ainda não encontraram a “chave”: “O festival dá um ar diferenciado pra gente. De certa forma, dá um peso maior, mais visibilidade. É bem difícil crescer sozinho no mercado literário, então festivais como o LOBA são extremamente importantes pro nosso contexto”.

O curta-metragem conta a história da personagem Eva, uma garota viciada em tecnologia que fica presa na internet durante um apagão total em sua casa. Enquanto está presa e buscando uma forma de sair, ela precisa encarar os perigos escondidos no mundo virtual. A roteirista explica que o curta foi feito no primeiro período do curso de Publicidade e Propaganda, cujo tema era “Jovens conectados: oportunidades e desafios”. Giovanna e os colegas conversaram com alguns alunos do ensino médio e perceberam padrões de comportamento na internet, como excesso de comparação, vício em videogames e medo do cancelamento.

“Depois de ‘Nomophobia’, escrevi e dirigi outro curta que foi produzido por mim e meus colegas no segundo período da faculdade, mas que ainda não publicamos. Sei que não temos a melhor produção possível, mas sempre segui a ideia ‘uma câmera da mão e uma ideia na cabeça’”, conta a estudante.

Giovanna afirma que inscreveu “Nomophobia” em um momento que não acreditava tanto em si mesma: “Crise dos 20, sabe?”, conta entre risos, “quando me tornei finalista, fiquei muito orgulhosa e já estava feliz por ter chegado até ali. Mas quando vi que havia ganhado, fiquei em choque. Foi uma surpresa maravilhosa ver meu nome como vencedora”.

Cultura no Brasil
Questionada sobre o interesse e acesso à cultura e arte no país, a estudante acredita que as pessoas não valorizam a arte tanto quanto deveriam. “Fica em segundo plano, só um escape. Nem todo mundo aprecia ou entende a importância disso na vida. Sem contar que a arte ainda é um luxo para muitas pessoas. Não é qualquer um que tem a oportunidade de comprar um ingresso pra ver um filme ou dinheiro pra comprar um livro”, explica.

“A hipervalorização do que é de fora é com certeza um dos maiores desafios para a produção nacional”, continua, “nossos cinemas não exibem tantos filmes nacionais quanto deveriam, não falamos tanto sobre livros de autores nacionais quanto poderíamos… já avançamos muito nessa questão, mas ainda temos um longo caminho pela frente”, finaliza.

O curta-metragem está disponível no canal NOMOPHOBIA, no YouTube.

O que é?
Nomofobia é o medo ou pânico irracional de ficar sem acesso ao celular ou meio de comunicação com o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza e reconhece a dependência tecnológica como um transtorno desde 2018.
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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

07 de fevereiro, 2025 | 06:01

“Que beleza! Parabéns garota! Muito sucesso como cineasta. Que você seja uma das sucessora de Maria Sena, inclusive ideologicamente.
Que tal você realizar palestras nas nossas Escolas sem celular nas mãos dos alunos?”

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