09 de fevereiro, de 2025 | 08:40
Pacientes reclamam da falta de insulina em postos de saúde no Vale do Aço
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoDesde meados de 2024, diversas pessoas se queixam da falta de insulina (hormona que ajuda no transporte do açúcar do sangue para as células do corpo, onde será usado como energia) nos postos de saúde do Vale do Aço. A situação representa um risco para a saúde de quem tem diabetes e depende do medicamento diariamente.
Conforme dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023, o diabetes atinge 10,2% da população brasileira, inclusive Soraia Mendes (nome fictício para preservar a identidade da fonte), que informou à reportagem do Diário do Aço que precisou comprar o medicamento por não ter encontrado na Saúde Primária. Não sei se da próxima vez vou encontrar a insulina no posto do meu bairro ou se terei que comprar de novo”, relatou a dona de casa, moradora de Ipatinga.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que foi comunicada, pelo Ministério da Saúde (MS), do desabastecimento das insulinas humanas NPH e Regular na apresentação em frascos, devido à descontinuidade na produção por parte do fabricante.
Essas insulinas são utilizadas no atendimento à população nos postos de saúde municipais por meio do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF)”, destacou a nota.
Incertezas
Maurício Caitano, 26 anos, é assistente administrativo e mora em Coronel Fabriciano. Ele relatou que é diabético há seis anos, mas faz uso da insulina há seis meses.
A gente tem que ficar ligando antes de ir para não perder tempo, para não perder viagem, ficar ligando de posto em posto para saber se tem ou se não tem. Todo mês é isso. Ainda não precisei comprar com o meu próprio dinheiro, mas conheço várias outras pessoas, de outras cidades, que não encontram nos postos e precisam adquirir por meios próprios”, explicou.
Apesar de ter conseguido encontrar o medicamento, o diabético também disse já precisou fazer uma peregrinação” pelos bairros fabricianenses para localizar um posto que fornecesse a insulina gratuitamente.
Da última vez que fui, não encontrei no posto de referência do meu bairro, que é o Floresta. Eu tive que procurar no posto do bairro JK, e de lá eu tive que vir para o Centro, onde eu trabalho, e encontrei”.
Riscos
Por fim, Maurício revelou a insegurança devido à situação de distribuição do medicamento. Sendo completamente dependente da insulina, a falta dela nos postos encurta a nossa vida um pouco, porque causa episódios de hiperglicemia, que pode causar cegueira, amputação dos pés, diversas outras comorbidades e inclusive podem levar à morte”, revelou.
No próximo mês vou ter que, caso não encontre, comprar dos meus próprios meios ou então doações, porque somos uma comunidade bem unida, temos grupos de doações, e tentamos fazer o que dá para não ficar sem, porque quando falta, a gente fica com um sentimento de tristeza, impotência, frustração, porque é um medicamento de uso crônico e a gente não consegue viver sem”, concluiu o fabricianense.
Orientações
Conforme o governo estadual, os municípios foram orientados a considerar a demanda total das insulinas humanas na apresentação em caneta, como alternativa para suprir a necessidade decorrente da indisponibilidade da apresentação em frasco.
A SES-MG informa ainda que, imediatamente a partir do recebimento do medicamento no Almoxarifado Central, a distribuição às unidades regionais é autorizada e as etapas de faturamento, separação e expedição iniciadas para a entrega, que é proporcional ao quantitativo fornecido pelo MS a Minas Gerais.
A Secretaria esclarece que houve atraso no envio do medicamento pelo órgão federal ao estado para suprir a demanda referente ao período de 16/1/2025 a 15/2/2025.
A distribuição destinada à cobertura desse período foi autorizada e está em processo de execução para os municípios, conforme os percentuais estabelecidos da seguinte forma: Insulina Humana NPH canetas - 100% do quantitativo solicitado; Insulina Humana NPH frascos - 100% do quantitativo solicitado; Insulina Humana Regular canetas - 100% do quantitativo solicitado; e Insulina Humana Regular frascos - 34% do quantitativo solicitado.
Governo federal
Por outro lado, mesmo com o posicionamento da SES-MG e dos relatos dos pacientes, o Ministério da Saúde garante que não há falta de insulinas. Apesar da restrição global na oferta, o Ministério da Saúde adotou medidas estratégicas para garantir o abastecimento, e os estoques de insulinas humanas NPH e Regular em frascos e canetas estão regulares em todo o país”.
Especificamente para Minas Gerais, a pasta garante que foram enviadas em dezembro de 2024 1.165.363 unidades de insulina NPH e 219.901 unidades de insulina regular. Além disso, em 2024, foram entregues 384.545 unidades de insulinas análogas no estado, e no dia 21/1, foram entregues mais 1.238 frascos adicionais de insulina Regular para reforçar os estoques da rede hospitalar.
Para ampliar o acesso e fortalecer a produção nacional, foi firmada uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Biomm para a fabricação local de insulina. O Ministério da Saúde também antecipou parcelas contratuais com a Novo Nordisk e incorporou insulinas análogas de ação rápida e prolongada para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 no SUS”, complementa o MS.
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Fala na Tora
09 de fevereiro, 2025 | 08:52Isso aí tá dês de o ano passado até remédio de pressão ara dois eu estou comprando por motivos de receita esse posto de saúde do JK aqui em coronel Fabriciano e uma vergonha enrola a gente marca reunião pra poder liberar receita médica pra remédio de insulina e pressão um descaso nunca funcionou não sei que acontece com esse posto de saúde do JK porque o do santa cruz funciona que uma beleza esse do JK sempre deu problemas um descaso.”