04 de abril, de 2025 | 08:35

Desinformação causa abandono de animais, acredita protetora

Enviada ao Diário do Aço
Cão Levi foi possivelmente agredido com um objeto perfurante e resgatado pela APPA; ele foi adotado por uma família assim que se recuperouCão Levi foi possivelmente agredido com um objeto perfurante e resgatado pela APPA; ele foi adotado por uma família assim que se recuperou
Por Sofia Carvalhido - Estagiária sob supervisão
O dia 4 de abril é considerado o Dia Nacional dos Animais de Rua, data lançada por organizações holandesas para conscientizar as pessoas sobre a importância de proteger e tirar os animais da situação de rua, além de lutar contra os maus-tratos perpetrados contra os bichinhos. Em entrevista ao Diário do Aço, a estudante e protetora Laura Alves, que mora em Ipatinga, deu detalhes sobre os animais que estão na ONG APPA que foram resgatados das ruas e de maus-tratos.

Laura conta que, atualmente, a ONG abriga 27 cães e 40 gatos, sendo todos resgatados. Recentemente, a entidade resgatou dois animais das ruas que foram encontrados em condições precárias, magros e, um deles, com perfurações nas patas. “O gato Alex, que está internado na clínica Reino Animal, em Fabriciano, para tratamento de uma ferida extensa no rosto, foi encontrado em estado de extrema magreza, desidratação, infestado de pulgas e com um ferimento profundo acometido por miíase. Atualmente, encontra-se em recuperação e próximo de receber alta”, detalha.

“Outro caso é o do cachorro Levi, encontrado com ferimentos pelo corpo decorrentes de queimaduras, além de perfurações nas patas, possivelmente causadas por agressão com objeto pontiagudo. Ele também apresentava infecção por miíase. Felizmente, Levi recebeu os cuidados necessários, recuperou-se completamente e foi adotado por uma família amorosa”.

Medidas
Segundo a protetora, entre as principais medidas para a diminuição da população de animais em situação de rua estão a castração sistemática, a realização de feiras de adoção e o incentivo ao resgate independente. “Se cada indivíduo contribuir minimamente, o impacto será significativo. Além disso, é essencial promover a conscientização sobre a responsabilidade que envolve a posse de um animal”, destaca Laura.

Adoção responsável
Enviada ao Diário do Aço
Gato Alex foi resgatado com uma ferida em um dos olhos, mas está respondendo bem ao tratamento e logo receberá altaGato Alex foi resgatado com uma ferida em um dos olhos, mas está respondendo bem ao tratamento e logo receberá alta

Questionada sobre os aspectos que devem ser levados em consideração antes da adoção de um animal, Laura ressalta que, antes de tudo, os candidatos devem refletir se estão prontos para assumirem a responsabilidade por uma vida. “Animais não são objetos, mas seres que necessitam de carinho, atenção e cuidados constantes”.

Adicionalmente, ela afirma que o tempo de adaptação a um novo lar pode variar de animal para animal, principalmente para aqueles que foram resgatados. Por isso, é um momento que exige paciência por parte do adotante. “Acima de tudo, a chave para uma adoção bem-sucedida é oferecer amor e respeito incondicionais”, comenta.

Abandono
Ela afirma que a razão de muitas pessoas abandonarem os animais é a irresponsabilidade. “Muitas pessoas alegam que abandonaram seus animais porque não tomaram a precaução de castrá-los, resultando em ninhadas indesejadas. Outras justificativas comuns incluem problemas comportamentais, como cães machos que urinam em locais inadequados, bem como doenças adquiridas por negligência, tais como tumores, infecções virais (como FELV e FIV) e doenças parasitárias (como leishmaniose)”, detalha.

Poder público
A protetora acredita que a intervenção do poder público é essencial. Segundo ela, é necessário que campanhas de adoção e conscientização sejam promovidas pelas administrações municipais e, também, a disponibilização da castração social, por meio de programas acessíveis à população. “É fundamental desmistificar informações equivocadas, como a ideia de que a castração deve ser realizada apenas após a primeira cria ou cio, quando, na realidade, pode ser feita a partir dos quatro meses de idade”, detalha.

Ela ressalta, ainda, que a desmistificação em torno da leishmaniose deve ser feita, uma vez que muitos tutores abandonam seus animais após o recebimento do diagnóstico. Laura acredita que medidas educativas e políticas públicas eficientes podem ajudar na redução do abandono e garantia de maior qualidade de vida aos animais.

“Também é essencial que o poder público colabore com as ONGs de proteção animal, fornecendo apoio estrutural e financeiro. Dessa forma, as organizações poderão ampliar sua capacidade de resgate, reabilitação e adoção responsável, ajudando ainda mais vidas a saírem das ruas e encontrarem lares amorosos”, finaliza.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário