20 de fevereiro, de 2025 | 08:00

Desafios na busca pela igualdade e dignidade social

Raquel Grieco *

O Dia Mundial da Justiça Social, celebrado em 20 de fevereiro, é um momento relevante para refletir sobre a importância da equidade e dos direitos humanos em um mundo marcado por profundas desigualdades sociais e econômicas. Proclamado pela ONU em 2007, a data busca promover a justiça não apenas no campo jurídico, mas também no acesso a direitos fundamentais, como saúde, educação, moradia e trabalho digno.

No Brasil, o tema tem tido alguns avanços: a redução da pobreza de 31,6% para 27,4% da população entre 2022 e 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024. O mesmo instituto também revelou que o acesso à educação infantil aumentou, retornando aos níveis pré-pandemia, e também podemos dizer que houve progresso na luta contra as desigualdades.

No entanto, os desafios a serem superados ainda são muitos - e urgentes. A representatividade de pessoas negras no Judiciário, por exemplo, permanece baixa, com apenas 13,6% de magistrados negros segundo pesquisa do CNJ de 2024, apesar de essa parcela representar 24% da população brasileira. Além disso, a disparidade de renda no país continua sendo uma das maiores do mundo, o que evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a inclusão social.

Não à toa, a data se torna um apelo para que a promoção de direitos humanos e a construção de uma sociedade mais equitativa se tornem prioridades. A justiça social precisa ser um compromisso coletivo, que envolva tanto a criação de leis mais inclusivas quanto a conscientização e ação de todos os cidadãos para reduzir as desigualdades.
"A data se torna um apelo para a promoção de direitos humanos e a construção de uma sociedade mais equitativa "


E é nesse contexto que a advocacia tem um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa, sendo extremamente importante para combater a discriminação e garantir o acesso à justiça. A Constituição Brasileira de 1988, ao estabelecer a dignidade da pessoa humana como princípio central, confere aos operadores do Direito a responsabilidade de transformar esse ideal em realidade.

Por isso, enquanto advogada, entendo que meu papel vai além da atuação jurídica: é também meu dever conscientizar a população sobre a importância da justiça social. Seja por meio da defesa individual ou de ações coletivas, o objetivo é garantir que todos tenham seus direitos respeitados.

O Dia Mundial da Justiça Social nos lembra que a luta pela igualdade e dignidade é uma responsabilidade de todos. Temos vivido tempos desafiadores, sobretudo, nos campos social e econômico, e somos chamados a refletir sobre como podemos construir um mundo onde as desigualdades sejam superadas e o respeito à dignidade humana seja parte do nosso cotidiano.

Defendo sempre que a justiça social deve ser o centro das nossas ações, tanto no exercício dos direitos quanto na vida em sociedade, para que possamos garantir um futuro mais inclusivo e equitativo.

* Advogada no escritório Bosquê & Grieco advocacia

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