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02 de abril, de 2025 | 08:45

Dia Nacional do Livro Infantil ressalta a importância do incentivo à leitura desde cedo

Enviada ao Diário do Aço
Incentivo à leitura na infância vai além da promoção da imaginação, diz escritoraIncentivo à leitura na infância vai além da promoção da imaginação, diz escritora
Por Sofia Carvalhido - Estagiária sob supervisão
A leitura infantil é um tema que desperta discussões importantes sobre o desenvolvimento das crianças e o futuro do país. Em entrevista ao Diário do Aço, Roberta Rocha, escritora, professora de História, contadora de histórias e atriz de teatro, é uma das pessoas que se destaca pela promoção da literatura nas escolas e na vida dos pequenos da região do Vale do Aço. Natural de Coronel Fabriciano, Roberta, de 43 anos, tem mais de uma década de trabalho com arte-educação e, até hoje, se dedica a instigar a leitura e a escrita nas crianças.

Para ela, a leitura é um bom caminho para o desenvolvimento infantil. "A leitura e a literatura têm a possibilidade de abrir caminhos, de levar as crianças a um mundo cheio de possibilidades, onde elas podem aprender a se comunicar, a entender o mundo ao seu redor e a cultivar valores como a empatia e a consciência ambiental", afirma. A escritora acredita que, quando incentivada desde cedo, a leitura pode fazer uma enorme diferença no futuro de uma criança, promovendo o aprendizado e a formação de um caráter crítico e consciente.

Ela conta que, aos 12 anos, começou a escrever poemas e foi influenciada pelos estímulos de leitura que recebeu de seus pais e avós: "Acredito que sou o que sou hoje porque fui estimulada a ler desde cedo. A leitura me ajudou a desenvolver diversas habilidades e me tornou uma pessoa preocupada em fazer desse mundo um lugar melhor". Roberta destaca que o desenvolvimento do hábito da leitura traz inúmeros benefícios, como a ampliação do vocabulário, a melhora na escrita, o desenvolvimento da imaginação e a criação de um olhar mais atento e crítico sobre o mundo.

Desafios
Apesar de seu amor pela literatura infantil, Roberta lamenta os desafios enfrentados pelos escritores independentes, especialmente no contexto educacional. "A falta de políticas de incentivo à leitura é algo que causa profunda tristeza no escritor independente que luta de porta em porta para vender seus livros", destaca. Ela observa que, muitas vezes, as escolas – tanto particulares quanto públicas – preferem adotar obras de autores distantes, sem dar o devido espaço para escritores locais, o que prejudica o desenvolvimento da literatura regional.

Além disso, a escritora aponta que o acesso aos livros também é um obstáculo. "Muitas crianças não têm condições de comprar livros, e os pais também não foram estimulados a ler, criando uma cadeia de problemas que é difícil de romper", explica. Para Roberta, a pandemia agravou ainda mais esse cenário, gerando um retrocesso tanto no mercado editorial quanto na formação literária das crianças.

Ela não perde a esperança e acredita que o apoio dos órgãos públicos é fundamental para reverter a atual situação. "Acredito que os órgãos públicos devem apoiar mais projetos culturais voltados para o desenvolvimento literário local. É essencial que as crianças possam ter contato com escritores desde a primeira infância, pois isso será um grande estímulo para o hábito da leitura", afirma.

Além disso, ela reforça que, se a literatura for incentivada nas escolas, o processo de formação de leitores será mais efetivo. "O primeiro estímulo vem de casa, mas as escolas devem contribuir com esse processo, proporcionando um ambiente rico em leitura e aproximando as crianças de autores que estão perto delas", conclui.

Portfólio
Além de sua carreira literária, Roberta está em fase de lançamento de seu oitavo livro, “Oito Tamanduás". A obra é mais uma das diversas iniciativas dela para estimular o amor pela leitura.

Com um trabalho que caminha entre a literatura e a arte-educação, ela tem o propósito de transformar a realidade das crianças por meio da leitura e da escrita, e acredita que esse é o caminho para um futuro mais crítico, consciente e literário no Vale do Aço e, também, no Brasil.

Roberta possui mais de cinco livros publicados, entre eles O menino que queria voar (2016), Vozes da Liberdade - Coletânea de poemas (2018), Seres inacabados (2018), Um certo Rosário (2019) e Versos Ácidos do Vale do Aço - Antologia poética (2021). Também foi coautora do livro infantil Zazá, a cigarrinha Curiosa (2023).

Dados da leitura
De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), a taxa de leitura em Minas Gerais, assim como no restante do Brasil, apresentou quedas contínuas nos últimos anos. Em 2024, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil apontou que 42% da população de Minas Gerais, incluindo crianças e adolescentes, não leu nenhum livro entre 30 de abril e 31 de julho daquele ano.
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Comentários

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Marceleza Almeida

03 de abril, 2025 | 07:46

“Meus Parabéns Roberta Rocha pela luta literária no Vale do aço, Aguardamos incentivos no contexto dos incentivos do estado.”

Marina

02 de abril, 2025 | 18:26

“Incentivo á leitura deve ser uma constante em casa, na escola... Ler por prazer é uma prática a ser explorada .. Mt importante . Com tantas obrigações do currículo na escola fica difícil esse prazer.. o que fazer ?
E a escrita? Norma-padrão ?”

Aminadab Fernanda

02 de abril, 2025 | 14:07

“Parabéns prima, você merece todo sucesso do mundo, seu trabalho é simplesmente maravilhoso, sucesso sempre ????”

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