28 de março, de 2025 | 09:58
Quadrilha é presa acusada de armar assalto a família de Timóteo em Serra ES
Divulgação
Família do Vale do Aço viveu momentos de terror na mira da arma de assaltantes em residência alugada na praia de Jacaraípe, Serra (ES)

A Polícia Civil do Espírito Santo anunciou esta semana a conclusão de um inquérito que apurou um roubo à mão armada em uma casa de praia, na cidade de Serra, na Grande Vitória, em julho de 2024, e que teve como vítima uma família de Timóteo. O inquérito apresentado esta semana teve uma reviravolta: a proprietária do imóvel alugado e invadido por assaltantes em 2024 era tratada como vítima, mas, na verdade, era uma das idealizadoras do crime que teve um bebê usado para chantagem. A informação foi publicada nesta terça-feira pelo jornal *A Gazeta*, de Vitória (ES).
Conforme o inquérito da PCMG, a proprietária do imóvel, que se dizia alvo dos suspeitos, na verdade era uma das integrantes da quadrilha e foi uma das mentoras da trama para roubar o dinheiro das verdadeiras vítimas, os turistas mineiros que tinham alugado sua casa.
Conforme o inquérito, em julho de 2024, dois homens invadiram a casa alugada, no balneário de Jacaraípe, e renderam a proprietária do imóvel, o filho dela e dois casais de Minas Gerais que estavam hospedados no imóvel.
Dentre as vítimas estava um bebê de seis meses, filho de um dos casais mineiros. Na ação violenta, a criança teria sido jogada ao chão. O pai reagiu e foi baleado na perna durante o desentendimento com os criminosos. Outro homem foi atingido por uma pedrada na cabeça, e um vigilante foi alvo de tiros.
A polícia foi chamada, houve o registro do caso e a investigação foi colocada em andamento na Delegacia de Polícia Civil em Serra. A Polícia Civil divulgou terça-feira (25) a reviravolta que o caso teve.
De vítima à autora
Ficou constatado que a dona do imóvel, Elisângela Muniz da Silva, participou da ação planejada pelos dois criminosos: Gabriel Ferreira Adão e seu irmão, Jhonatas Ferreira Adão. Para o crime, eles contrataram Valclides Pessoa da Silva e David Lopes da Silva, responsáveis pela invasão da casa. Todos os investigados citados pela PCES estão presos.
O inquérito apontou que um dos presos, Gabriel Ferreira, era conhecido de um morador de Timóteo, que buscava um imóvel para alugar na praia de Jacaraípe, para passar férias com a esposa e mais um casal de amigos.
Depois de um desentendimento sobre um primeiro imóvel quando as famílias chegaram, os mineiros foram colocados na casa de Elisângela. Uma vez que os mineiros estavam hospedados no imóvel, os comparsas foram informados que poderiam invadir e assaltar as vítimas. Para isso, o portão estaria destrancado. Com a residência tomada pelos dois assaltantes, eles passaram a exigir das vítimas transferências via Pix. Entretanto, nenhuma transação foi concluída, e os criminosos passaram a ficar agressivos com as vítimas, amarradas, que viveram momentos de terror na mira das armas dos marginais.
Os criminosos também pegaram uma criança no colo de uma das mães para chantagear o grupo e continuaram a exigir dinheiro. Em um reflexo para defender o filho, o pai do bebê conseguiu se levantar e levou um tiro na perna.
Divulgação Polícia Civil ES
David Lopes, Valclides Pessoa, Elisângela Muniz, Gabriel Ferreira e Jhonatas Ferreira foram presos pelo crime premeditado cometido em julho de 2024

No momento em que decidiram sair em fuga, outro homem que estava rendido tentou correr atrás dos indivíduos e acabou atacado com uma pedrada na cabeça. Valclides e David saíram da casa levando um telefone e um carro roubados das vítimas. O vigilante de uma obra percebeu a ação, tentou intervir e também foi alvo de tiros. A polícia acredita que os marginais só não mataram o vigilante porque a arma falhou.
Alta periculosidade
O delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, afirmou em entrevista à imprensa que Gabriel Ferreira, um dos idealizadores do crime, já tinha passagem pela polícia por um assassinato em fevereiro de 2024 e também atuava no tráfico de drogas no bairro Feu Rosa, em Serra.
Já Jhonatas, irmão de Gabriel, tem na ficha criminal registros de crimes como tráfico de drogas, tentativa de latrocínio e homicídio. Segundo a PCES, Jhonatas estava entre as dez pessoas mais procuradas pela polícia no Vale do Aço.
O grupo preso é acusado de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte da vítima) e roubo circunstanciado. Além disso, Valclides e David ainda serão indiciados por tentativa de homicídio contra o vigilante.
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