07 de fevereiro, de 2025 | 15:15

Jornalista Ruy Castro apresenta no rádio série A Música do Carnaval

Tânia Rego/Agência Brasil
Produção inédita reúne clássicos do cancioneiro nacional e histórias narradas pelo escritor ''imortal'' caratinguenseProdução inédita reúne clássicos do cancioneiro nacional e histórias narradas pelo escritor ''imortal'' caratinguense
No mês que antecede a folia, a Rádio MEC estreia a série A Música do Carnaval, produção inédita apresentada pelo jornalista e escritor caratinguense Ruy Castro. O programa sobre marchinhas e sambas de carnavais antigos vai ao ar na emissora pública, com edições semanais a partir deste domingo (9), às 21h.
Com quatro episódios de uma hora, o conteúdo mescla clássicos do cancioneiro nacional e histórias narradas pelo imortal a respeito de cada obra. A atração destaca curiosidades e revela bastidores sobre os intérpretes, os compositores e essas preciosidades do repertório popular.

"Nesta série de programas vamos apresentar dezenas de grandes marchinhas e sambas dos carnavais do passado. Mas não é por nenhum saudosismo. É que o Carnaval também é cultura, e a cultura é de todas as épocas", define o jornalista, sobre as canções criadas entre as décadas de 1930 e 1960.

A nova produção original de Ruy Castro, Heloisa Seixas e Julia Romeu está disponível em várias plataformas. Além de acompanhar no dial, o ouvinte pode conferir o conteúdo exclusivo no app Rádios EBC, na transmissão em streaming no site da emissora pública e em formato podcast pelo Spotify.
Na estreia, o seriado resgata marchinhas como "Hino do Carnaval Brasileiro", de Lamartine Babo; "A Jardineira", de Benedito Lacerda e Humberto Porto; "Nós, os Carecas", de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr; "Pierrô Apaixonado", de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres; e "Aurora", de Mario Lago e Roberto Roberti, entre outras.

Principais gêneros até a década de 1960
Ruy Castro aborda o tema das músicas lembradas no programa. "As marchinhas, tanto as alegres quanto as mais românticas, gostavam de falar do próprio Carnaval. Também serviam para fazer crítica social e para descrever o cotidiano do brasileiro. Quase todas eram assim: engraçadas, maliciosas e nada inocentes", pontua.
Grandes intérpretes do país entoavam esses sucessos. "Todos os cantores daquele tempo, mesmo os mais românticos, cantavam Carnaval. Até mesmo o talvez maior de todos: Orlando Silva", lembra o jornalista, que ainda menciona nomes como Carmen Miranda, Aracy de Almeida, Mario Reis, Almirante e Francisco Alves, conhecido como "O Rei da Voz".

"Ainda que a partir dos anos 1930 as marchinhas tenham reinado na folia, elas não estavam sozinhas. Havia também os sambas de Carnaval, que eram gravados especialmente para a época e tocavam no rádio sem parar. Não confundir com os sambas-enredo, cantados pelas escolas de samba. Ambos - sambas e marchinhas - foram os dois grandes gêneros carnavalescos até os anos 1960", diz Ruy Castro.

O pesquisador explica como era essa dinâmica no cotidiano. "Todos os compositores importantes faziam tanto marchinhas quanto sambas de Carnaval. As composições eram gravadas em meados do segundo semestre e lançadas no fim do ano. Tocavam o tempo todo no rádio, o povo aprendia e, quando chegava o Carnaval, as multidões cantavam nas ruas. Esta era a magia do Carnaval", celebra.

O clássico "Cidade Maravilhosa", marchinha de André Filho, em versão instrumental, com Zaccarias e sua orquestra, embala o prefixo da série com a alegria que marcava os bailes de Carnaval do século passado e atravessa gerações. "Todos a conhecemos muito bem. Embora tenha sido composta para o Carnaval de 1935, ela se tornou em 2003 o hino oficial da cidade do Rio de Janeiro", ratifica o jornalista.

Sobre o escritor
O jornalista e escritor Ruy Castro, nascido em 26 de fevereiro de 1948, em Caratinga, mudou-se nos primeiros anos de vida com a família para o Rio de Janeiro, onde começou a sua trajetória profissional como repórter, em 1967, e atuou nos principais veículos da imprensa carioca e paulistana. Em 1988 passou a se dedicar aos livros e fez sua estreia como escritor em 1990, com o lançamento de "Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova".

É autor de biografias de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda, reconstituições históricas sobre a bossa nova, o samba-canção e o Rio de Janeiro dos anos 1920, além de romances e obras sobre cinema e literatura. Em 2021, foi agraciado com o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL). No ano seguinte, foi eleito para ocupar a cadeira 13 da ABL.

SERVIÇO
Estreia da série A Música do Carnaval - domingo, dia 9/2, às 21h
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