10 de abril, de 2025 | 15:20

Orquestra Ouro Preto comemora 25 anos em temporada inesquecível

Rapha Garcia/Divulgação
Na Casa da Ópera, em Ouro Preto: temporada especial, paixão, ousadia e excelência musicalNa Casa da Ópera, em Ouro Preto: temporada especial, paixão, ousadia e excelência musical
Em 2025, a Orquestra Ouro Preto alcança um marco significativo em sua trajetória. Mais do que uma simples data, os 25 anos da companhia representam uma jornada de paixão, ousadia e excelência musical. Ao longo desse tempo, o grupo mineiro se tornou referência nacional e internacional, quebrando barreiras e transformando o cenário musical brasileiro ao unir a tradição da música de concerto com novas e surpreendentes abordagens artísticas.

Com a temporada comemorativa, que já começou com uma turnê memorável por seis países da Europa, a Orquestra Ouro Preto promete mais um ano de inovações. A programação especial revisita seus maiores feitos e propõe novas parcerias e colaborações, reafirmando sua identidade singular e seu papel de vanguarda da música nacional. De concertos que resgatam momentos históricos, passando por projetos que exaltam compositores e exploram novas sonoridades, cada apresentação será uma jornada musical que reflete o legado de uma trajetória construída com coragem e sensibilidade.
“Esses 25 anos foram de desafios e surpresas constantes. Nunca nos acomodamos. Desde o início, com um grupo formado por irmãos e amigos, não imaginávamos que chegaríamos tão longe, mas sempre acreditamos na força da música e no poder dos grandes encontros”, celebra o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da OOP.

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Em março, o primeiro concerto em BH homenageou o compositor e bandoneonista argentino Rufo HerreraEm março, o primeiro concerto em BH homenageou o compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera

Consistência e inovação
Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto iniciou sua trajetória no interior de Minas Gerais e, com o passar dos anos, tornou-se um dos grupos mais inovadores e consistentes do Brasil. Seu compromisso com a valorização da música brasileira e com a democratização do acesso à arte é um dos pilares que sustenta sua trajetória, consolidando-se como uma grande incentivadora de novos repertórios nacionais.

“Os princípios que nós mantemos até hoje, acredito que expliquem um pouco o sucesso da nossa trajetória. O primeiro foi o acesso à democratização. Onde funciona a sede da orquestra hoje, em Ouro Preto, a gente apresentava praticamente todos os domingos concertos gratuitos ali. Sempre fomos também muito abertos a trocas de experiências e sugestões de repertórios. Como orquestra, a gente queria que as pessoas se sentissem representadas”, comenta Toffolo.
Além de seu reconhecimento em palcos internacionais, a OOP conquistou milhões de fãs ao redor do mundo, com uma presença marcante nas redes sociais e plataformas digitais. Atualmente, é a orquestra mais ouvida da América Latina, com mais de 240 mil seguidores no Instagram, mais de 100 mil ouvintes mensais no Spotify e milhares de acessos no YouTube.

Programação comemorativa
A temporada 2025 já começou em grande estilo, com uma turnê europeia ao lado de Alceu Valença, que teve ingressos esgotados em teatros de Paris, Londres, Berlim, Utrecht, Barcelona, Porto e Lisboa. Em março, a OOP lançou nas plataformas digitais o seu 23º álbum, “Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari”, reunindo interpretações de grandes compositores brasileiros e internacionais.

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''A música brasileira de concerto é muito importante e presente em nossa história'', disse o maestro''A música brasileira de concerto é muito importante e presente em nossa história'', disse o maestro
As comemorações prosseguiram com a abertura da temporada da Série Domingos Clássicos, que completa 10 anos de parceria com o Sesc Palladium, em Belo Horizonte. O projeto conquistou o público belo-horizontino, que, mensalmente, lota o teatro em apresentações a preços populares. O primeiro concerto homenageou o compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, mas a programação do ano inclui o tributo “Nirvana: Nevermind”, o espetáculo cênico-musical “Fernando Capelo Gaivota” e uma nova edição da série “Alma Mineira”, que celebra a música feita em Minas Gerais.

Nas areias de Copacabana
Dentre as surpresas da temporada, a Orquestra Ouro Preto mais uma vez aposta na ousadia. Após o sucesso da adaptação operística de “Hilda Furacão”, a formação mineira mergulha em outro best-seller da literatura brasileira e leva aos palcos uma versão inédita de “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva. O livro, um marco geracional, narra o acidente que deixou o autor tetraplégico pouco antes do Natal de 1979. Embora trate de um episódio trágico, a obra combina humor, ternura e reflexão, tornando-se um dos maiores sucessos da literatura nacional.
Com música e libreto assinados por Tim Rescala, a montagem estreia em 14 de junho em um cenário inusitado: as areias de Copacabana, no Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso da orquestra com a popularização da ópera no Brasil. Em seguida, a produção chega a Belo Horizonte para duas récitas no Palácio das Artes, em agosto.

“A música brasileira de concerto é algo muito importante e presente em nossa história. Essa visão veio desembocar em uma vertente essencial atualmente no trabalho da Orquestra Ouro, que é a construção de uma ópera popular brasileira, com textos contemporâneos brasileiros e cantadas em português. A primeira empreitada foi o Auto da Compadecida, a segunda foi Hilda Furacão, agora vamos com a adaptação de Feliz ano velho, do Marcelo. Essa é uma grande novidade para a nossa temporada de 25 anos”, adiantou o maestro.

O autor, Marcelo Rubens Paiva, se declarou exultante em ver seu primeiro livro se tornar ópera pela Orquestra Ouro Preto: “Depois de mais de um ano de conversas e trocas com o maestro, veremos a ópera nascer nas areias de Copacabana. A sensação de ver uma obra transformada em ópera me faz sentir muito mais do que um cara importante, mas um cara quase erudito, um clássico!”, exclamou.
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