23 de fevereiro, de 2025 | 06:00

Novela MP-10

Fernando Rocha

O assunto que dominou toda a semana, sobretudo o noticiário do Cruzeiro, não foi o clássico decisivo de ontem contra o América, que valeu uma vaga na final do Campeonato Mineiro.

Deveria, mas não foi, o assunto principal, que virou isto sim a 'novela' Matheus Pereira, o MP-10, dividindo a torcida celeste em um primeiro momento, mas depois quase a totalidade aprovou a sua saída, devido aos inúmeros problemas e desencontros criados pelo melhor jogador do time, desde que chegou à Toca-2.

Na tarde da última quinta-feira, o imbróglio finalmente teve fim, de última hora, quando todos já o consideravam fora da Raposa, Matheus Pereira decidiu não aceitar a proposta do Zenit, da Rússia, e seguir na equipe celeste.
A negociação, que já estava acertada entre os clubes, girava na casa de 20 milhões de euros (cerca de R$ 118 milhões), em caso de metas a serem alcançadas pelo jogador.

Forte pressão
O Cruzeiro detém 50% dos direitos econômicos de Matheus Pereira. A outra metade é do Al-Hilal, da Arábia Saudita, que também já havia concordado com a negociação, mas a questão familiar teria sido decisiva.

Como Talita, esposa de Matheus Pereira, está grávida e prestes a dar à luz o filho do casal, Theo, o jogador entendeu que a transferência para o leste europeu, neste momento, seria desgastante para a família.

No entanto, provavelmente para não dar o braço a torcer, usou o seu advogado que reside em Portugal como escudo para desfazer a negociação.

Após um telefonema deste advogado sugerindo que não assinasse o contrato, por divergências em algumas cláusulas referentes a bonificações, MP-10 desistiu do negócio e deixou as partes a ver navios.

Neste caso, o que não faltam são ingredientes explosivos que podem afetar qualquer relação entre clube, jogador e torcida.
Tem muito dinheiro envolvido, ciúmes, ego inflado, vaidade, enfim, algumas mentiras também sobre um hipotético mau relacionamento do jogador com os seus colegas de clube.

Matheus Pereira agora terá de jogar muita bola para não ser vaiado pela torcida e pode até perder a condição de titular. A pressão e a cobrança sobre ele, que já eram grandes, serão ainda maiores.

FIM DE PAPO

Depois de passar sufoco para eliminar o Tocantinópolis, o Atlético já sabe o seu adversário na segunda fase da Copa do Brasil. Na primeira quinzena de março vai enfrentar o Manaus, que derrotou o Independência, do Acre, por 4 a 2 nos pênaltis, na noite da última quarta-feira, depois do empate de 1 x 1 no tempo normal, na Arena da Floresta, em Rio Branco, capital do Acre. A segunda fase também é disputada no sistema de jogo único e o empate leva aos pênaltis. Um alívio para os atleticanos é saber que vão jogar em casa, no Mineirão, vantagem obtida em sorteio.

O Estádio João Ribeiro, o “Ribeirão”, onde joga o Tocantinópolis, ficou conhecido em todo o Brasil depois do confronto com o Galo, na última terça-feira. Viralizaram nas redes sociais as imagens do gramado irregular e muito alto para os padrões normais do futebol, do vestiário do visitante sem água e em péssima conservação, além dos objetos atirados no campo de jogo contra os visitantes. A CBF não está nem aí para as condições dos estádios onde são realizados os jogos de suas competições, e nem ao menos quis gastar com o VAR nas duas primeiras fases da Copa do Brasil, torneio que dá mais de R$ 140 milhões em premiação ao campeão.

A manifestação de alguns jogadores, todos eles pertencentes a clubes que jogam em gramados naturais, contrários ao piso sintético, botou pilha na discussão sobre a sua proibição no futebol brasileiro, assim como ocorre em alguns países da Europa. Os clubes que optaram pelo sintético o fizeram por vários motivos, que vão desde o modelo comercial de operação com muitos shows e eventos, a falta de sol, a qualidade do piso, o mau planejamento do estádio, como é o caso da Arena MRV, do Atlético, que acaba de investir R$ 15 milhões na implantação do piso sintético que não foi ainda inaugurado.

Claro que a reclamação dos jogadores precisa ser levada a sério, pois, de fato, a maioria não gostou e tem restrições ao sintético, alegando que a bola rola diferente, e há quem defenda, sem provas científicas, que os pisos mais duros aumentam a propensão a lesões. Mas, vamos e convenhamos, causa estranheza o posicionamento dessa meia dúzia de atletas famosos e endinheirados, pois sempre se omitiram diante de temas muito mais importantes, como nos casos de racismo, nas discussões de calendário, nos casos graves de violência contra a mulher ou na falta de pagamento de salários dos colegas. Por que mudou? Mudou por quê? (Fecha o pano!)



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