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09 de fevereiro, de 2025 | 06:00

Favoritismo azul

Fernando Rocha

Por tudo que envolve o clássico de hoje, no Mineirão, o favoritismo é do Cruzeiro, praticamente classificado para as finais do Campeonato Mineiro, com um time recheado de bons jogadores e algumas estrelas que já mostram entrosamento e rendimento em campo.

A torcida azul será única hoje no “Gigante da Pampulha”, por força de um acordo entre os clubes, com previsão de quebra do seu próprio recorde superando 60 mil pagantes, algo que favorece ainda mais o time celeste.

Sob comando do interino, Wesley Carvalho, o Cruzeiro está jogando leve, simples, sem invenções, onde se destacam recém-contratados como o zagueiro Fabrício Bruno e a dupla de ataque Dudu e Gabigol.

Mais do que isso, os jogadores demonstram interesse, vontade de vencer, jogando com raça e determinação, o que tem deixado a torcida satisfeita e confiante numa boa temporada.

Conta chegou
Desde 2006, quando Ipatinga e Cruzeiro decidiram aqui, no Ipatingão, o Campeonato Mineiro, o Galo não esteve fora da decisão do título.

Agora corre sério risco, caso não vença o seu maior rival esta tarde no Mineirão, realidade que o atleticano jamais imaginou que poderia acontecer neste início de fevereiro.

De quem é a culpa? O time principal fez cinco jogos na temporada, sendo dois empates em amistosos nos Estados Unidos e três partidas pelo Mineiro, onde empatou com o América e venceu Villa Nova e Athletic. Fez três, levou apenas um gol e conquistou sete dos nove pontos disputados.

Considerando que ainda está em período de pré-temporada, os resultados são normais, apesar do desempenho muito longe do ideal e do time ainda carecer de reforços.

Caso fique de fora da fase final, se a culpa não pode ser do técnico Cuca e dos jogadores do elenco principal, então, quem são os responsáveis por esta situação de risco a que o clube foi submetido?

A conta chegou e não tenho dúvida em dizer que os grandes culpados são os responsáveis pelo planejamento do clube; ou seja, a começar pelo diretor de futebol Victor Bagy, sem deixar de fora o comando da base, cujo time Sub-20 não teve competência para ganhar ao menos uma partida contra os “poderosos” Aymorés, Democrata/GV e Pouso Alegre.

FIM DE PAPO

Como a corda arrebenta sempre do lado mais fraco, o Atlético começou a caça às bruxas demitindo, na última quinta-feira, o gerente geral das categorias de base, Erasmo Damiani, que estava no clube desde 2021. Mas não será surpresa se parar por aí, quando deveria abranger também o departamento profissional, onde existe há muito tempo um cabide de empregos que abriga ex-jogadores e ídolos do clube, como Víctor Bagy, Leonardo Silva, Éder Aleixo e até o “Rei” Reinaldo.

Pelo visto, superestimaram a qualidade duvidosa da equipe sub-20 e não imaginaram que colocariam em risco um possível hexacampeonato, que não vem desde a década de 80, ao utilizar os garotos nos três primeiros jogos do torneio estadual. Fizeram uma “excursão” sem pé nem cabeça à Disney, dois jogos amistosos fraquíssimos, colhendo uma lesão grave de um jogador promissor e prata da casa, além de um pseudo “fortalecimento de marca”, sem noção alguma, que só trouxe prejuízos ao Clube Atlético Mineiro.

O técnico interino do Cruzeiro, Wesley Carvalho, dirige o time hoje no clássico e, amanhã, passa o bastão para o português Leonardo Jardim, com a certeza do dever cumprido. O Cruzeiro vai se classificar para as finais e tem tudo para conquistar o título que persegue há cinco anos. Jardim tem no currículo passagens e conquistas importantes por grandes clubes mundiais, mas a princípio não deve fazer alterações drásticas no estilo de jogo da equipe, para não perder o que em nossos grotões chamamos de “fio da meada”.

O Campeonato Mineiro é uma verdadeira máquina de moer treinadores, com média de uma demissão por rodada. Ricardo Drubsky foi demitido no Villa Nova após sofrer goleada de 6 x 1 para o Athletic. Contratado imediatamente pelo Itabirito, uma semana depois, goleou o Villa Nova, em Nova Lima, por 4 a 1. Profissional sério, estudioso do futebol, Drubsky dedicou a vitória ao ex-treinador do Itabirito, Cícero Júnior, pois segundo ele “não teve tempo para nada”.

A Rádio Por um Mundo Melhor, de Governador Valadares, pertence à Igreja Católica e possui muita tradição, além de grande audiência nas transmissões de futebol em todo o Leste Mineiro. Na última quinta-feira, viveu uma “saia justa” ao optar por não enviar a sua equipe ao Triângulo Mineiro e retransmitir a jornada esportiva de Uberlândia x Democrata/GV com a Rádio Vitoriosa/105,5 FM. O que a direção da Mundo Melhor não imaginava é que, entre os patrocinadores da rádio de Uberlândia, estaria uma igreja evangélica que teve assim seus cultos e atividades divulgados na emissora católica, além dos muitos abraços dos locutores aos seus pastores. (Fecha o pano!)
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